[Crítica] [REC] 3: Gênesis

Direção: Paco Plaza
Ano: 2012
País: Espanha
Duração: 80 minutos
Título original: [REC] ³ Génesis

Crítica:

Você já pode beijar a noiva...

Depois do final bombante que [REC] 2: Possuídos cuspiu na nossa cara, aposto que todos estavam esperando para ver como a história se desenvolveria a partir dali. Mas, antes que pudéssemos acompanhar, mais uma vez, a saga da Angela Vidal, tínhamos que fazer uma pequena parada e descobrir o que aconteceu antes dos dois primeiros filmes. Os diretores dos filmes anteriores resolveram se separar, então cada um pegaria uma sequência. Paco Plaza ficou com a Parte 3, e Jaume Balagueró ficará responsável por [REC] 4: Apocalypse, possivelmente, o último da franquia.

A história acompanha uma festa de casamento, uma cerimônia que deveria ser mágica e trazer a união definitiva entre Clara e Koldo, mas, tudo o que trouxe, foi a morte. Quando um dos convidados mostra um comportamento violento e morde os outros, toda a felicidade de um momento especial, se converte em um pesadelo onde os noivos e convidados terão que lutar por suas vidas. Não demora muito para apenas um pequeno grupo de pessoas permanecer vivo e ter que bolar algum jeito de sair do local com vida. Em paralelo a isso, Koldo se separa de Clara e não sairá do local sem sua amada, mesmo que tenha que colocar sua vida em risco.

Sinceramente, estou completamente decepcionado com este filme. Esta sequência, era uma das produções que eu mais esperava este ano e foi um verdadeiro balde de água fria. Eu até agora estou me perguntando por que tivemos que dar um "pause" na interessante história do prédio isolado, para termos que acompanhar esta história que pouco tem haver com tudo e é completamente irrelevante. Os boatos eram de que esta Parte 3 seria uma prequel, então eu esperava que o roteiro acompanhasse a origem da menina Medeiros, mas isso não chega nem perto de acontecer.

 Na verdade, esta sequência segue o mesmo estilo que Quarentena 2, mostrando que o vírus acabou se espalhando em outro lugar, mesmo que as autoridades tenham contido o prédio. A única conexão que pode haver com os filmes anteriores, é que um personagem - o primeiro contaminado, origem do foco de infestação deste filme - foi mordido por um cachorro, o que deixa a entender que é o cachorro da menininha do primeiro filme. Consequentemente, passamos a entender que a história não se passa antes, realmente, mas, praticamente simultânea com o original. A questão é que não há ponto para a realização deste filme. Não há nenhuma informação nova, nada a complementar na história e uma conexão porca com os filmes anteriores.

Uma das poucas coisas interessantes, foi o abandono da câmera em primeira pessoa. O filme até começa como um found footage, mas, quando a situação fica mesmo tensa, a câmera é deixada de lado e passamos a acompanhar a história como se fosse um filme normal. Achei esta mudança a única coisa relevante nesta sequência inútil. E, como já disseram que o próximo filme não terá nenhuma cena com câmeras em primeira pessoa, as primeiras cenas deste, soaram como uma espécie de homenagem e despedida ao estilo que consagrou a franquia.

Dentre as coisas que ainda se mantiveram positivas, como o relacionamento do casal protagonista. Apesar de ser irritante e completamente falso quando eles começam a se beijar, ou dizer o quanto se amam, em uma situação onde deveriam estar correndo, é poético acompanhar o desfecho do casal. Achei a cena final muito fofa! Em contrapartida, eu detestei o humor negro presente na produção. Não combinou em nada com o filme e teria se saído muito melhor se fosse mais sério. Enfim, só espero que a Parte 4 volte com o clima dos dois primeiros, porque este filme foi uma grande decepção para mim. Só vale para se divertir com alguns ataques e cenas sangrentas, tendo em mente que não é melhor que os outros filmes, e, de fato, é uma verdadeira mancha negra. Serve de curiosidade, apenas.

Trailer: