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Crítica | Invocação do Mal 2


Direção: James Wan
Ano: 2016
País: EUA
Duração: 134 minutos
Título Original: The Conjuring 2

Crítica:

É inegável que Invocação do Mal já pode ser considerado um clássico contemporâneo do gênero. James Wan construiu seu nome de forma sólida, sendo um dos diretores mais promissores da atualidade. E o que eu mais gosto em torno dele é a sua versatilidade. Em 2004, seu nome se tornou conhecido através do enorme sucesso de Jogos Mortais, estilo copiado descaradamente nos anos que se seguiram. Wan também dirigiu alguns filmes de ação, como o violento Sentença de Morte e o emocionante Velozes e Furiosos 7 – inclusive, seu próximo projeto será Aquaman, que fará parte do novo universo cinematográfico da DC Comics. No entanto, seus filmes mais fortes são os com temas sobrenaturais, como o já citado Invocação do Mal, Sobrenatural e, até mesmo, o não tão conhecido Gritos Mortais.

Na trama, seis anos após os eventos do primeiro filme, Ed e Lorraine são chamados para uma nova investigação. Desta vez, o caso se passa em Londres, focando na família Hodgson. A família em questão sofre com o abandono do patriarca e dificuldades financeiras, mas seus maiores problemas refletem nas manifestações sobrenaturais que eles veem pela casa. Apesar das assombrações começarem a ficar cada vez mais violentas, Ed e Lorraine têm dificuldades para determinar o que está por trás dos eventos – ou se eles nunca foram sobrenaturais, em primeiro lugar. No entanto, o medo é real, e tem planos aterrorizantes para um dos membros mais jovens da família. Agora, somente a fé poderá salvá-los de um mal terrível. E não é apenas fé em Deus, como também fé uns nos outros.

A expectativa para esta sequência certamente era enorme, especialmente pelo fato do primeiro filme ter sido tão bem recebido. Felizmente, essa segunda parte não deixa a desejar, tornando-se ainda melhor que o original. Raras são as sequências que conseguem esta proeza, mas Invocação do Mal 2 certamente a realiza. O filme consegue ser ainda mais aterrorizante e obscuro que o primeiro, e isso não é pouca coisa. Gosto como James Wan consegue estender o suspense de suas cenas, quebrando expectativas e nos assustando justamente quando não estamos preparados. Há diversas sequências neste filme em que ficamos tensos por vários minutos, esperando diversas coisas malignas saltarem na tela, mas o susto só acontece mesmo quando você relaxa um pouco – e é justamente isso que o torna tão eficaz.

O desfecho do primeiro filme faz menção ao caso de Amityville, e é nesta infame casa que essa sequência toma início. É uma cena de abertura consideravelmente rápida, sendo menos relevante que a participação da boneca Annabelle no filme original. Em uma entrevista, James Wan revelou que não tinha interesse neste caso pelo fato de já ter sido cansativamente explorado, deixando claro a intenção de trazer algo novo para os espectadores. É durante uma sessão espírita na casa de Amityville que vislumbramos pela primeira vez a antagonista desta sequência, a freira demoníaca. Muitos acreditam que a entidade seguiu Lorraine daquela casa, mas sua aparição, segundo o próprio diretor, foi apenas uma premonição do que viria a acontecer. Curiosamente, todas as cenas envolvendo a tal freira foram acrescentadas durante regravações, substituindo o design original de um demônio com chifres.

A trama desta sequência foca no famoso caso do Poltergeist de Enfield. Acredito que muitos de vocês já devam ter ouvido falar alguma coisa a respeito, que até hoje é considerado um dos casos sobrenaturais mais icônicos já documentados. Não é muito difícil saber mais sobre os fatos, afinal de contas, eles estão todos espalhados pela internet. E o mais interessante/aterrador é que não são apenas textos; você pode ter acesso a fotos e até mesmo vídeos de uma entrevista em que a garotinha aparece possuída, falando com a voz de um homem adulto. Muitos desses materiais foram recriados de forma muito parecida no filme – e você pode conferi-los lado a lado durante os créditos finais. Apesar disso, muito da trama principal envolvendo a participação de Ed e Lorraine é ficcional. De fato, eles sequer foram os investigadores principais do caso.

O que eu mais gosto nesta sequência é que você legitimamente importa com os personagens. É impossível não se emocionar quando Ed começa a cantar uma música olhando para a sua esposa. E todo o conflito em torno das visões da Lorraine, que atingem seu ápice nos minutos finais, deixarão todos tensos na cadeira e com os seus corações apertados. Invocação do Mal 2 não poupa os seus espectadores quando o tema é tensão, mas também traz algumas mensagens que vão muito além de apenas aterrorizar sua audiência. Como já disse, essa sequência trata sobre a fé de uma forma diferente. Sobre você ter fé nas pessoas para poder salvá-las. Enfim, um filme excelente em todos os aspectos. Mal posso esperar para o terceiro e, desde já, torço para que James Wan retorne como diretor, porque seu talento é incomparável.

PS. Vocês sabiam que o "Homem Torto" não foi criado através de computação gráfica ou animação? Ele ganhou vida através dos incríveis movimentos de Javier Botat.


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Comentário(s)
1 Comentário(s)

Um comentário:

  1. Absolutamente fantástico esse filme, composto por uma variedade de edições muito bem alocadas cada uma delas, usaram muito bem a tecnologia hoje disponível para que as pessoas quase acreditassem ser reais, a sonoridade do filme estava muito bem conectada a cada cena, a trilha sonora as falas, o medo ficou explicito nas entre linhas, creio que expressaram bem o que o diretor quis passar. A surpreendente história que o diferencia dos filmes de terro comuns creio que foi um dos filmes mais esperados de 2016 e valeu cada espera.

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