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[Crítica] Cabana do Inferno 3


Direção: Kaare Andrews
Ano: 2014
País: EUA
Duração: 91 minutos
Título original: Cabin Fever: Patient Zero

Crítica:

O nascimento do medo.

Depois de Eli Hoth abalar nossas estruturas com o tenso Cabana do Inferno, todas nossas expectativas para a possível franquia foram por água abaixo depois de ter assistido à sequência. A segunda parte segue um caminho completamente diferente do original, investindo em uma mistura malfadada de terror e comédia. Sabe como é, não faz muito sentido fazer piada quando há um vírus comendo carne à solta. Sendo assim, querendo continuar com a franquia, mas ignorando a sequência, os produtores preparam uma prequel, contando acontecimentos anteriores ao primeiro filme. Mas não seria melhor parar de mexer no que já está abatido?

A história gira em torno de um grupo de amigos, em um cruzeiro de despedida de solteiro, no Caribe. Eles decidem parar em uma ilha aparentemente deserta para aproveitar o dia, mas o que eles não sabem, é que o lugar era utilizado para pesquisas médicas, o que acabou tornando-se um matadouro depois que um vírus que come carne mortal é liberado. Agora, a medida que o vírus vai se espalhando entre os jovens, os sobreviventes terão que entrar nas instalações de pesquisar para descobrir uma forma de acabar com este mal. Em uma luta por respostas, o grupo precisará encontrar uma maneira de sobreviver a seus próprios demônios e às bactérias mortais, ou ela consumirá todos eles.

Sabe quando você chega em um ponto sem retorno? Esse é o exemplo do segundo filme. Desde que desconstruíram a atmosfera tensa do original, os produtores não poderiam simplesmente continuar de onde a sequência parou e voltar a insistir no mesmo tom sério que o primeiro filme. Por mais que a ideia de um apocalipse viral seja interessante, a saída mais inteligente seria esquecer de vez o constrangimento da segunda parte. E, apesar disso, seria incoerente continuar a história sem considerá-la. É por isso que um prelúdio foi uma saída perfeita para os problemas dos produtores. Sendo assim, eles poderiam voltar às raízes sem peso na consciência.

Tudo bem que esse conceito de reinício é muito interessante, mas na prática a situação é outra. Por mais que o filme se esforce para manter um clima sério, é impossível colocar qualquer crédito na trama quando ela é tão cheia de furos e momentos clichês. Se os cientistas estavam tão preocupados com o paciente zero espalhar o vírus, por que foi tão fácil para que ele fosse despejado junto do esgoto no mar? Eu poderia ficar fazendo perguntas sobre esses furos o dia inteiro. Tem muita coisa sem sentido que poderia ter sido melhor elaboradora se os roteiristas tivessem parado para se esforçar, ao invés de simplesmente fazer um bando de jovens promíscuos pararem em uma ilha aleatória sem qualquer motivo válido.

Aliás, se a história é uma prequel envolvendo o paciente zero, por que o roteiro não traz nada relevante para a franquia em si? Continuamos sem saber nada sobre o vírus. Nenhuma informação nova é liberada, e o acréscimo do tal paciente em zero em nada contribui para o desenvolvimento da história. Neste caso, fica ainda mais claro que os produtores nunca quiseram fazer algo relevante, apenas mais uma sequência caça-níquel disfarçada com uma proposta ilusória. O único ponto positivo fica por conta da maquiagem dos contaminados pela doença. Diferente do filme anterior, o vírus volta a comer a carne de suas vítimas, em efeitos práticos muito mais gráficos do que já apresentados antes.

E essa sequência se resume a isso. Um bando de adolescentes perdendo seus membros e suas peles, enquanto lutam para sobreviver a algo que já selou seus destinos desde o começo. Há algumas cenas legais, como o embate entre duas personagens contaminadas, que resulta em um confronto sangrento, mas não espere nada além disso. O roteiro consegue ser pior que o da segunda parte, especialmente porque este não se conecta em nada com os outros filmes da franquia. E o pior é que a produtora ainda tinha planos para uma nova sequência, que foi cancelada para dar lugar a um remake do original. Não sei qual opção é pior. Não está na hora de deixar este vírus encubado?


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1 Comentário(s)

Um comentário:

  1. Entre uma nova sequência e um remake eu prefiro o remake, talvez assim eles façam um filme mais sombrio e decente.

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