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[Crítica] Renascido das Trevas


Direção: Valeri Milev
Ano: 2015
País: EUA
Duração: 88 minutos
Título original: Re-Kill

Crítica:

Nós somos a espécie em extinção.

Existem muitos lançamentos aguardados pelos fãs do gênero que simplesmente não são lançados na época prevista. Ficamos então esperando ansiosamente pelo anuncio do seu release - algo que pode demorar mais de anos, como é o caso do recente Voo 7500. Inicialmente, Renascido das Trevas (ou Re-Kill, para os que ansiavam por este filme antes de receber um lançamento nacional) deveria ter sido lançado junto com os outro sete filmes do festival anual After Dark Originals. Nunca foi explicado exatamente o que contribuiu para o atraso da produção, mas os boatos que circulam pela rede é que o filme não estava completo, precisando de algumas refilmagens. E, considerando que o diretor estava bastante ocupado para voltar para o projeto e finalizá-lo, vimos o status deste filme no limbo por diversos anos.

Na trama, já se passaram cinco anos desde que o surto de ameaça zumbi foi supostamente contido. Mas os corajosos homens e mulheres da Divisão-R, uma organização para destruir os mortos-vivos, começam a ver sinais de um segundo surto que acabaria com a humanidade de uma vez por todas. Uma operação contra os mortos-vivos foi gravada por um jornalista, em que a Divisão-R entra em uma área isolada da cidade onde centenas de infectados parecem estar se organizando para sua segunda ascensão. No entanto, algo está errado e os mortos-vivos sincronizados e mais inteligentes do que de costume. Agora, a equipe terá que lutar para escapar com vida da missão mais difícil de suas vidas.

Agora, quase cinco anos depois, a produtora After Dark Films volta às origens com o seu festival 8 Films to Die For, tendo como o primeiro título o lançamento de Renascido das Trevas. Não poderia estar mais empolgado com os títulos que serão lançados este ano, e espero que o festival consiga nos surpreender com boas produções. A grande questão é que eles finalmente recuperaram este filme do limbo, entregando exatamente o que os fãs do festival estavam pedindo há anos. Se isso não é comprometimento, eu não sei mais o que é. Mas, voltando nossa atenção ao filme em si, será que toda essa espera e enrolação realmente valeram a pena? Filmes atrasados geralmente ficam perdidos por algum motivo, e isso quase sempre reflete negativamente no resultado final da produção.

Não há exatamente muita coisa de original nesta produção em si, mas ainda assim consegue segurar alguns pontos positivos até os seus créditos finais começarem a subir. Zumbis e Found Footage são dois dos subgêneros do terror mais explorados dos últimos anos, então dá para imaginar que Renascido das Trevas teria algum problema em se destacar. O fato é que o filme consegue surpreender com bons efeitos visuais, inclusive trazendo algumas sequências massivas que não se espera em um filme de baixo orçamento. Geralmente filmes de zumbis independentes sofrem com a falta de canibais para formar uma horda decente. Isso não é um problema aqui, que com a ajuda de efeitos visuais, consegue apresentar bons shots de zumbis suficientes para derrubar uma cidade inteira.

Um dos principais problemas gira em torno dos seus personagens. Nós simplesmente não conseguimos identificá-los, muito menos lembrar os seus nomes. A câmera tremendo, o cenário caótico e os uniformes idênticos torna difícil que os conhecemos - tornando suas mortes ainda mais uma no meio do caos. A personagem de Daniella Alonso (conhecida pelos filmes Floresta do Mal e O Retorno dos Malditos) é uma das poucas que conseguimos acompanhar. Não por ela ser necessariamente carismática, mas se destaca por ser a única mulher no meio de um monte de homens iguais. O filme apresenta diversas situações tensas, encurralando os últimos sobreviventes em uma situação aparentemente impossível de escapar. No entanto, o desfecho do filme parece vazio, justamente por terem cortado a ação tão abruptamente. Entendo que é por conta do formato gravado em primeira pessoa, mas esperava que o roteiro conseguisse finalizar o drama de sobrevivência dos personagens de forma mais satisfatória.

Aliás, um dos detalhes que chama atenção no decorrer do filme são os comerciais que constantemente cortam a trama principal. Enquanto vários deles foram interessantes, mostrando o que se passaria na TV depois da população enfrentar um mundo devastado por zumbis, em alguns casos foram bem irritantes - justamente por quebrarem a tensão tão bem construída em alguns cenas com os personagens principais. Os comerciais em si não foram uma má ideia, mas poderiam ter sido melhor sobrepostos com as sequências principais, permanecendo como um destaque tanto positivo quanto negativo. Enfim, depois de todo esse tempo perdido no limbo, eu estava realmente com um pé atrás quanto a este filme. No entanto, ele foi melhor do que eu esperava, abrindo de forma positiva o festival 8 Films to Die For. Espero que os próximos sigam por este caminho, entregando boas produções independentes para os fãs do gênero. Quanto a Renascido das Trevas, pode até não ser lembrado daqui a anos, mas certamente tem suas qualidades e pode garantir algum divertimento.


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Comentário(s)
2 Comentário(s)

2 comentários:

  1. Eu achei que esse filme seria bem ruim, principalmente pq esse diretor dirigiu depois Pânico na Floresta 6.

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  2. Me surpreendi com esse filme, e tem o Scott Atkins que eu adoro

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