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[Livro] Hell Yes - Capítulo 10: Deixe-me te Possuir


Quando um raio de luz acertou Taylor pela janela de vidro, ela abriu os olhos, mesmo relutando. A primeira coisa que viu foi a parede de uma casa de madeira e só o que se ouvia lá fora era o som dos passarinhos cantando. Ela olhou ao redor, com a visão ainda embaçada e percebeu que a casa estava devidamente arrumada e tinha um toque feminino. Ela sentou-se e percebeu que estava no sofá da sala, que era bem pequena. Quando avistou um espelho ao lado da porta de entrada, levantou-se e com passos lentos chegou até lá. Ela estava linda e ainda humana e isso era estranho, já que a ultima coisa que lembra foi de ter se tornado um monstro e matado a vadia que estava torturando Rebecca e Axel. Axel, ela repetiu em sua cabeça e uma imagem sua surgiu.

- Você é linda – Disse Elvira, atrás dela.

Taylor não se virou, apenas a observou pelo espelho, perguntando-se quem ela era.

- Talvez, a garota mais linda que eu já vi na vida...

Taylor não disse uma só palavra, apenas tocou em seu rosto com a mão direita, só pra ter certeza se era ou não real, pois afinal, o que explicaria ela ter voltado ao normal se isso não fosse um sonho ou uma alucinação?

- O que aconteceu? – Ela perguntou, finalmente.

- Você parecia perdida, trouxe você para minha casa de campo.

- E eu estava normal? –O que ela quis dizer foi “Eu era humana?”, mas não tinha certeza se a misteriosa mulher sabia ou não sobre as criaturas do submundo.

- Você tomou sangue de Rainha - Elvira deu dois passos na direção dela e parou – E apesar do meu conhecimento sobre isso ser extenso, talvez existam algumas coisas que você poderá fazer além de voltar ao normal quando quiser.

- Quando eu quero? –Taylor olhou pra ela, se segurou pra não dar pulos de alegria – Isso é sério?

- Possivelmente.

- E por que você me ajudou? Ou eu sou uma prisioneira?

- De forma alguma. Você esta livre pra ir se quiser, mas eu aconselho você a ficar, já que você não e muito querida entre demônios e caçadores e esta cabana está imune aos dois.

Taylor deu uma olhada ao redor, não havia nada demais ali, mas ela sentia que aquela mulher até então misteriosa pra ela sabia muito mais coisas.

- Você pode ir embora, ou ouvir o que eu tenho a dizer.

- Muito bem – Taylor sentou-se no sofá e fitou Elvira, estava esperando.

- Certo – Elvira sentou-se com leveza na poltrona a frente de Taylor e cruzou as pernas, demonstrando que o que mais tinha era classe – Eu ajudei você porque eu acho você uma das poucas coisas neste mundo que merecem viver, e você provou isso quando tirou Axel daquele edifício e eu no mínimo devo lhe agradecer por isso. Mas, também acho que você é confiável o bastante para realizar certas tarefas.

- Então você quer me usar na batalha contra o bem e o mal? – Taylor debochou – Parece que o mundo inteiro quer isso.

- Eu não quero usar seus poderes a meus benefícios, minha cara. Quero apenas ajudá-la a não morrer, e depois você decide de que lado quer ficar.

- E como a senhora vai fazer isso?

- Bem... –Elvira engoliu em seco com a palavra “senhora”, mas recobrou a compostura – Está na cara que você não sabe com o que ou quem esta lidando, e isso incluindo você mesma. Se você me permitir, vou explorar seus limites e fazer de você a ultima pessoa com quem Minerva ou Penn queiram se meter.

 A idéia soava mais que interessante na cabeça de Taylor. Era quase uma proposta para torná-la uma super heroína e acabar com os planos de Minerva. Tentador, e ela já estava com sorte de ter podido voltar ao normal, só que não fazia idéia de como se transformar e Elvira poderia ajudá-la a descobrir. Ela não disse nada, apenas olhou para as duas mãos e lembrou que na sua transformação, suas unhas ficaram enormes. Se ela realmente podia transformar-se quando quisesse, aquela era uma boa hora para tentar. Ela ergueu as mãos no alto até seu rosto e fez força, suas unhas imediatamente ficaram com sete centímetros, mas segundos depois voltaram ao normal. Taylor sorriu, mas também demonstrou certa decepção. Olhou para Elvira, que parecia encará-la com orgulho.

- Vai ser mais fácil do que eu pensei... – Elvira sorriu.

--

Minerva abriu a porta do cemitério e entrou. Ela passou por alguns túmulos e parou em frente a uma árvore que estava morta. Tirou suas sementes de seu bolso e cavou a terra em frente a árvore. Colocou as sementes e fechou com a terra preta do cemitério. Deu dois passos pra trás e ficou observando a Terra, estava esperando alguma coisa. Foi só seus olhos piscarem na cor roxa que a terra começou a se mexer. Lá de dentro saíram dois cachorros com uma aparência normal e dóceis. Eles se aproximaram de Minerva e seus olhos ficaram vermelhos instantaneamente.

- Achem a vadia Van Der Lance – Ordenou ela aos cachorros, que saíram correndo.

Ela olhou pra trás e sorriu, mesmo estando preocupada com a eficiência dos cachorros possuídos.

--

Os passos de Terri faziam barulho no chão molhado e cheio de folhas da floresta, e isso era um problema, já que não podia dar sinais de vida. Estava correndo de alguém que nem sabia quem era, ou de alguma coisa que nem fazia idéia que pudesse existir. Só o que passava em sua cabeça eram as imagens de seus amigos mutilados, um por um, tinham encontrado seu fim.

Sua respiração estava ofegante e suas pernas pareciam que iriam sacar de tanto que ela já tinha corrido. Quem quer que fosse, não iria matá-la como matou as pessoas que ela ama, ela não poderia deixar.

Terri chegou até um precipício, não tão alto, ela podia descer dali se tomasse muito cuidado, mas estava tudo molhado e escuro, ela poderia cair dali e morrer. Foi aí que ouviu um rugido. Ela olhou pra trás e fitou as árvores, sem saber em que direção olhar. Foi então que ela viu dois olhos vermelhos entre as árvores e estava andando devagar em sua direção. A criatura só pôde ser vista quando apareceu para a luz do luar. Era um lobisomem de mais de dois metros e com pele marrom, estava disposto a matar a garota.

Quando preparou o ataque, a garota gritou e de trás das árvores surgiu Annie, com uma arma completamente carregada de balas de preta. Ela atirou, mas o tiro não acertou o lobisomem. Ele pulou encima dela e sua costa bateu com força no chão, foi aí que Axel apareceu atirando nele com sua arma, mas as balas não eram de prata.

Axel notou que o lobisomem recuava mesmo com os tiros e tratou de tirar seu facão da mochila e correr na sua direção. O lobisomem rugiu e foi acertado no braço com o facão de Axel. Terri correu assim que Annie a mandou e sumiu floresta a dentro. O lobisomem viu que ela estava fugindo e correu atrás, mas levou um tiro nas costas de Axel, que estava com a arma apontada pra ele na ponta do precipício. A criatura correu e junto de Axel caiu na terra dura. Axel tirou uma faca da sua perna e furou seu olho.

O lobisomem rugiu mais alto ainda com a dor e ficou furioso, e não sabia que Annie estava lá encima com sua arma cheia de balas de prata preparada. Ela deu três tiros certeiros e o lobisomem caiu imediatamente no chão. Axel e Annie suspiraram. Ela abaixou a arma, mas não tirou os olhos do lobisomem, queria ver se ele voltava a sua forma humana rapidamente ou não, mas sabia que tinha que ir atrás da garota pra ter certeza que ela estava bem.

- Vou procurar a garota – Ela guardou a arma na cintura e correu para a floresta.

Axel levantou e se sentou no chão, de frente para o corpo do lobisomem, estava voltando a sua forma humana. E em fração de segundos, a enorme criatura havia se transformado num garoto de 17 anos, que estava pelado a sua frente, com três furos de tiros nas costas que atravessavam seu peito.

Além da revolta, Axel sentiu pena. Como alguem podia ter coragem de transformar um garoto de 17 anos que tinha uma vida pela frente num monstro sem coração e fazê-lo destruir tudo o que vir pela frente? Se alguma coisa poderia ser considerada uma das piores da vida, aquilo com certeza era uma.

Meia hora depois, Axel voltou ao carro e ficou esperando Annie lá na frente. Ela estava colocando Terri no primeiro carro que passou, logo depois de explicar que ela não deveria contar nada do que aconteceu, pois ninguém acreditaria na história do lobisomem. O conselho de Annie foi que Terri dissesse a todos que quem matou seus amigos foram lobos normais e comuns.

Quando Axel notou Annie se aproximando, abriu a porta do carro e entrou. Annie deu a volta e sentou ao seu lado.

- Pobre garota, vai demorar anos pra isso sair da cabeça dela – Comentou Annie, sua voz demonstrava que estava inconformada.

- Como você sabe? – Axel ligou o carro.

- Algumas coisas ainda não saíram da minha cabeça... – Ela olhou pra ele – Sem perguntas.

- Tudo bem – Ele pisou no acelerador e eles partiram.

Naquele momento, só o que Axel queria era chegar no seu quarto de hotel, tomar um banho quente e se jogar na cama pra dormir por pelo menos vinte horas seguidas. Ele estava morto de cansaço, assim como Annie, que estava numa comemoração pessoal na sua cabeça por ter matado seu primeiro lobisomem.

Ela nem imaginava que Axel estava pensando naquela noite. Aquela noite onde viu Taylor se transformar e sentiu seus ossos dando a volta dentro de seu corpo. Mas, ele nem lembrava mais da dor. Só o que via em sua cabeça era a imagem do monstro em que Taylor se transformara e ele não pôde fazer nada por ela. Mas, também tinha duvidas se deveria ter feito alguma coisa. Ele revirou os olhos quando tentou se convencer de que ela era apenas uma criatura que fazia parte de um plano de demônios que provavelmente iria matar muitas pessoas, ou transformar a Terra num inferno.

Annie viu as expressões de Axel mudarem, mas não teve coragem de perguntar nada. Ela imaginou que ele estaria cansado ou simplesmente no ápice de sua personalidade que não era nada simpática. Ela escorou-se no banco e colocou os pés encima do porta-luvas, pensando que Axel iria dar uma bronca, mas naquele momento, ele não estava nem ciente que Annie estava ao seu lado. Ela olhou pra ele, com discórdia, ele poderia ser distraído, mas nunca perdia uma oportunidade de dar uma bronca em alguém.

- O que está acontecendo com você? – Ela perguntou.

- Eu não faço a mínima idéia...

- Você percebeu que meus pés estão encima do porta-luvas e minha bota de couro preta está sujando seu carro com terra de cemitério?

- Ok, você venceu – Ele suspirou – Tire seus pés daí ou vai ficar de castigo – Ele tentou sorrir com a piada, mas não conseguiu.

- Sério, estou preocupada – Ela se ajeitou no banco e olhou pra ele – Faz muito tempo que você não age normalmente. E depois daquilo que aconteceu, ficou ainda pior.

Axel fingiu que Annie não havia mencionado a noite em que Taylor se transformara e relutou mais uma vez nesta ser sua primeira lembrança daquele dia e o acontecimento que o identificou. Ele então, travou uma batalha mental e tentou colocar na cabeça que aquela foi a noite em que ele quase morreu e não a noite em que Taylor se transformou, ou pelo menos, deveria ser a primeira coisa que ele deve pensar ao ouvir aquela noite sendo mencionada.

- Annie, você é muito irritante – Ele reclamou e deu um meio sorriso, ele até gostava que ela fosse chata desse jeito, provava que pelo menos alguém gostava dele.

- Você me ama, e isso é fato – Annie logo fez uma cara de “pena que não me ama como eu queria”, mas mudou rapidamente de expressão sem Axel perceber.

Ela fitou a floresta ao lado pela sua janela e recostou sua cabeça no banco, estava confortável até demais. Começou a pensar, estava criando hipóteses para Axel estar daquele jeito, mas Taylor não lhe saia da cabeça, simplesmente porque Axel começou a agir estranho desde quando ela apareceu. Ela até cogitou a possibilidade dele estar apaixonado por ela, mas depois riu de si mesma e ficou se achando uma idiota. Ao seu ver, como Axel poderia se apaixonar por uma criatura se ele despreza até os mais estranhos dos animais que nem matam serem humanos pra viver?

De repente, eles ouviram um barulho. Os dois olharam pro teto do carro, mas não ouviram mais nada. Annie olhou pra frente e viu uma mulher correndo cheia de sangue para dentro da floresta.

- Axel! – Ela gritou, chamando a atenção de seu parceiro.

Axel olhou a tempo de ver a mulher ferida entrando na floresta.

- Hey, moça! –Ele gritou e saiu do carro – Fique aqui dentro Annie, prepare a arma.

- Certo.

Axel correu atrás da mulher pela floresta, ele conseguia ouvir seus passos. Ele tentou  gritar para chamar sua atenção, mas a mulher não parava de correr. Ele a seguiu, até perdê-la de vista. De tanto correr sem saber pra onde estava indo, ele acabou parando num espaço aberto e sem árvores, um local bastante propício para acampar. Mas ele não perdeu tempo analisando o local, estava mais preocupado com a sensação de que tinha alguma coisa ali. Até olhou para todos os lados, tentando ver algo, ou ouvir qualquer coisa, mas nada aconteceu, nada apareceu, nada se moveu.

Ainda no carro, Annie tratou de esconder bem a arma, um truque que aprendeu com Axel para deixar o inimigo pensar que ela é uma garota indefesa. Ela também começou a sentir algo, era uma sensação estranha, que parecia ser uma presença gelada. Ela olhou pras árvores, que estavam ventando para o leste. De repente, pássaros começaram a gritar e voar e ela se assustou, bem no momento em que Axel apareceu na porta do carro. Ela gritou e apontou a arma pra ele,quase tinha apertado o gatilho.

- Que susto – Ela disse, logo abaixou a arma e suspirou aliviada.

- Sou eu – Ele entrou e fechou a porta.

- E a mulher?

- Sumiu. Simplesmente desapareceu. Isso foi muito estranho – Ele ligou o carro.

- Ué, só isso?

- Vamos sair logo daqui, não estou gostando disso – Ele pisou no acelerador e arrancou com o carro.

O celular dele tocou e em fração de segundos ele atendeu.

- Alô?

- É o Camerom. Temos um plano – O celular estava tão alto que Annie podia ouvi-lo falando.

- Onde você está?

-Hotel Kingsdom, venha assim que puder.

--

- Sem chance! – Disse Axel, assim que ouviu o plano.

- Foi a única coisa em que pensamos – Retrucou Camerom.

Rebecca e Annie que estavam sentadas lado a lado na cama trocaram um olhar superior e feminino, estavam achando Axel e Camerom infantis demais, só que concordavam com Axel. Seria arriscado Brian possuir seu corpo e fingir a Minerva que vai ser a isca para Taylor aparecer. Se qualquer coisa acontecesse com o corpo de Axel, ele morreria enquanto Brian sairia ileso.

- Eu disse que ele ia pirar – Brian cruzou os braços e fez cara de tédio.

- Eu não vou deixar nenhum demônio me possuir! – Axel gritou, estava se sentindo ofendido com aquilo.

- É um plano suicida para Axel, Cam – Rebecca olhou para ele – Eu também não aceitaria. E tem muitas chances de dar errado.

- Não irá – Assegurou Camerom – Eu já fui informado por Brian que os demônios estão ficando loucos. Já faz uma semana que Taylor desapareceu e ela é essencial pro plano deles, e pelo nível de desespero, eles precisam dela rápido. E quando surgir um demônio com um plano infalível eles vão aceitar, sem falar que sabem que você nunca aceitaria uma coisa dessas então vão descartar a possibilidade de Brian ser um espião. É perfeito.

- É loucura e nojento – Annie fez cara de nojo.

- Claro que é – Brian se irritou – Ou você pensa que eu quero sair de dentro do modelo que possui pra me transformar num caçador amargurado? Sabe como foi difícil arrumar um cara bonito pra viver dentro? Eles são raros.

Rebecca revirou os olhos, era típico de Brian abrir a boca pra falar besteira num momento impróprio.

- E por que eu tenho que ser possuído? Acham que Taylor vai querer me salvar?

- Mais do que ela salvaria qualquer um de nós, pelo menos – Rebecca sorriu com malícia, mas Axel não havia entendido.

- Ela é um monstro agora. E eu não quero ser chata, mas ela deve estar mais preocupada em qual ser humano vai comer do que qual de nós vai salvar. Não é Axel? – Annie tentou provocar, mas não conseguiu.

Axel olhou pro lado e começou a pensar. Camerom olhou pra ele, esperando uma resposta. Ele tinha que aceitar aquilo, ou então eles nunca saberiam o que Minerva está tramando e o porque de tudo o que já aconteceu. E seja lá o que for, é coisa grande, já que ela já se deu ao trabalho de fazer muita coisa e agora parece desesperada para encontrar Taylor.

- Nós queremos salvá-la, Axel. E parar tudo isso – Camerom estava tentando convencê-lo.

Brian, apesar de parecer convencido, também não estava querendo aquilo e torcia para Axel não aceitar.

- Eu não sei... – Axel estava quase dizendo sim.

Annie sentiu-se mal, já que percebeu que ele queria dizer sim, mas achava que era só porque Taylor seria salva.

- Apesar de tudo, é só o que temos agora – Rebecca decidiu ser positiva, queria ver aquele plano em ação.

- Eu não gosto da idéia de ter um demônio dentro de mim...

- Por que?

- Porque dois são demais – Os olhos de Axel ficaram vermelhos e num movimento rápido ele lançou Camerom, Annie e Rebecca até a parede.

Brian olhou para aquela cena e sorriu, pensou que iriam ficar naquele fingimento a noite toda.

- Meu nome é Abigor, a propósito – Ele riu, cinicamente.

Camerom, que estava bem ao lado de Annie, estava começando a sentir que seu corpo estava fazendo força para furar a parede. A força de Abigor era incrível e ele mal conseguia se mexer, assim como Annie e Rebecca, que também pareciam estar sentindo dor.

- Annie, minha cara, como você não percebeu que seu queridinho Axel estava possuído?

Annie no mesmo instante lembrou do que aconteceu na estrada. A mulher sangrando, Axel correndo atrás dela pra ajudar e de repente a história fica mal contada e ele praticamente corre do local. Ela então, começa a se culpar, deveria ter imaginado.

- Foi tudo armação? – Ela perguntou, parecia que estava fazendo força para falar – A mulher sangrando? Axel indo ajudar?

- Claro que foi, a única parte ruim foi ter pego o corpo de uma mulher, mas Axel serve direitinho. Estou sentindo ele aqui na minha cabeça, gritando, implorando, imaginem só quando ele ver tudo o que eu vou fazer com este corpo – Ele olhou para Brian, sem tirar as mãos do alto, era o que estava mantendo Camerom, Annie e Rebecca suspensos na parede – E Brian, obrigado pela sua ajuda. Minerva vai ficar muito contente por você ter escolhido o lado certo.

- Eu sei – Ele sorriu. Andou até Camerom e olhou bem em seus olhos – Sinto muito, mas no final, a família fala mais alto. Acho que você entende.

- Vai pro inferno! – A voz de Camerom também era forçada, ele sentia que precisava de muita resistência até para respirar.

- É claro que vou. Não há lugar como nossa casa, não é?

- Com certeza não – Abigor sorriu.

Brian se aproximou mais ainda de Camerom, o suficiente para ele ver que o garoto já estava ficando sem ar. Brian sorriu e logo depois despejou uma lambida no rosto do garoto, do queixo até a testa. Camerom fechou os olhos, estava enojado. Quando Brian se afastou, ele disse:

- Isso não foi um adeus. Te vejo em breve – Brian saiu pela porta.

Abigor olhou uma ultima vez para os três antes de sair. Eles caíram no chão, mas estavam fracos demais para fazer alguma coisa. Camerom nem ligava pra dor, estava se sentindo um idiota por não ter percebido que Axel estava possuído. Ele lembrou-se de sua mãe, capaz de identificar alguém possuído há metros de distancia, mas ele falhou. Rebecca estava mais preocupada em amaldiçoar Brian por ele ter tido a audácia de se juntar a Minerva no plano diabólico. Ele realmente não era confiável, mas ela se sentia mais culpada por ter sido um daqueles que acreditaram nele. E Annie, talvez a mais machucada dos três, não estava ligando para o que ia acontecer com ela, mas sim que destino reservava Axel. Ela lembrou das palavras de Abigor, ele iria fazer muita coisa enquanto está na corpo de Axel e ele veria tudo, isso o mataria depois mesmo ele saindo ileso fisicamente. Mas, o pior de tudo, era que se Abigor conseguisse enganar Taylor, todo esforço teria sido em vão.

CAPÍTULO 11: A Maldição das Rainhas
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