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[Livro] A Punhalada - Capítulo 10: Chovendo Sangue


- Kristen! – Chamou Josh, só pra saber se ela sairia do possível transe que estava.

Kristen espantou-se com o grito do amigo, não estava prestando atenção nele ou no livro a sua frente.

A capa do livro dizia “Química”, a matéria preferida de Kristen, mas ela estava preferindo pensar em suas teorias, tentando encontrar algum erro, estava quase obcecada com aquilo.

- Desculpa – Ela pediu – O que você disse? – Ela ajeitou o óculos.

- Eu disse um milhão de coisas!

- Que novidade... – Ela virou a página, mas nem estava prestando atenção no que estava escrito no livro.

As luzes começaram a piscar. Kristen olhou para a lâmpada de seu quarto, amaldiçoou de novo a companhia de luz, isso vivia acontecendo. Josh, parecia apavorado. Olhou pela janela onde o vento batia nas cortinas e a faziam se mexer.

O legal da casa de Kristen, era que estava perto da floresta. Seria legal se ela pudesse cortar caminho por lá e ir pro colégio, isso se sua mãe não tivesse tanto medo que ela se perdesse, ou que fosse brutalmente esfaqueada. Da janela de seu quarto, a vista era linda. Podia se ver a cidade, as luzes, a lua, parecia até que ela morava numa montanha.

Kristen olhou para Josh, percebeu que ele estava com medo.

- Você não está com medo, né? – Perguntou, toda irônica.

- Medo? Eu? Haha! Ta bom! – Josh deu de ombros, negando que por dentro estava apavorado que pudesse ser o próximo – Aliás, quarto bonito, adorei os detalhes rosas.

- Nem vem. Foi minha tia que escolheu, ninguém deixou eu pintar de preto e desenhar uma caveira – Kristen deu de ombros. Folheou seu livro mais uma vez e começou a ler.

Uma panela caiu no andar de baixo, e Josh tomou um susto. Deu um pulo do chão e gritou, dizendo que tinha alguém lá embaixo.

- Cara, relaxa – Pediu Kristen – É o meu pai, ele apenas acabou de chegar.

Eles ouviram outro barulho, dessa vez, de uma porta se abrindo. Kristen tinha a certeza de que era seu pai voltando do trabalho, ainda confiava na sua teoria de que eles não iriam morrer.

- Você tem certeza? – Perguntou Josh, espantado.

- Aff, Josh – Ela revirou os olhos – Você tem que ser tão medroso assim o tempo todo?
- Sim!

- Ok, ok, vou te provar que foi meu pai quem chegou. Vem comigo – Ela levantou-se e caminhou em direção da porta, mas parou e olhou pra trás quando percebeu que Josh não estava indo atrás dela – Anda logo!

- Kristen...

- Vem, Josh! Caramba! Que coisa! – Ela se estressou e andou até a escada, que ficava de frente para o seu quarto.

Josh andou apenas até a porta, de onde ficava olhando para Kristen. Ela debruçou-se no corrimão do segundo andar e olhou pro primeiro andar.

- Pai? Você chegou? – Ela gritou, mas ninguém respondeu.

- Viu só? Não é ele!

- Cala a boca. Pai? Você ta aí?

Não tiveram resposta. Josh estava apavorado, enquanto Kristen já estava começando a temer o pior.

- Josh, pega o taco de golfe do papai no meu quarto, vamos descer!

- O que?

- Agora! – Ela ordenou.

Josh correu até o taco que estava ao lado da cama. Ele correu até Kristen e entregou a ela, que pegou com firmeza, estava decidida a descer as escadas. Cinqüenta por cento dela estava com medo que descesse essa escada e encontrasse a morte, como quase todas as garotas burras de filmes de terror, mas os outros cinqüenta por cento, lhe davam coragem de descer porque sabia que iria encontrar seu pai na cozinha assaltando a geladeira, que estaria ocupado demais fazendo seu lanche que nem se deu ao trabalho de responder aos gritos da filha.

Devagar, Kristen desceu as escadas, Josh sempre dois degraus atrás dela. Ela colocou o taco a sua frente, pronta para qualquer coisa. Os dois entraram na cozinha, mas não viram o pai dela lá, a cozinha estava exatamente como eles deixaram vinte minutos antes quando fizeram o lanche.
Aproximaram-se devagar da porta transparente da cozinha, que dava para o quintal da casa de Kristen. Josh aproveitou e pegou uma frigideira, colocou-a na mesma posição de ataque em que o taco de Kristen estava.

O silencio estava estranho demais, tudo o que fica completamente silencioso, é perigoso. Nem os passos deles dois eles conseguiam ouvir, nenhum ruído, nada que provasse que estavam seguros ou em perigo. Foi aí que o cachorro do pai de Kristen apareceu na porta e começou a latir. Seus latidos foram tão altos, que os dois se assustaram. Josh ainda estava com medo do cachorro, mas sabia que entre eles havia a porta da cozinha, pela qual ele tentava passar enquanto latia que nem louco.

- Por Deus, Kristen – Disse Josh – Eu quase morri de susto.

Kristen sorriu, não acreditava que havia se assustado com o Rutherford, isso quase nunca acontecia.

- Esse cachorro é louco, manda ele parar!

- Own, tadinho do meu Rutherford – Disse Kristen, numa voz fofa, ela estava tentando mimar o cachorro – Vou prender ele, espera.

- Ta bom.

Kristen abriu a porta da cozinha, com cuidado para Rutherford não sair. Mesmo com a chuva, foi pro seu quintal. Rutherford latiu pra ela, estava feliz porque ela estava ali. Abaixou-se e fez carinho na cabeça dele, que abanava o rabo de felicidade. Levantou-se e deu dois passos até a parede pra pegar a coleira vermelha dele. Quando prendeu, ele fez sons de choro.

- Own, não meu bebê, é pra ninguém roubar você – Ela explicou ao cachorro.

Puxou ele pela coleira e andou para a esquerda, até onde ficava a casinha dele e dos outros três cachorros. Prendeu a coleira dele no enorme ferro pregado na parede e logo olhou pro lado, pra ver como estavam os outros cachorros. Colocou a mão no chão e agaixou-se para a casinha de sua cadela Prótons, chamando pelo nome dela.

Mas o que viu, preferia nunca ter visto. Sua cadela estava lá dentro, seu estômago completamente para fora e sangue espalhado por todos os lados. Kristen olhou para sua mão, também estava com sangue.

- Ai meu Deus... – Sussurrou para si mesma.

Ghostface estava atrás da casinha, apenas esperando por Kristen. Quando ela o viu, soltou um grito estrondoso que chamou a atenção de Josh na cozinha.

- Kristen! – Ele gritou, assustado e olhou para a porta.

Kristen correu, mas o assassino foi mais rápido. Quando chega chegou na porta, ele a apunhalou pelas costas e seu sangue espirrou nela. Kristen bateu de frente com a porta e foi escorregando pro chão enquanto perdia as forças nas pernas, estava bem próxima da morte. O cachorro latia, mas nada podia fazer.

Josh saiu correndo, e quando olhou para trás, percebeu o assassino correndo atrás dele. Abriu a porta da casa de Trish e correu, queria chegar na estrada o mais rápido possível, mesmo sabendo que naquela chuva seria difícil alguém querer parar.

Na estrada, Amanda dirigia em alta velocidade, já estava perto do colégio, mal podia esperar seu irmão pra salvar seu irmão, mesmo que isso custasse sua própria morte. Ela foi obrigada a freiar o carro quando Josh apareceu do nada em sua frente. Ele deu a volta e entrou pela parte do banco de trás, ao lado de Megan, que já estava assustada com aquilo.

- Kristen! Ele matou Kristen! – Ele gaguejava, Amanda, Aaron e Megan não entenderam muito bem.

Foi aí que ouviram um estrondo e sentiram o carro se mexer. Megan deu um grito, ninguém sabia o que estava acontecendo. De repente, o mesmo barulho, o carro mexeu-se de novo, ele parecia ter caído mais para o lado da direita. Amanda olhou pela janela e viu um pneu furado.
- Merda! Ele ta furou os pneus! – Ela gritou, quase ao mesmo momento em que o assassino quebrou a janela de trás do carro e agarrou Josh.

Os três abriram a porta do carro quase que imediatamente, correram floresta a dentro na mesma direção. O assassino estava ocupado demais esfaqueando Josh no peito, inúmeras vezes. O sangue dele escorria com a chuva, saindo de seus orifícios e das inúmeras facadas que recebeu. Seu corpo ficou na estrada, estirado, esperando o primeiro a passar para perceber o que havia acontecido.

Os três não sabiam se o assassino tinha ido atrás deles ou não, mas corriam como balas, pulando de galhos quebrados e poças d’água pela floresta. A chuva e a escuridão da noite dificultavam tudo, Amanda mal conseguia ver a direção em que estava indo. Olhou para o lado e viu Megan e Aaron juntos, correndo quase que lado a lado. Sem prestar atenção, acabou caindo numa descida perigosa. Seu grito avisou Megan e Aaron que pararam. Amanda acabou batendo-se nas pedras do caminho, seu corpo rolava pela descida de um jeito que ela não conseguia parar, era quase um penhasco.

- Espera, espera! – Pediu Megan – Onde está Amanda?

- Amanda! – Gritou Aaron, mas Amanda não podia ouvir.

Ela estava no fim da descida, quase desmaiada, a única coisa que a despertou foi a chuva caindo em seu rosto sem parar. Abriu os olhos, mas logo foi obrigada a fechá-los, se não a chuva cairia dentro deles. Não podia ouvir os gritos de Aaron e Megan. Ela sentou-se no chão onde estava e percebeu seu corpo cheio de lama, ela estava imunda. Levantou-se do chão e correu na direção reta, assim pensou que não teria como se perder.

Entre um arbusto e outro, Amanda deu de cara com os fundos de seu colégio. Ela podia ver o campo dali, e as janelas do refeitório. A primeira coisa que pensou foi em Brandon. Correu para a porta dos fundos que já estava aberta, logo pensou que o assassino estaria esperando por ela lá dentro, mas era a vida de Brandon que estava em jogo. Entrou correndo, logo num dos corredores.

- Brandon! – Ela gritou – Brandon! – Correu para o outro corredor, queria encontrar Brandon de qualquer maneira.

Só parou de correr quando seu celular tocou. Ele estava na pequena bolsa que carregava nos ombros. Tirou lá de dentro e atendeu.

- Olá Amanda – Disse o assassino – Vejo que você conseguiu chegar a tempo antes que eu decapitasse seu irmão...

- Onde ele está? – Ela gritou.

- Primeiro, vamos jogar alguma coisa.

- Onde. Ele. Está? – A voz de Amanda furiosa não intimidou o assassino, ele estava com a faca e o queijo nas mãos.

- Vamos fazer desse jeito? Se você acertar minhas perguntas, ele sobrevive. Se não, adeus amor fraternal.

- Seu miserável! Eu vou te matar!

- Vamos começar... Qual o nome do assassino Jigsaw em “Jogos Mortais”?

- John Krammer – Murmurou Amanda, estava cansada até para falar, o frio da chuva a consumia por dentro.

- Resposta certa, viu? Você é uma garota esperta. Próxima pergunta... Qual o nome da primeira protagonista de “A hora do pesadelo”?

- Nancy... Nancy Thompson... – Amanda prendeu o choro, não queria dar ao assassino o gostinho de ouvi-la sofrendo.

- Muito bem, você está de parabéns. Provou que é uma verdadeira fã de filmes de terror... Agora, ultima pergunta, valendo todas... Em qual armário eu estou? –
Amanda não entendeu a pergunta, até olhar para o corredor a sua frente e perceber que ele estava cheio de armários escolares. Seu coração acelerou só de pensar que o assassino estava tão perto assim. Ela olhou pro lado e viu um machado de incêndio preso numa caixa vermelha e com um vidro tapando-o. Com o cotovelo, quebrou o vidro e puxou o machado. Agora vem, seu desgraçado! Ela gritava em sua mente. Fitava os armários, com raiva, certa de que em um deles estaria o assassino. Foi abrindo os que estavam ao seu alcance, mas não tinha lada lá dentro a não ser pilhas de livros. Foi abrindo de dois em dois e pulando dois a cada turno, sempre abrindo com determinação e força.

O ultimo armário do corredor estava entreaberto. Mesmo assim, Amanda não podia ver nada. Chegou a conclusão de que o assassino estava lá. Devagar colocou a mão na fechadura e deu apenas um puxão, mas não tinha nada lá, nem livros.

- Você não está em nenhum dos armários – Disse Amanda com a voz firme, ao telefone.
- Quem disse que era um armário escolar?

Amanda virou-se para trás e fitou a porta do armário de limpeza, bem na hora em que o assassino saia de lá. Ele tentou esfaqueá-la, mas acertou um dos armários. Amanda não perdeu tempo, lançou o machado em sua direção, mas também acertou o armário. Pela primeira vez, ghostface era quem fugia de alguém. Amanda tentou acertá-lo de novo, mas passou direto, ele era rápido demais. Ela tentou outra machadada, mas ele segurou o machado assim que ele bateu na parede e deu um chute na barriga de Amanda. Ela caiu no chão, segurando a barriga que começara a doer. Mas não havia tempo pra isso. Levantou-se e saiu correndo. O assassino jogou o machado longe e correu atrás dela, apenas com a faca. Amanda precisava ter equilíbrio ou então iria cair, já que estava toda molhada e isso não ajudava com chão escorregadio do colégio. Subiu correndo as escadas, gritando, mas sabia que ninguém iria ajudá-la. Trancou-se na primeira porta que viu, era a biblioteca.

Ao redor de Amanda, estavam mesas vazias, fileiras de estantes cheias de livros que parecia que nunca iriam acabar. Mas outra coisa lhe chamou mais atenção, o corpo nu do pai de Trish pendurado no lustre central, amarrado com uma corda em seu pescoço. Ele tinha marcas de facadas por todo o corpo, e sangrava muito, mas nada se comparava ao fato dele ter sido completamente castrado. No seu peito nu, estava escrito “O Pedófilo”. Amanda não entendeu, mas ficou chocada do mesmo jeito. Colocou a mão na boca, as lágrimas desciam por ela e caíam no chão, ela não via a hora de tudo aquilo parar.

Com a biblioteca enorme, Amanda pensou logo num jeito de se esconder, já que não tinha como fugir. Deu a volta na mesa onde estava o corpo do Senhor Peterson e andou até o fim das estantes com livros, sempre olhando para todos os lados. Quando chegou na penúltima, dobrou para a esquerda, iria seguir outra direção. Escorou-se numa das estantes, queria ficar quieta e parada, só não conseguia parar sua respiração ofegante. Olhou o celular em sua mão e o guardou no bolso, iria precisar dele depois para chamar ajuda, e esperava que até lá ele não tivesse quebrado, ou completamente estragado de tanto que foi molhado.

Ghostface arrombou a porta. Amanda ouviu o barulho, já tinha certeza que ele estava dentro. Andou para o Aldo, encostada na estante e foi para outro corredor. Não podia ter a certeza sobre onde o assassino estava, ele poderia estar até ao seu lado, mas ela não perceberia, ele era esperto demais.

Sem fazer barulho, o assassino meteu a mão pela estante de livros do outro lado e puxou o cabelo de Amanda. Ela gritou e tentou se afastar, mas ele estava com grande parte de seu cabelo nas mãos, era quase impossível. Ela colocou o peso de todo o seu corpo para trás e seus pés na estante da frente. A força fez com que a estante atrás de si caísse, provocando assim o efeito dominó em todas as outras.

Com seu cabelo livre, ela correu dali, desejando que as estantes esmagassem o assassino. Correu até as janelas de vidro do final da biblioteca. Olhou por elas, o telhado da sala de ginástica era logo ali, se Amanda pulasse, seria como se pulasse a janela do primeiro andar para o chão. Destrancou a janela e colocou primeiro sua perna para fora, e depois a outra, mas demorou demais, o assassino já tinha saído pela pequena brecha que as estantes deixaram no chão e correu até ela. Ela segurou o braço dele e evitou uma punhalada, estava medindo forças com ele, até que ele decidiu simplesmente jogá-la. A empurrou com força e ela se segurou com a outra mão, mas viu que seria melhor segurar na roupa dele. Com o impulso, caíram juntos.

O assassino levantou-e do chão e foi atrás de Amanda que estava quase se levantando. Ela lhe deu um chute na barriga, acertou em cheio. Ele recuou, mas não demorou cinco segundos para atacá-la de novo. Pelo cabelo a pegou e jogou telhado abaixo, direto na grama do pátio. Amanda caiu de cabeça no chão, e desmaiou logo em seguida. O assassino ficou observando ela caída, sabia que não tinha morrido só nisso, ainda faltava muito para matá-la.

Amanda abriu os olhos rapidamente, desejando que o assassino não estivesse mais olhando. Era fingimento, ela não havia desmaiado, mas estava com uma ponte de vontade que ele pensasse que ela já havia até morrido. Levantou-se do chão e fitou a parede de vidro da sala de ginástica, nenhum sinal do assassino. Ela quebrou a janela da sala, ao lado, com os cotovelos e entrou. Tirou o celular do bolso e discou o numero da emergência.

- Emergência, como posso ajudar?

- Por favor – Ela gritou, os dentes dela trincavam de tanto frio. Quando percebeu que gritar chamaria a atenção, começou a sussurrar ao celular, numa voz falecida – Estou no New Britain High, o assassino está aqui, ele pegou meu irmão e agora quer me matar!

- Espere senhorita, o que foi que disse?

- Ele pegou meu irmão, ele quer me matar, tragam alguém depressa!

- Onde a senhorita está?

- No New Britain High, meu Deus, ele vai me matar... – O choro de Amanda tornou-se incontrolável, mal sabia o que estava dizendo.

- Acalme-se senhorita, por favor, nós mandaremos uma viatura assim que possível.

- Por favor, depressa! – Amanda desligou.

Andou pela sala, esquivando-se dos aparelhos de exercícios. De um lado pro outro caminhava, pensando, chorando, querendo que Brandon estivesse bem, era a única coisa que importava.
Mas sabia que sem sua atitude, o irmão não conseguiria. Ele deveria estar morrendo agora mesmo, já que o assassino não conseguiu matá-la, uma vingança justa pelo lado dele. E se matou Brandon, Amanda não tinha outra escolha a não ser caçá-lo até no inferno e matá-lo.

Ela saiu correndo da sala, sem se preocupar em fazer barulho ou não. Era tudo ou nada, ou ela morria, ou ela matava. Correu até o corredor onde acontecera a aparição do assino e viu o machado ainda lá, jogado. Ela o pegou e caminhou pelo colégio, entrando de sala em sala para ver se encontrava o irmão.

Quando chegou ao segundo andar, lembrou que ainda não tinha ido procurá-lo no refeitório. Correu para lá, com seu machado em posição de ataque. Viu o corrimão que ficava perto da escada onde descia para o refeitório. Segurou nele e olhou pra baixo. As mesas de lá estavam todas mudadas de lugar, empilhadas, deixando uma grande roda no meio. Bem no meio onde viu Brandon. Ele estava com a mesma roupa de antes, com um olho roxo e um machucado na boca que sangrava.

- Brandon! – Amanda gritou.

- Amanda! – Ele repetiu quando olhou para ela.

Mas, ghostface tinha visto ele primeiro, chegou silenciosamente por trás dele.

- Brandon, atrás de você! – Gritou Amanda.

Antes que Brandon pudesse se virar, o assassino lhe cravou uma faca nas costas, quase igual ao que fez a Daniel. Brandon se contorceu, e num só puxão o assassino retirou a faca.

- Não! – Amanda gritou, desesperada, não podia aceitar que seu irmão morresse. Ela desceu as escadas correndo, pensando em cortar o assassino em pedacinhos. Ele ficou lá, parado, ao lado de Brandon, apenas esperando pela chegada de Amanda.

- Seu filho da puta, matou meu irmão! – Ela gritou, furiosa e preparou-se para lhe dar uma machadada, mas parou quando viu o assassino sacar uma arma.

Ela olhou pra ele, paralisada, não acreditava que iria morrer naquele momento, que não iria vingar a morte do irmão e dos amigos. Por fim, percebeu que era um novo roteiro, de fato, onde o assassino se dá bem, mata todo mundo e no final sai ileso. Se aquele era o seu fim, ela teria que aceitar, teria que abaixar a cabeça e deixar a bala entrar, era o que achava que merecia por sempre ter sido a pior pessoa do mundo.

Mas ao invés de sua morte, outra coisa aconteceu. O assassino finalmente tirou sua máscara na frente dela e revelou o que ela queria saber desde o começo.

Sarah estava bem a sua frente, com um rosto doentio, vestindo a roupa do assassino e carregando a máscara numa mão, já que a outra estava com uma arma apontada para Amanda.

- Olá, Amanda. Surpresa? – Ela perguntou, seu rosto estava com uma expressão fria e calculista.

- O que? Sarah?

- Vou entender isso como um sim. Na verdade, você foi tão idiota por não ter desconfiado de nada... – Sarah soltou uma risada, mas durou apenas dois segundos, era um deboche – Quer dizer, quem iria desconfiar da gêmea séria e estudiosa? A “ótima filha”? – Sarah abriu o fechecler de sua fantasia de ghostface e a jogou pro lado.

- Sarah? Mas... – Amanda tentou controlar o nervosismo, mas mal conseguia falar – Por que?

- Por que? – Repetiu Sarah – Você está me perguntando por que? – Sarah deu um grito – Mas antes, quero que você jogue esse machado longe.

- Mas...

Sarah deu apertou o gatilho e deu um tiro pro lado, para demonstrar a Amanda que não estava de brincadeira. E com a arma apontada de volta para Amanda, disse:

- Agora.

Amanda engoliu mais o choro, e aceitou a derrota. Jogou seu machado bem longe. Ele caiu embaixo de uma das mesas que estavam juntas atrás dela.

- Muito bem. Eu sempre soube que você sabia jogar. Agora... – Sarah andou até uma das mesas, ainda com a arma apontada para Amanda.

Debaixo de uma, tirou Erin, que estava acocada lá, amarrada e com a boca selada cheia de super Bond. Sarah a levava para perto de Amanda segurando-a pelos cabelos, ela adorava fazer isso. Amanda observava aquilo com mais dor ainda, não sabia o que fazer para parar aquilo.

- Olha só – Começou Sarah e apontou a arma para a boca de Erin – Eu vi isso em “A casa de cera”, sempre quis selar a boca de alguém com uma super cola – Ela jogou Erin no chão, que mal conseguia se mexer de tão amarrada que estava – E sabe, o pior era que eu nem iria matá-la, queria sair do clichê e deixar a melhor amiga viva, mas ela acabou descobrindo demais...

- O que?

- Não foi, Erin? Ela encontrou meu vídeo com o seu namoradinho... Que deveria ser o meu namorado! – Sarah apontou a arma para si mesmo quando pronunciou as palavras “meu namorado”, ela estava completamente louca – Sabe, eu estava bem do jeito que estava. Ele vindo me ver de vez em quando, mentindo pra você, mas aí ele simplesmente descobriu que te amava e não podia mais te trair. E como eu fiquei? Ele pensou em mim? Pensou nos meus sentimentos? – Sarah gritava cada vez mais, olhava nos olhos de Amanda, queria intimidá-la...

- Tudo isso... Por causa do Daniel?

- Hahahaha! – Sarah gargalhou, e nem notou que Erin estava conseguindo se desamarrar – Quem me dera... Um coração partido não é tão motivador a assassinatos. Se você soubesse como é crescer com alguém completamente idêntica a você e ter que ouvir todos os dias que apesar das semelhanças, ela é melhor, isso fode com a sua cabeça, Amanda – Ela apontou a arma para a própria cabeça.

Amanda viu que Erin estava quase conseguindo, faltava pouco para ela se libertar, o jeito era continuar enrolando Sarah, fazendo-a falar mais, só que não foi preciso instigá-la, Sarah continuou por si mesma.

- Foi por isso que eu queria sentir o prazer de esfaquear Samantha, ela me devia isso, eu merecia isso!

Naquele momento, Erin conseguiu se desamarrar e a primeira coisa que fez foi avançar em Amanda e lhe dar um soco. A arma caiu no chão. Amanda tentou pegar, mas Sarah já havia levantando, deu um murro no rosto de Erin, mas levou um chute de Amanda.

Erin virou-se para o lado, bem em frente ao corpo de Brandon. Ele levantou-se e com a faca que tinha em suas mãos, esfaqueou o estômago de Erin.

- E é assim que você morre... – Ele sussurrou, enquanto Erin o observava com um olhar suplicante, que por si só perguntava os motivos para Brandon fazer aquilo.

Erin caiu de joelhos, ainda olhando nos olhos de Brandon que agora pareciam sem vida, ele a estava matando sem dó. Retirou a faca de seu estômago e com um corte horizontal, degolou Erin, que imediatamente caiu para trás, pegando em sua própria garganta, molhando-se de com seu próprio sangue.

Amanda esqueceu de Sarah por um momento e fitou Brandon, incrédula. Ele olhava para o corpo de Erin, com frieza, Amanda não estava reconhecendo seu irmão ali. E era uma dor insuportável. Não, Amanda não estava mais com medo de morrer, também não estava mais sentindo culpa pela morte de Daniel. Ali, diante de si, estava seu irmão com uma faca em mãos que tinha acabado de apunhalar a sua melhor amiga, e isso doía mais que a morte para ela.

Brandon encontrou o olhar de Amanda e a fitou. Com seu olhar malicioso dirigido a ela, lambeu o sangue de Erin da faca e disse:

- E aí maninha.

CAPÍTULO 11: Punhalada Final
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4 Comentário(s)

4 comentários:

  1. Ahhhhhhhhhhh eu acertei um dos assassinos

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  2. Interessante que Sarah seja um dos assassino e Brando!!!Espero ver os motivos dele!!!

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  3. só tem algumas coisas que faltam serem reveladas:

    -como sarah matou samantha?por que o ghostface saiu de dentro do guarda roupa,e a sarah saiu do quarto...o brandon não foi porque ele estava em casa.(acho que deu a entender que ela matou a irmã)

    -porque aron é tão famoso? que tipo de livros ele escreve? ele sobreviveu a algum massacre?

    -qual a relação do assassinato dos professores com esse massacre?

    -onde o pendrive encontrado em Trish e a foto entram na história?

    -estou enlouquecendo com tantas perguntas ahhhhhhhhhhh

    por favor chegue logo quinta.....

    PS: concluí que a sarah era a assassina quando Amanda encontrou o pai de Trish castrado com a tag ''O pedófilo'' kkkkk ja que tudo pra ela é pedofilia.

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