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Crítica | Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado


Direção: Jim Gillespie
Ano: 1997
País: EUA
Duração: 100 minutos
Título original: I Know What You Did Last Summer

Crítica:
Spoilers Abaixo!

Alguém sabe o segredo deles.

Alguém sabe que eles estão assustados.
Alguém sabe o que eles fizeram no verão passado.

Apesar de não ser relevante no Brasil, a data 4 de Julho é uma das mais populares nos Estados Unidos. O motivo? Nada menos do que a data da independência do país. Mas não é apenas de comemoração e fogos que este dia nos remete. No mundo dos filmes de terror, 4 de Julho é conhecido pelos fãs do gênero por causa franquia Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado, um suspense na mesma linha de Pânico, que trazia adolescentes sendo atormentados pelos seus segredos obscuros. Aproveitando a data em questão, resolvi trazer para o nosso mundo as críticas da trilogia. E como guardar segredos por aqui nunca termina bem, vou logo avisando que esse é um dos meus filmes favoritos, e abaixo explicarei o porquê dele merecer uma atenção especial.

Na trama, em uma pequena cidade costeira, quatro adolescentes atropelam e supostamente matam um desconhecido. Com medo das consequências deste acidente, eles decidem se livrar do corpo e o jogam no mar. A vida de cada um dos quatro toma rumos diversos e, um ano depois, eles se reencontram na mesma cidade e uma das jovens recebe um bilhete dizendo: Eu sei o que vocês fizeram no verão passado. Deste momento em diante, o quarteto passa a ser atormentado por uma figura de capa escura, que se esconde nas sombras com um gancho de pescador nas mãos. Conforme o feriado de quatro de julho se aproxima, os jovens percebem que suas vidas podem estar em jogo, mas talvez seja tarde demais para ir à polícia...

Muita gente acredita que Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado seja uma cópia de Pânico, ainda mais por terem sido lançados na mesma época. O que poucas pessoas sabem é que este filme é, na verdade, baseado em um livro de mesmo nome escrito por Lois Duncan - na década de 70. Ainda não tive a oportunidade de ler o livro, mas o fato é que, depois de uma rápida pesquisa, aprendi que as duas mídias mantêm ritmos e estilos completamente diferentes. Enquanto o romance é mais um suspense psicológico, o filme é bem mais agitado, beneficiando-se dos elementos de um slasher para estruturar sua história. Essas mudanças obviamente aproximaram a trama com o sucesso slasher da época, o já citado Pânico. Não acho, no entanto, que este filme seja uma cópia. Muito pelo contrário, acredito que tenha muita personalidade, além de nos presentear algumas cenas memoráveis.

Muitos reclamam que as coisas demoram demais para acontecer, mas temos que ter em mente que a trama dispõe de poucos personagens, inviabilizando um banho de sangue. De fato, o diretor investe muito mais no suspense do que na violência. Há poucos momentos realmente sangrentos, mas há diversos que tirarão o fôlego dos espectadores. Fazer o assassino atormentar suas vítimas até a fatídica noite de 4 de Julho foi uma decisão muito inteligente. Cada um deles recebe uma espécie de punição, tornando o filme muito mais tenso e elevando a tensão da história em geral. Destaque para a sequência do corte de cabelo da Helen, que é muito tensa e bem construída. Além disso, é impossível não se surpreender ao assistir como esta cena termina, deixando no ar uma clara ameaça de que algo muito pior está por vir.

E, apesar da Julie ser a protagonista, quem realmente brilha nesta história é a Helen, interpretada pela ótima Sarah Michelle Gueller. Concordo com as pessoas que acham a loira mais interessante do que a protagonista da história, e a cena em que ela encontra o seu destino final é realmente de partir o coração. Mas sua perseguição é a sequência mais marcante de todo o filme, e é considerada até hoje a melhor chase scene do gênero. São quase vinte minutos lutando pela vida, passando por diversos cenários - com direito a muita correria e suspense. Acredito que o desfecho trágico tenha contribuído ainda mais para tornar esta perseguição inesquecível. Julie também tem o seu momento durante o confronto final, o que rende uma boa sequência - ainda que inferior a da Helen.

Esse é mesmo um excelente exemplar do gênero! Um clássico que, mesmo depois de quase vinte anos, continua completamente atual. O desfecho da história termina com um gancho (entenderam o trocadilho?) para uma inevitável sequência. É uma cena desnecessária, afinal de contas, todos sabíamos que o assassino não havia morrido, mas há uma certa animação ao ler o bilhete contendo "Eu Ainda Sei...", devo reconhecer. Enfim, acredito que todo fã do gênero que se preze já deve ter visto este filme, mas se houver alguém que não tenha conferido, está mais do que recomendado. Agora vamos para a sequência, porque esse segredo insiste em voltar do túmulo, assim como o seu assassino. PS. Destaque para o trailer nostálgico com a música Hush, da banda Kula Shaker. Não poderiam ter escolhido uma trilha mais adequada. A música em questão também toca durante os créditos finais do filme.


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