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[Crítica] A Hospedeira


Direção: Andrew Niccol
Ano: 2013
País: EUA
Duração: 125 minutos
Título Original: The Host

Crítica:

Nosso destino pode mudar num piscar de olhos.

Muitas pessoas, que foram perturbadas pela febre de Crepúsculo, acusam Stephenie Meyer de ser uma péssima escritora. Ironicamente, a maioria dessas pessoas nunca leu um livro dela sequer. Está certo que ela não tem muitas obras publicadas, porém, tendo lido todos os que ela já escreveu - incluindo um conto de terror na antologia Formaturas Infernais -, eu tenho propriedade para dizer que ela é esperta em trabalhar com temas atuais e adaptáveis. O livro A Hospedeira certamente chamou a minha atenção, por se tratar de uma história nova e sem qualquer ligação com os vampiros brilhantes de Forks.

A história desse filme gira em torno de Melanie, uma garota forte que faz parte da resistência humana. O planeta Terra foi dominado por alienígenas que possuem os corpos de seus hospedeiros e assumem suas memórias. O único meio de diferenciá-los é através de seus olhos, que têm uma espécie de auréola prateado em torno da íris. Depois de uma tentativa falha de se matar, Melanie é dominada pelos Buscadores e tem o seu corpo invadido por outro ser, Peregrina. Porém, a novata logo perceberá que as emoções humanas são muito mais fortes do que qualquer outra coisa que já experimentou e que alguns humanos são muito mais resistentes do que outros.

O livro tem um apelo adolescente, ainda que a história não seja inteiramente direcionada a eles. Há o velho jogo de triângulo amoroso. Neste caso, há um verdadeiro quadrado amoroso em apenas três corpos. A história em si, porém, é bastante séria e adulta. Invasão alienígena e luta pela sobrevivência são temas sempre interessantes de acompanhar. A primeira mudança básica que percebemos só de olhar para o pôster são as características dos personagens. Enquanto que no livro, um dos personagens centrais, Jared, chegava a ter quase quarenta anos, no filme, todos estão na faixa dos vinte e poucos.

Outra mudança óbvia é a contenção da violência. Já era esperado que os produtores entregariam um filme mais leve para manter a classificação etária controlada. Esse é um filme baseado em um livro da Stephenie Meyer, então sempre há o marketing que pode gerar retorno dos adolescentes, que estão em busca de mais um romance sobrenatural. Em determinada passagem do livro, a protagonista praticamente arranca metade de seu rosto em uma tentativa de cobrir suas cicatrizes. Já no filme, há apenas um pequeno corto disfarçado. Não estou contando como um ponto negativo, estou apenas fazendo uma observação.

Tudo acontece muito rápido no filme. Quando você percebe, algo que você passou dias lendo, se desenrola em questões de minutos. Isso também não é algo negativo, considerando que um filme tem a obrigação de dar uma resumida, mas só quem leu os livros entenderá a profundidade de todos os momentos. Somente por meio da leitura acompanhamos o lento processo de adaptação da Peregrina dentro da caverna e a forma como os humanos respondiam a ela. Não é algo realmente importante na trama geral, mas foi um dos pontos mais interessantes do livro. Há uma cena no livro muito marcante, que fez toda falta no livro. Em determinado momento, os personagens veem um casal alienígena brincando com seu filho, um humano normal. É justamente nesse ponto que vemos que as coisas mudarão, independente dos esforços de dominação à raça humana.

Os efeitos visuais estão bons. Há poucas coisas diferentes, como o jeito que a protagonista escapa e vai parar nas cavernas do deserto. Foi aceitável a forma como o diretor optou mostrar as conversas entre a Peregrina e a Melanie, algo que poderia gerar muita confusão. No geral, foi uma boa adaptação. Deve agradar tanto os leitores quanto as pessoas que nunca tiveram acesso ao livro. Porém, para quem gostou muito bastante da história, é recomendado que procurem o livro. É uma experiência bem mais completa.


Trailer Legendado:

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