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[Crítica] Sombras da Morte


Direção: David Cholewa
Ano: 2012
País: França
Duração: 75 minutos
Título original: Dead Shadows

» Será distribuído pela PlayArte, direto em DVD, com o título Sombras da Morte. Não há nada para reclamar aqui. O título ficou bem fiel ao original, e a arte da capa ficou boa. É uma pena que não podemos dizer o mesmo do filme em si.

Crítica:

FASE 1: Desorientação.
FASE 2: Comportamento Violento.
FASE 3: Mutação.
FASE 4: -----

Quando pensamos no fim do mundo, certamente a maioria imagina zumbis andando pela face da terra perseguindo os vivos. Porém, se formos parar para pensar nas milhares de possibilidades, essa parece a mais improvável. Há quem acredite em vida em outros planetas, o que nos leva a questionar o que aconteceria se eles nos encontrassem. A resposta nem sempre pode ser agradável como mostrado no clássico E.T. - O Extraterrestre. Muitos filmes abordam esse tema e, a maioria deles, mostra um quadro assustador, deixando claro que quem morrer rápido tem sorte. Dead Shadows segue esse estilo, abordando o fim do mundo através de um novo ângulo.

A história gira em torno de Chris, um jovem traumatizado pelos eventos do seu passado. Ele tem fobia do escuro, por isso, não costuma sair à noite e mantém os cômodos de sua casa muito bem iluminados. Não demora muito para ele conhecer sua vizinha, Claire, que acaba forçando os seus limites ao lhe convidar para uma festa de noite. Apesar de rejeitar a proposta de início, Chris consegue encarar os seus medos e ir encontrar com a garota que gosta. Em paralelo a isso, um cometa está de passagem pela cidade, o que causa mutação em diversas pessoas, transformando a noite em um verdadeiro apocalipse.

A proposta do filme é muito interessante e consegue abordar um tema apocalíptico de uma forma diferente do habitual. Enquanto nas outras produções, zumbis sedentos por carne povoam a tela, neste filme, temos pessoas sofrendo mutações por causa de fragmentos de um cometa. Apesar de parecer uma boa pedida, confesso que as aparências enganam bastante. Esse filme entra para a classe daqueles que "tinham potencial para ser excelente, mas acabou sendo um desperdício de uma boa ideia". É lamentável quando um filme estraga uma boa ideia ao apresentar algo abaixo das nossas expectativas.

Felizmente, os efeitos visuais e práticos não são ruins. Em um filme onde ocorrem mutações nos contaminados, esse detalhe é essencial. Destaque as cenas em que a cara de alguns contaminados começa a derreter. Infelizmente, o enredo não focou na diversidade dos contaminados e nem definiu uma mitologia. Não há informações sobre a contaminação. Nada é dito sobre como ela se manifesta ou como as pessoas são contaminadas. Antes mesmo que você possa notar, o apocalipse começou bem diante dos seus olhos. E, quando a situação fica mais tensa, é o momento em que a qualidade do filme começa a cair. Ironicamente, o filme só evolui bem antes que a contaminação acontece.

O começo é muito bom, além de apresentar os personagens e ligá-los, também consegue gerar expectativa em torno do que está por vir. Infelizmente, o enredo se perde completamente no meio da bagunça causada pelas mutações. O protagonista começa a se comportar de forma surreal, o que me fez crer que ele estava ficando maluco e tudo aquilo estava apenas em sua cabeça. Pelo menos essa reviravolta não acontece, mas a realidade não é muito melhor. Não há reviravoltas e a trama não faz questão de explicar nada. Assim que o caos começa, somos obrigados a testemunhar diversas cenas sem coesão e personagens tomando atitudes injustificáveis.

E se você pensa que será recompensado por esperar até o final do filme, você está muito enganado. Nada é explicado e o desfecho enterra todas as possibilidades que o enredo deveria ter apresentado. Esse filme foi uma completa perda de tempo. Destruiu com minhas expectativas e tenho certeza que irá destruir com as suas também. Certamente há muitos muito melhores com esse tema. Quem gosta de falar mal exclusivamente do cinema americano, deve aprender que filmes ruins são feitos em todos os lugares. Odeie em preconceito. Essa é a única mensagem que eu posso passar depois de ter visto o caos causado pelo roteiro. Passem longe!


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