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[Livro] Destino Final - Capítulo 12: Destino

- Não aguento mais fazer malas – Reclamou Chad no celular para sua amiga Sarah, enquanto dobrava suas roupas.

- Homem é tudo igual mesmo, não acredito que temos que fazer tudo por vocês.

Sarah estava deitada na sua cama coberta por seu edredom vermelho, sua cabeça estava no travesseiro, mal podia esperar para ver Chad de novo. Sua colega de quarto, Missie, estava na cama ao lado, fazendo gestos obscenos para fazê-la achar graça. Era a faculdade, na verdade, a faculdade dos sonhos de Chad, que tinha dado a sorte de ter conhecido uma caloura gente boa como Sarah. Ela não era apenas legal, era bonita, tinha cabelos castanhos que passavam dos seios e um corpo de dar inveja, se Chad não estivesse comprometido, eles já teriam ficado juntos.

Quando bateram na porta, ela levantou. Caminhou e a abriu, pedindo para Chad esperar um pouco na linha. Ele colocou no viva voz só para tirar o celular da orelha. Jogou ele encima da cama e voltou a dobrar suas roupas. Sarah fez a mesma coisa, só que continuou com o celular nas mãos.

- Olá – Disse Sarah ao carteiro assim que abriu a porta.

- Mandaram isso para Sarah Datts, é você?

- Sim, sou eu – Sarah arregalou os olhos quando percebeu que o carteiro estava com um buquê de rosas nas mãos – São pra mim? Ai meu Deus!

- Sarah, ai meu Deus! – Gritou Missie, sabia exatamente quem tinha mandado.

- O que está acontecendo, pessoal? – Perguntou Chad, não entendia nada do outro lado da linha.

- Obrigada – Sarah sorriu e fechou a porta.

- Sarah acabou de receber um buquê misterioso – Missie disse a Chad, enquanto Sarah abria o cartão que vinha junto.

- Isso deve ter haver com um garoto moreno e alto que eu conheço, que deve estar arrependido pela noite passada. Começa com Bill e termina com Munguen – Chad estava sendo sarcástico.

- Escutem só – Sarah abriu o cartão e começou a lê-lo – “Sinto muito pela noite passada, nenhum cavalheiro deve deixar uma dama tão linda esperando. Com amor, Bill”. Ai meu Deus! – Sarah tinha ficado eufórica, começou a dar gritinhos junto de Missie.

- Mulheres... – Sussurrou Chad – Sarah, com um cartão desses é pra casar né? Se os filhos de vocês não nascerem negros vou dar o maior apoio a ele quando quiser se divorciar, isso considerando seu passado...

- Cala a boca – Sarah sorriu – Depois dessa acho que não sinto mais raiva dele.

- Você não precisa ser tão fácil, S – Missie agarrou a almofada que Sarah jogou nela depois do comentário.

- Não, acredite Missie, se um cara chegou a enviar presentes por arrependimento, ele realmente está afim e não pôde ir por motivos maiores, já que a maioria dos caras simplesmente liga de ultima hora e espera a garota perguntar o motivo do bolo.

- Viu só? – Sarah deitou na cama e olhou para Missie com deboche – Já sei a quem pedir conselhos da próxima vez.

- Um garoto entende a mente de outro garoto, é simples, e injusto – Missie jogou a almofada de volta.

Assim que Chad fechou sua mala ouviu uma buzina na frente de sua casa. Ele olhou pela janela, só podia ver seu novo carro azul.

- Preciso ir, garotas.

- Que pena – Sarah fez um bico – Mas estou há dois dias te de ver de novo e te apresentar as festas de arromba das Delta Gama, então... Boa viagem.

- Obrigado, e boa sorte com o Bill, deixe ele saber que você adorou as flores.

- Pode deixar. Tchau.

Chad pegou o celular e finalizou a chamada. Mais uma vez ouviu a buzina e tratou de correr pro lado de fora. Quando abriu a porta, viu Rachel parada perto do carro, apertando a buzina mais e mais. Ela estava com um sorriso lindo no rosto, demonstrando que fazia aquilo de propósito.

- Você é muito chata, garota.

- E você me ama – Ela deu um beijo nele.

Ele andou até o porta malas que estava aberto e jogou a mala lá dentro bem ao lado da mala de Rachel, que entrou no carro, no banco do passageiro. Antes que fechasse o porta malas, Chad ainda bateu a cabeça, Rachel viu tudo pelo retrovisor.

- Ai! – Ele reclamou e fechou a porta.

- Cuidado com o chifre – Rachel estava sorrindo.

Chad entrou no carro e bateu a porta. Antes que girasse a chave, olhou para Rachel, ela estava com a cabeça recostada no banco, sorrindo pra ele.

- O que foi?

- Você é muito desastrado.

- E você me ama – Ele sorriu e girou a chave.

Rachel virou pro outro lado, queria ver as ruas passando pela janela.

Após alguns minutos de estrada, eles finalmente chegaram à rodovia principal. O transito estava engarrafado, parecia que não ia mais andar.

- Que droga – Reclamou Rachel quando olhou pela janela – Como se não bastasse o transito, os motoristas deram pra brincar com a buzina...

Mas Chad nem estava prestando atenção nisso, ele pensava em como as coisas tinham acontecido. Nem parecia que faziam três meses que tudo ocorrera, ele parecia tão bem, nunca mais tinha sentido aquela sensação gelada ou se preocupado com a morte, ele estava feliz ao lado de Rachel, que parecia tão bem quanto ele.

Rachel não podia negar que vez ou outra tinha um pesadelo com aquele acidente de navio ou as mortes horríveis que vira, mas estava feliz por aquela sensação de morte não tê-la atormentado mais. Tudo o que aconteceu a fez refletir que eles precisam aproveitar a vida ao máximo, porque a vida é realmente curta.

Ela olhou para Chad, ele parecia bem tranquilo e paciente para alguém que estava no meio de um engarrafamento.

- Eu tenho ciúmes...

- O que? – Chad olhou pra ela, confuso.

- Você está atravessando o estado para ver uma garota, estou me sentindo ameaçada.

- Sarah? – Ele riu – Nada haver, já expliquei pra você. Ela é apenas uma amiga, que me ajudou quando eu frequentava auto ajuda e que por acaso estuda na faculdade dos meus sonhos.

- E você por acaso vai aproveitar que todos do nosso colégio estão visitando faculdades?

- É uma oportunidade de conversar de novo com ela e conhecer minha talvez futura faculdade. Não se preocupe, não vou deixar ela me embebedar numa festa da Delta Gama.

O carro da frente começou a andar. Chad pisou no acelerador, mas logo teve que parar.

- Eu tenho o sexto sentido Chad Barclay, sei se você vai me trair – Rachel fechou os olhos, tentou demonstrar desconfiança, mas era claramente um fingimento.

- E o que seu sexto sentido está dizendo agora?

- Que você não vive sem mim e que nunca seria capaz de me trair... – Ela sorriu, foi pra cima dele e deu um beijo.

- Acho que seu sexto sentido é ótimo.

O tráfego andou de novo, dessa vez o carro andou um pouco mais. Rachel se deitou no banco novamente e fitou a janela, entediada. Ela leu a placa da estrada, dizia “Rodovia 180”, mas não ligou.

- Vamos ouvir música – Ela ligou o rádio, estava tocando um rock dos anos setenta. Ela foi apertando os botões até encontrar uma rádio onde tocava uma música do seu gosto.

Ela se recostou novamente no banco e começou a acompanhar a musica. Chad olhou para ela, meio intrigado, não acreditava que ela gostava de musica Soul.

- O que foi? Minha avó cantava pra eu dormir...

- Tudo bem...

Chad olhou pro lado e viu um ônibus escolar lotado. Lá dentro havia jogadores que estavam balançando o ônibus e gritando “Vira, vira, vira”. Ele sentiu um arrepio, como eles tinham coragem de fazer aquilo? Poderia acontecer um acidente.

- Mas se você não gostou, eu mudo... – Rachel apertou o botão para mudar de estação novamente, quase parou quando ouviu a musica “highway to hell”, mas também passou. Ela parou na rádio onde estavam dando uma noticia.

[...]Hoje faz exatamente um ano da queda do vôo 180, um memorial foi[...]

Ela mudou de estação, não queria ouvir noticiais sobre tragédias.

- Droga, não tem nada que preste aqui... – Ela voltou para a estação onde tocava Soul e se recostou no banco novamente.

O tráfego foi liberado no momento em que um caminhão de toras passou a frente. Os dois olharam pra trás e viram um carro vermelho no meio da pista. Uma garota estava à frente dele, parecia estar gritando com o policial.

De repente, as estações de rádio começaram a mudar sozinhas. A frequência estava maluca, indo rápido demais, até que parou numa rádio onde tocava “oh death”. Rachel sentiu um calafrio e olhou para Chad, que tinha sentido o mesmo.

As correntes do caminhão se soltaram e as toras caíram na estrada. Elas pulavam, acertando os carros das pessoas. Quando Chad olhou pra frente, era tarde demais. Uma das toras entrou pelo vidro do carro e atingiu Rachel. Chad gritou, mas não tirou o pé do acelerador. Com uma enorme tora ao seu lado, ele continuou dirigindo, desviando dos outros carros que também eram acertados.

Num desvio errado, o carro acabou capotando, quicou duas vezes no chão e caiu de cabeça pra baixo no asfalto. Ele ficou preso, metade do seu corpo estava dentro do carro e a outra metade estava fora. Os machucados em seu rosto eram graves, ele tinha um corte horizontal na bochecha e seu olho esquerdo havia sido perfurado.

Ele olhou pra frente e viu algumas pessoas queimando vivas dentro de um carro em chamas. Elas gritavam desesperadas por ajuda, ele pôde ver as duas crianças que estavam no carro morrerem devagar.

- Não! – Ele gritou, achava injusto morrer daquele jeito.

Quando olhou pra direita, viu que um caminhão desgovernado estava vindo em sua direção. Ele tentou sair, mas não conseguia. Soltou mais gritos pedindo ajuda, mas era tarde demais.

As rodas do caminhão passaram por seu corpo. Depois de dar o ultimo grito, ele foi completamente esmagado.

--

Chad abriu os olhos, no exato momento em que a mulher desastrada derramara café encima dele.

- Me desculpe – Ela disse e tentou limpá-lo com um lenço.

Chad olhou para sua mesa, seu livro ainda estava lá, o café que a desastrada havia derrubado acabou deixando a frase “morte na água” grifada.

Ele olhou para ela e tomou um susto. Ela recuou, não sabia o que tinha dado nele. Mas ele sabia. Ainda estava no navio, naquela sala de jantar, como poderia ser verdade? E tudo o que tinha acontecido? As mortes, as teorias, como ele podia estar dentro daquele navio novamente?

Ele olhou para Rachel, que estava na outra mesa, ela já estava acordada. Naomi, a sua frente, perguntava o que ela tinha, pois estava chorando. Ela devagar olhou para trás, trocou um olhar cheio de lágrimas com Chad, os dois sabiam o que estava acontecendo. A fumaça gelada saiu da boca de ambos e o desespero começou. Se eles não fizessem nada, tudo o que viram iria acontecer. Desde a morte de seus amigos até a destruição no parque de diversões.

O navio fez barulho, só que os gritos de Chad e Rachel saíram mais altos, estavam implorando para que houvesse uma maneira de escapar de seu destino final, mas o navio já havia zarpado.

A Punhalada 2
Capítulo 1: Não Atenda o Telefone, dia 15 de Março.
Comentário(s)
9 Comentário(s)

9 comentários:

  1. meu Deus o que foi isso eu pensei que ia acabar daquela forma do engavetamento mais você é demais tudo o melhor escritor da face da terra
    eu não tenho nem palavras para descrever o que eu estou sentindo nesse exato momento
    a melhor historia de premonição que eu vi na minha vida
    ah eu sou aquele carinho que ficou aqui desde de manhã

    vai ter a parte 2 ?

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  2. Ai-Meu-Deus-que-Perfeitoooo......

    Sabia que seria a Rachel a sobreviver, ''e voce me ama'',fofos*--*,anciosa demais por A Punhalada 2

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  3. Cara você é muito bom escritor
    Super final

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  4. OMG... Se Destino Final fosse Premonição 6, seria o mais perfeito, com final mais surpreendente que o 5! *---* Amei demais, tomara que tenha Parte 2.

    A Punhalada 2 vem aí dia 15 OMG

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  5. JESUS ME XICOTEIA!!,que final surpreendente,nunca poderia imaginar que tudo aquilo fosse parte da premonição inicial,espero que tenha a parte 2.Tinha certeza que seria a Rachel que iria sobreviver,e que ela e o Chad ficariam juntos,muito fofo os dois.João,vc é um escritor fantástico muito boa todas as suas histórias queria muito que esse fosse Premonição 6 seria perfeito.Esperando dia 15 a estréia de A Punhalada 2 *-*.

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  6. MOG sabia que voce era demais! Mais isso è surpreendente fosse e muito foda Joao! Apunhalada dois s2

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  7. caraca foi perfeito of inal e vc como sempre surpreendendo os leitores muito foda msm. ah vou comecar a ler apunhalada. ms daki a poko comeco a acompanhar a apunhalada 2. ms vc pode me dizer se vai haver DESTINO FINAL 2.
    BY: Junio Sombra

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  8. Obrigado de novo por lerem outra história minha, sério, significa muito.
    Olha, é difícil dizer se vai ter Destino Final 2, porque usamos praticamente todas as ideias neste, então... Mas não é impossível. Por enquanto vamos trabalhar na trilogia A Punhalada, e quem sabe alguns outros projetos dos quais não posso falar agora, então, por enquanto, nada de Destino Final 2, mas eu adoraria que tivesse, só queremos focar em outras coisas antes de ter certeza.

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  9. Eu quero continuação, deles no Navio, por favor!

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