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[Crítica] Wolfcop


Direção: Lowell Dean
Ano: 2014
País: Canadá
Duração: 79 minutos
Título original: WolfCop

Crítica:

Metade homem. Metade lobo. Policial por inteiro.


Depois do interessante Sinistro – A Maldição do Lobisomem e do esquecível Wolves, nossa jornada à luz da lua cheia se encerra com WolfCop. Esse é um típico filme de terror que conta toda sua história somente através do título. Além de ser um convite aos amantes do trash, também funciona como um aviso para quem não gosta dessas tramas extravagantes. Mas, convenhamos, quem não quer ver um filme sobre um lobisomem policial? É, eu sei que nem todos, mas como um sou um adorador dessas propostas nonsense, que lembram e muito as nostálgicas produções de terror dos anos 80, a trama deste filme foi um convite que eu estava mais do que disposto em aceitar.

A história segue um policial alcoólatra, Lou Garou, que costuma desmaiar e acordar em um ambiente desconhecido. Mas ultimamente as coisas tomaram um rumo estranho! Certa vez, ele acabou com aranhões no meio da floresta, e, a partir deste momento, as coisas ganharam uma nova perspectiva. Cenas de crime parecem estranhamente familiar. Os sentidos de Lou ficaram mais aguçados, e quando a lua cheia está de fora, ele é um lobisomem cheio de raiva. Enquanto tenta controlas seus sentidos animalescos, Lou, transformado, está determinado a usar as suas habilidades sobrenaturais para acabar com o crime em sua pequena cidade. Agora, bem mais consciente do que quando era humano, ele irá provar que é um homem mudado... Uma transformação de cada vez.

Esse é mais um daqueles raros filmes independentes, com um orçamento bastante limitado, mas que consegue surpreender os fãs do gênero com sua qualidade. Se tratando de um filme de lobisomem, era esperado – e temido – como o diretor iria apresentar o personagem transformação, assim como também a transformação de homem em fera – algo sempre apreciado pelos fãs dos filmes envolvendo lobisomens. Confesso que gostei bastante do resultado. Eles acertaram na caracterização do personagem principal, e a sua primeira transformação não só é surpreendente, como também consegue ser hilária.

Qual a primeira parte do corpo humano que se transforme em besta? Dedos? Olhos? Trazendo um ângulo que eu nunca havia visto antes (!), devo confessar que começar a transformação do personagem através de seu pênis foi uma escolha ousada, que resultou em uma cena muito engraçada. Apesar disso, não espere nada vulgar! Ainda que possamos ver o que aconteceu, a transformação se dá através de cortes e ângulos inteligentes, que não apelam para a nudez – apenas para o trash. Aliás, existem momentos muito mais “peculiares”, como uma cena de sexo animal (se é que vocês me entendem), com direito até a um cigarrinho no final.

Como estamos falando de um filme de lobisomens, a violência é o que não poderia fazer. Depois que o personagem principal consegue se controlar depois de transformado, há diversos momentos hilários em que ele roda a pequena cidade, em sua carro personalizado, acabando com a vida dos criminosos. Sua última parada, em especial, é o melhor momento do filme. Uma sequência considerável de desmembramentos e muita violência gratuita. Esperava que, depois desta cena, o filme mantivesse o mesmo nível durante o confronto final, mas infelizmente o terceiro ato não conseguiu superar as mortes divertidas apresentadas na metade da trama.

Destaco a história em si, que apesar de não ser muito profunda, pelo menos traz uma nova visão em torno da origem dos lobisomens. Obviamente não posso falar muito a respeito, mas fiquei surpreso ao ver que o roteiro conseguiu estabelecer sua própria mitologia em pouco mais de uma hora, algo que diversas produções, como Wolves, tiveram dificuldades em fazer. Deixar sua marca é difícil, mas WolfCop certamente não teve problemas com isso. Depois de diversas cenas épicas e uma história que não se deixa cair no lugar comum, o filme cumpriu bem o seu papel de apresentar uma produção trash, divertida e sangrenta - que certamente não é para todos. Com uma sequência já anunciada, é apenas uma questão de tempo até escutarmos uivos e sirenes se misturaram à luz cheia novamente.


Trailer:

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