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[Livro] The Double Me - 2x12: Loves Me Not [+18]

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 Previously on The Double Me...  
Hamptons, Nova York. Foi lá que tudo começou.

Nate tinha apenas 15 anos quando foi traído pelos amigos e exilado da cidade para evitar os escândalos de sua vida secreta com o namorado. Eles pensaram que a guerra havia acabado, mas este era apenas o começo.

Nos três anos que sucederam sua trágica perda, Nate transformou-se em um cruel vingador, capaz de perder a si mesmo dentro do próprio ódio para derrubar todos aqueles que lhe fizeram mal. A chegada repentina de seu irmão gêmeo pode ter mudado seus planos, mas nada irá impedi-lo de concluir seus objetivos. No final, será olho por olho. E dente por dente.

A estrada até aqui deixou muitos assuntos inacabados. Thayer e Alex, Nate e Jensen, Justin e uma perigosa arma de fogo. Tudo mudou em um piscar de olhos, e tudo pretende mudar para sempre neste jogo de sexo e vingança. Quem vive, quem morre, quem vai ao topo e quem vai à falência, é apenas uma questão de tempo até descobrirmos. 


2x12:Loves Me Not
"O amor machuca".

Gang Bang by Madonna on Grooveshark

— Hey Thayer, é o Alex. Me ligue assim que ouvir este recado.

— Hey Thayer, é o Alex, de novo. Me desculpe pelo que aconteceu naquele dia. Será que podemos conversar?

— Hey... Não sei se você ouviu meus recados, mas... Apenas me ligue.

— Eu só queria saber se está tudo bem... Eu sinto a sua falta.


Alex jogou o celular em cima da mesa e cerrou os olhos a espera de uma resposta. Haviam se passado três dias desde o incidente no quarto de hotel e Thayer continuava incomunicável. Mesmo sendo esta sua vontade, Alex nunca desistiria de tentar salvar a amizade que construíram.

Ele não sabia, mas Judit estava observando toda a sua inquietude da porta da cozinha. Não conseguira ouvir as mensagens que o filho deixara na secretária de Thayer, e apesar de tudo o que já tinha vindo à tona, nem imaginava o que tanto poderia lhe incomodar. Era um convite informal para que Judit percebesse que precisava realizar o seu papel.

— Alex? — Ela deu dois passos a frente — Está tudo bem?

— Sim. — Alex tentou disfarçar o descontentamento — Quer que eu faça alguma coisa?

— Alex, você é meu filho — Judit sentou na cadeira de frente pra ele, com o olhar de mãe compreensiva — Eu sei quando você não está dizendo a verdade.

— Não é nada de mais, não se preocupe.

— Problemas com garotos? Porque eu acho que estou preparada pra isso.

— Não exatamente — Alex deu um ar de risos depressivo — Quer dizer, eu acho que é, mas não de maneira romântica.

— Ok. É o Jensen?

— Não — Alex sorriu — É só... Acho que perdi um amigo que talvez nem fosse meu amigo de verdade.

— Como assim?

— Nós não fomos muito amigos no começo, mas depois as coisas mudaram. E eu pensei que ele estava satisfeito com essa mudança.

— E o que você quer?

— Eu quero... Amizade.

— Tudo bem. — Judit suspirou, estava organizando as palavras em sua cabeça. — Estou autorizada a comentar sobre o assunto?

— Por favor.

— Você obviamente fez uma escolha. Se algo realmente aconteceu, você não estava interessado apenas na amizade. Se você está agora, é porque algo mudou. Mas isso não quer dizer que ele tenha mudado.

— Eu não estava bem. Nate tinha acabado de cometer suicídio, estava tudo uma bagunça...

— Tudo bem, você agiu por impulso. Mas se fosse outra pessoa ao seu lado, você teria agido da mesma maneira?

— Eu... — Alex hesitou.

Pelo pouco que conseguiu admitir para si mesmo, parecia que Judit tinha razão. Se Kerr estivesse ao seu lado no momento da desilusão, nada teria acontecido. Se Justin fosse seu grande salvador e o tivesse levado para sua mansão, fazer sexo seria a ultima coisa em que Alex iria pensar. Mas se tratando de Thayer Van Der Wall, por que não? A verdadeira impulsividade não deveria ser tão conveniente como havia sido no caso de um lindo nadador olímpico.

— Eu não sei por que estou falando sobre garotos com você. — Alex estava feliz em poder desviar do assunto principal.

— Querido — Judit tocou a mão do garoto em cima da mesa. — Eu só quero que você seja feliz.

Alex sorriu de maneira simpática enquanto assistia Judit passar elegantemente pela porta. Sozinho com seus pensamentos, ele sentiu que poderia refletir melhor sobre seu dilema.

Não era tão ruim ter sentimentos por Thayer Van Der Wall, tendo ele todos os atributos magníficos que fizeram seu nome ir além das fronteiras dos Hamptons. Mas o que poderia acontecer se os sentimentos por Jensen continuavam ali dentro? Era nele que pensava todas as noites antes de dormir. Ele dele que lembrava sempre que um casal apaixonado aparecia na TV. Era dele que sentia saudades, até mesmo sem perceber. Não havia espaço para Thayer naquela equação, mesmo que agora ele tenha se tornado inexplicavelmente necessário.

Alex deu outro suspiro vagaroso. Por mais que tentasse, o beijo nunca sairia de sua cabeça, e nunca teria a chance de explicar seus sentimentos. Afinal, seu problema era Thayer Van Der Wall. Não poderia esperar que um garoto frio e materialista pudesse se encantar com a simplicidade de sua existência, que lembrava a soberania de Nathaniel Strauss apenas pelo fator externo. Com certeza já deveria estar partindo para outra e tentando esquecer a loucura momentânea que o obrigou a se interessar pelo gêmeo bom. Alex estava disposto a ser duro consigo mesmo o quanto precisasse para voltar a realidade.

De qualquer maneira, ouvir a opinião de seu irmão ainda era importante. Só precisaria ceder trinta segundos para ser julgado de maneira cômica e então ouviria a solução para todos os seus problemas.

Correu de volta para o hall da mansão e subiu as escadas até o quarto de Nate. Quando abriu a porta, sem se preocupar em bater, acabou dando de cara com Thayer deitado na cama, com apenas um lençol branco cobrindo da cintura para baixo.

— Mas que merda! — Pensando se tratar de Judit e Simon, Thayer pulou da cama com o susto. — Eu avisei pro Nate trancar essa maldita porta!

Alex sentiu o corpo inteiro entrar em estado de choque. Todos aqueles sentimentos que se assemelhavam a raiva, vergonha e insatisfação não estavam deixando-o refletir.

— O que você está fazendo aqui? — Thayer levantou da cama e vestiu sua bermuda.

— Não, o que você está fazendo aqui? — Alex imediatamente fez seu tom de voz ficar acusador — Pensei que tinha acontecido alguma coisa com você!

— Por quê? — Thayer lançou seu olhar cínico. Vestiu a camiseta branca e ficou esperando por uma resposta.

— Eu te deixei zilhões de mensagens.

— Eu estava ocupado, como você pode ver.

— Ocupado... — Alex assentiu, tentando disfarçar a decepção com um sorrisinho sarcástico. — E eu pensando que você estava mal por causa daquele dia...

— Mal? — Thayer gargalhou enquanto se aproximava — Foi só um beijo não correspondido. Percebi que nossa diversão ia acabar e segui em frente.

— E agora você está se divertindo com meu irmão. Por que eu acho que isso é uma vingancinha de garoto do colegial?

— O que você queria? Que eu corresse atrás dos seus beijos enquanto você chora pelos cantos por causa do Jensen? Acredite, eu não preciso disso. E posso me divertir a hora que eu quiser com alguém igualzinho a você.

Alex suspirou. A raiva estava prestes a dominar suas atitudes e estragar a única chance de recuperar a amizade de Thayer. Por outro lado, não parecia que suas palavras iriam adiantar.

— Eu quero ser seu amigo, Thayer.

— Eu não tenho amigos, tenho brinquedos. — Thayer quase voltou atrás, mas se manteve forte.

Alex olhou para o lado, entristecido. Nenhum outro sorrisinho falso seria capaz de mascarar a dor que não deveria estar em seu peito. Thayer Van Der Wall sempre seria Thayer Van Der Wall. Era este sentimento de rejeição que estava tentando evitar.

— Thayer, eu sinto a sua falta... — Ele sussurrou.

— Por quê? Nem gostamos um do outro.

— Do que vocês estão falando? — Perguntou Nate, tinha acabado de chegar.

— Eu disse que já estávamos indo embora — Thayer passou por Alex e caminhou rapidamente em direção as escadas.

— O que você falou pra ele, Alex? — Nate estava confuso. O que tinha acabado de acontecer?

— Nate, anda logo! — Gritou Thayer do andar de baixo.

— Bom, esquece. — Nate sorriu. — Preciso ir agora. Me explique essa história depois.

— Tudo bem. — Alex assentiu.

Mesmo desconfiado, Nate desceu as escadas. Thayer o estava esperando no andar de baixo, com um mau humor de dar arrepios.

— Vamos. — Thayer tomou a frente.

Quando finalmente chegaram até o carro, Nate resolveu que era o momento certo para pedir explicações. Por que de repente o clima ficara pesado? E o que Alex tinha a ver com aquela agressividade repentina?

— Cara, o que aconteceu? — Ele perguntou — Eu saí por cinco minutos e agora você está com esse olhar de serial killer.

— Seu irmão sempre se mete onde não deve.

— Alex se mete onde não deve? É, você realmente não conhece ele.

Thayer não disse nada, apenas continuou procurando as chaves dentro do porta-luvas. Sua raiva aumentava a medida que remexia em todos aqueles papeis desnecessários.

— Thayer, o que aconteceu? — Nate insistiu — Alex não é do tipo que faz alguma...

Nate parou para raciocinar. Lembrou-se do rosto entristecido de Alex dentro da mansão, da afobação de Thayer para ir embora e da sensação de estar interrompendo algum assunto particular entre ambos. Então era isso que estava acontecendo? Thayer e Alex? Como não havia percebido antes se de repente eram tão perfeitos um para o outro?

— Ai meu Deus, você está apaixonado por ele... — Nate podia ouvir o barulho dos fogos de artifício dentro de si mesmo.

— O que? — Thayer parecia ofendido.

— Você está completamente apaixonado por ele!

— Você ta pirando.

— Como isso é possível? — Nate gargalhou — Eu nem percebi que “Thalex” estava acontecendo.

— Você quer calar essa boca?

— Ok. — Nate tentou prender o riso. Não havia como estar mais feliz pelo irmão. 



Jensen fitou o enorme andar do edifício governamental assim que saiu do elevador. Pessoas caminhavam de um lado para o outro tentando cumprir seus horários enquanto as pequenas impressoras tomavam conta da trilha sonora ambiente. Podia reconhecer duas ou três pessoas que já encontrara nos eventos luxuosos de Patrick McPhee, mas o restante não passava de escravos corriqueiros de um grande sistema de corrupção.

Quando começou a caminhar através do local, foi bombardeado com cochichos e comentários deprimentes de todos os funcionários que puderam lhe reconhecer. Pelo menos nenhum deles havia tentando impedir-lhe de chegar até a secretária de Patrick.

— Quero falar com meu pai. — Ele tirou os óculos escuros.

— Seu pai? — A secretária engoliu em seco — Ele está... Ocupado, em uma reunião.

— Sério?

— Sim, disse para não incomodá-lo. — Quanto mais ela tentava, mais parecia dissimulada.

— Isso é ótimo. — Apesar dos gritos da secretária, Jensen não hesitou em passar pela enorme porta marrom a sua frente.

E lá estava Patrick McPhee, usando um colete informal sem gravata e fazendo bom uso do espaço para improvisar um pequeno jogo de golfe. A enorme parede de vidro, que usava para contemplar os céus, deixaria a cidade de Nova York servir como cenário para o que estava por vir.

— Senhor, eu tentei impedi-lo! — Justificou a secretária.

Patrick pausou a ultima tacada para olhar nos olhos do filho. Como se atrevia a aparecer no seu local de trabalho depois de tudo o que aconteceu?

— Acho que precisamos conversar de homem para homem, Senhor McPhee. — Jensen cruzou os braços.

— Impossível, sendo eu o único homem de verdade presente nesta sala. — Patrick colocou seu taco de golfe em cima do pequeno gramado artificial — Carly, saia daqui. — Ele ordenou a secretária.

— Sim senhor. — Ela obedeceu em fração de segundos.

Jensen continuou observando o pai com desprezo. Estava tão tranquilo que nem parecia o pai autoritário que tanto lhe oprimiu. Era o mesmo olhar que dizia a Jake todos os dias que não era bem vindo à família. Era o mesmo olhar que dizia claramente o quanto culpava o filho por todas as tragédias da história dos McPhee.

— Bom, eu estou aqui. — Jensen deu alguns passos em direção a mesa onde Patrick estava escorado — Estou pronto para ouvir você dizer o quanto decepcionei a nossa família.

—Sabe quanto vale meu tempo? Não posso me dar ao luxo de perdê-lo.

— Eu não vou sair daqui antes de dizer tudo o que está entalado por todos esses anos.

— Eu tentei lutar por você, Jensen. Tentei transformá-lo em um homem respeitável que pudesse carregar o nome da nossa família. Não é minha culpa se você estava mais interessado em destruir seu futuro ao invés de me gradecer por tudo o que eu fiz por você.

— Por tudo o que você fez por mim? — Jensen deu um ar de risos sarcástico — Você nunca fez nada por mim!

— Eu te dei tudo! — Patrick gritou o mais alto que pôde — Você sempre foi tratado como um rei, sempre teve tudo o que o dinheiro podia comprar! Eu nunca disse não aos seus caprichos!

— É claro, porque isso substitui o apoio e o carinho que todo filho merece ter, não é?

— Me poupe! — Patrick deu a volta e fitou a parede de vidro — Não preciso aturar seu sentimentalismo homossexual. Me pergunto o que sua mãe diria se estivesse aqui, vendo o filho se orgulhar da vida libertina que leva.

— Você quer dizer se ela não tivesse fugido para outro país só pra ficar longe de você, não é? — Jensen se aproximou da mesa — Sabe por que ela foi embora? Porque você é a pessoa mais desprezível que ela já conheceu. Porque ficar perto de você é como morrer aos poucos. Você é tudo aquilo o que eu nunca vou ser e me orgulho disso.

Patrick virou para encará-lo, o rosto enfurecido. Jensen precisava de limites para entender seu papel de filho, mas o que iria acontecer caso lhe encostasse apenas um dedo? A rebelião de Jensen parecia ser tão definitiva quanto um ultimato.

— Cavalheiros, para que tanta agressividade? — Disse Nate ao abrir a enorme porta marrom — Eu ainda nem comecei minhas apostas.

— Vou chamar os seguranças.

Patrick tirou o telefone do gancho, mas Jensen não o deixou apertar nenhum dos botões. Segurou seu braço por cima da mesa e olhou com severidade em seus olhos.

— Ainda não terminamos. — Ele disse, virando-se para encarar Nate logo em seguida — E o que você está fazendo aqui?

— Vim chantagear seu pai. Isso não é óbvio?

— Nate, eu não preciso da sua ajuda, posso resolver isso sozinho.

— Claro, porque trancar-se em uma sala com um sociopata diz muito sobre suas habilidades de raciocínio.

— Não interessa — Jensen aproximou-se — Isso é apenas entre mim e ele.

— Bom, eu já estou aqui...

— Vá embora!

— Vou chamar os seguranças... — Patrick começou a digitar os números em seu telefone. A essa altura, Jensen já não poderia mais impedi-lo.

— Ok, estou indo... — Nate deu meia volta — Não precisam ficar putinhos da vida por causa disso, eu saio numa boa...

Antes que pudesse bater em retirada, Justin atravessou a enorme porta marrom com uma arma em mãos. O rosto estava vermelho de tanto chorar, e as roupas, inteiramente amarrotadas. Mas nada se comparava àqueles olhos doentios que encaravam Nate e Jensen com sede de vingança. Justin estava mesmo disposto a passar de todos os limites se pudesse derramar um pouco de sangue daqueles que o fizeram enlouquecer; daqueles que tinha certeza que iriam merecer.

Tirou uma chave dourada do bolso e rapidamente trancou-se junto de todos para o lado de dentro.

— Ai meu Deus... — Nate deu um passo cauteloso para trás. O coração acelerado implorava para que evitasse qualquer movimento precipitado.

— Justin, o que você está fazendo? — Perguntou Jensen.

— O que eu estou fazendo? — Justin fungou. Os olhos arregalados e a inquietude não negavam que estava fora de si. — Estou dando um fim nessa história patética do meu jeito.

Ao notar a artimanha de Patrick para pedir ajuda através do telefone, Justin disparou duas vezes. Uma das balas acertou o chão, e a outra, uma garrafa de whisky francês na pequena adega improvisada. Foi o suficiente para que todos decidissem permanecer estáticos.

— Nem pense nisso. — Justin caminhou com a arma apontada até se posicionar atrás da mesa de Patrick. Jensen, que acompanhara a trajetória com os olhos, só teve coragem de dar dois passos para ficar próximo a Nate. — Nós todos temos contas a acertar.

— Justin, você não precisa fazer isso... — Jensen tentou manter o tom de voz tranquilo.

— Eu preciso sim. Sou o único que pode impedir Nathaniel Strauss de destruir tudo o que já conquistamos. Você não vê? Ele é o problema, não eu. Ele está fazendo você esquecer que me ama todos os dias!

— Justin, por favor, me escuta...

— Eu sei que você me ama! Você pode negar, mas eu sei que você me ama! Você disse mais vezes do que eu posso contar! — As lágrimas de Justin começaram a cair. — Você não mentira pra mim, você não... Você não é um mentiroso!

Nate virou o rosto para o outro lado. Continuar encarando o discurso doentio de Justin era mais do que poderia suportar. Principalmente quando sabia que a troca de algumas pílulas poderia ter desencadeado esse comportamento extremista.

— Claro que não, eu nunca mentiria pra você! — Com apenas uma breve troca de olhares, Jensen informou a Nate quais eram suas intenções. — Agora abaixa essa arma pra gente conversar com calma, por favor.

— Não fale comigo como se eu fosse louco! — A exaltação de Justin fez a arma estremecer em suas mãos. Nate, Jensen e Patrick já estavam começando a se preparar para o pior.

— Justin, você não é louco. Eu nunca diria isso à você... — Vagarosamente, Jensen deu dois passos em sua direção. Era hora de ser mais ousado para impedir aquela tragédia. — Eu amo você.

— Então por que você me trocou por eles? Eu não sou bonito o suficiente? Eu não sou inteligente o suficiente?

— Você é, Justin! Você é! Eu cometi um erro, mas podemos resolver!

Justin observou pausadamente cada uma das expressões de medo a sua volta. De todas elas, apenas a de Jensen lhe causava remorso. Talvez houvesse uma maneira de vingar seu nome sem aterrorizar seu grande amor, mas já era tarde demais. Justin ameaçara a vida de todos dentro daquela sala, e três seguranças já estavam tentando arrombar a porta pelo outro lado.

— Eles não podem entrar! Eles não podem entrar! — Justin gritou — Diga pra eles não entrarem! Diga! — Disparou outra bala sem querer. Dessa vez, quase havia acertado os sapatos de Nate no chão.

— Ok, eu digo. — Patrick correu até a porta.

— Coloque a mesa! Coloque! — Ordenou Justin.

Patrick e Jensen obedeceram. Com a porta trancada e a enorme mesa do escritório em frente a ela, os três seguranças teriam muito trabalho para entrar.

— Justin, agora me escute, isso não vale a pena. — Jensen murmurou — Você não pode estragar sua vida por causa disso.

— Que vida? Nate tirou tudo de mim! Eu não tenho vida! Eu não tenho nada! Eu não tenho você! — Ouvindo o barulho dos seguranças do lado de fora, Justin chorava descontroladamente.

— Você ainda pode me ter.

— Por favor, Justin. — Dessa vez, Nate decidiu tomar a frente.

— Você cala a boca! Isso tudo é culpa sua! Você arruinou tudo pra mim!

— Eu sinto muito!

— Não! Cala a boca! Cala a boca!

Nate abaixou a cabeça. Os lábios trêmulos e o corpo estático diziam claramente o quanto estava assustado. Justin poderia puxar o gatilho a qualquer momento; e então, seria o fim. Não daqueles que poderia vencer sempre que acordasse em uma cama de hospital. Mas a conclusão definitiva, que de tão adiada, acabara se tornando a grande incerteza de uma vida inteira.

— Você não me quer mais, Justin? — Jensen decidiu continuar com sua persuasão.

— Você é minha vida, Jensen. Eu sempre vou te querer.

— Então vamos sair daqui! Vamos esquecer Nate e todo mundo, vamos fugir! Só nós dois!

— Você... — Justin tinha ficado sem palavras — Você faria isso por mim?

— É claro. Vamos fugir para um lugar onde ninguém nos encontre!

Justin hesitou. Seus olhos iam de um lado para o outro, procurando uma solução para o dilema do mesmo jeito que mostravam a todos o quanto estava desequilibrado. O suor excessivo e a respiração ofegante também estavam ali, provando que seu quadro psicológico era pior do que todos imaginavam.

— Ok, nós vamos — Ele respondeu.

— Ok — Jensen sorriu, aliviado.

Para selar o pacto, Justin aproximou-se e o beijou delicadamente. Jensen permaneceu de olhos abertos o tempo inteiro, apenas para lembrar a si mesmo o motivo de estar fazendo tudo aquilo. Se tudo desse certo, conseguiria tirar Justin do prédio antes que alguém se machucasse... Antes que Nate se machucasse.

— Vamos agora? — Jensen estendeu a mão para ele.

Justin novamente avaliou todas as opções. As palavras de Jensen lhe pareciam sinceras, mas até quando? Nate poderia estar certo o tempo inteiro. Jensen e Justin nunca iriam acontecer enquanto Nathaniel Strauss existisse em suas vidas.

— Justin, estou aqui. Pegue minha mão! — Jensen insistiu.

— Mas você... Vai ser sempre ele...

— Não, é apenas você e eu! Por favor...

— Enquanto ele viver... Nunca ficaremos juntos. — Justin apontou a arma na direção de Nate.

— Justin, espera...

No exato no mesmo em que puxara o gatilho, Jensen conseguiu agarrar seu braço. O primeiro acertou no teto, e o segundo, enquanto tratavam uma batalha intensa pela posse da arma, acertou no pequeno aquário de Patrick.

— Tire a mesa da porta! — Patrick correu junto de Nate.

Cinco segundos depois, Justin conseguiu acertar uma joelhada no estômago de Jensen e ganhar a posse total da arma de fogo.

— Parem! — Ele ordenou a Nate e Patrick, já com a arma pronta para disparar. Esperou que ambos se virassem devagar para continuar ponderando. — Olha só o que você me fez fazer, Nate!

— Por favor, Justin. — Ele pediu.

— Sério, Nate? — Justin soltou uma risada diabólica — É assim tão ruim morrer com dignidade?

— Por favor...

— Não!

Nate fechou os olhos e sussurrou bem baixo as palavras “Eu sinto muito, Alex”. Quando ouviu o disparo da arma, seu corpo estremeceu por inteiro, mas continuava intacto. Não havia agonia, sofrimento, e muito menos condenação. Porque tudo o que fora obrigado a se tornar estava salvo. Era Jensen quem possuía uma bala cravada em seu peito. Era Jensen quem estava no chão, dando seus ultimos suspiros. Era Jensen a única pessoa capaz de entrar na frente de uma bala para salvar Nathaniel Strauss.

Ao abrir os olhos, Nate sentiu que o mundo estava em câmera lenta. Abriu a boca para recobrar o fôlego e simplesmente desabou no chão ao lado do amado. Não havia mais motivos para se preocupar com qualquer outra coisa perante o fim de tudo o que lhe importava.

— Não! Não! Não! — Segurou a cabeça de Jensen e apalpou levemente seu ferimento. O sangue era jorrado tanto do buraco feito pela bala quanto pela boca do garoto. — O que você fez? — Ele acusou Justin com o olhar.

— Não! Não! Era pra ser você, não ele! Era pra ser você!

Patrick correu até o filho, com os olhos cheios de lágrimas. Jensen estava morrendo pouco a pouco nos braços de Nate.

— Fique comigo! — Nate implorou — Por favor, fique comigo! Não posso fazer isso sem você!

— Nate, eu... — Jensen tentou murmurar. O sangue que estava vomitando impossibilitava que se expressasse.

— Eu não posso... — Justin fitou o vazio.

O que tinha acabado de fazer? Jensen não deveria estar morrendo. Nada disso deveria ter acontecido. Nada mais lhe restava se não uma vida inteira sem seu grande amor. E era tudo culpa sua. Tudo culpa sua.

— Não, não! — Ele colocou as mãos sobre a cabeça. As vozes causavam uma dor insuportável.

— Por favor! — Nate acariciou os cabelos de Jensen com delicadeza. Aquela poderia ser a ultima vez. — Fique comigo! Fique comigo!

Justin olhou pela ultima vez toda a destruição que causou. Em um breve momento de inocência, repetiu para si mesmo que só gostaria de ser amado.

— Acabou. — Ele sussurrou enquanto dava dois passos para trás. Agora estava a apenas um passo da enorme parede de vidro que selaria seu destino.

Nate levantou a cabeça, bem a tempo de assistir com os próprios olhos Justin colocar a arma dentro de sua boca. Mesmo gritando o mais alto que seus pulmões permitiam, não havia como evitar a tragédia. Justin apertou o gatilho em fração de segundos, fazendo a bala atravessar sua nuca e quebrar a parede de vidro na parte de trás. Seu corpo derrapou vinte andares junto dos milhares de cacos de vidro até atingir o teto de um automóvel.

Assustadas com o enorme estrondo, as pessoas do local se aproximaram para descobrir quem fora a vítima daquela tragédia. Muitos não reconheceram Justin Priestly de imediato, mas era difícil saber quem estava por trás de todos aqueles traumas horríveis. A fumaça ainda saia de sua boca, a arma ainda estava em suas mãos, e grande parte dos ossos havia saltado para fora.

Nem mesmo os inocentes seriam capazes de sobreviver a uma queda tão mortal. Muito menos aqueles que morrem pelo ódio.



Thayer jogou o prato em cima da mesa e sentou-se na cadeira amarela. Logo na primeira mordida em seu sanduiche cheio de calorias, todos os ingredientes caíram em sua camiseta. Até mesmo nas pequenas tragédias inevitáveis o mau dia estava se superando.

— Ótimo. — Levantou da cadeira e caminhou até a sala de estar, onde havia deixado uma caixa de lenços brancos.

Em um timing perfeito, Alex atravessou a porta como um furacão para esclarecer tudo o que antes não tivera a oportunidade.

— Quer saber? Você tem razão! — Ele começou a gritar. Thayer apenas virou-se para ouvir o discurso. — Não podemos ser amigos quando você obviamente nunca aprendeu a valorizar uma pessoa pelas suas qualidades ao invés de um talão de cheques e uma reputação questionável.

— Você acha? — Thayer sorriu com desdém.

— Sim. E quer saber? Você nem é tão bom quanto acha. Beija como um cachorro no cio e termina rápido demais.

— Eu sei o que você está tentando fazer, não vai funcionar...

— É claro que não vai. Nada em você funciona direito, incluindo sua varinha mágica.

— Você não vai conseguir me irritar, Alex. — Thayer lhe deu as costas. Era o melhor a fazer antes que perdesse a cabeça.

— E o que você faz quando está irritado? Goza sozinho no sofá? Faz uma batalha de espadas com um desconhecido? Mete em qualquer buraco sem ver a quem?

— Meu Deus, do que você ta falando? Você ficou maluco?

— Eu não sei, me diga você.— Alex deu alguns passos em sua direção. Todas as suas palavras e atitudes faziam parte de um intenso jogo de provocações. — Não é disso que você gosta? Alguém com a boca suja, cheio de atitude e que só pensa em sexo? Então, aqui estou, pronto para ser usado quantas vezes você quiser. — Alex jogou o casaco para o lado.

— Não, para. — Thayer o afastou com a mão direita. — Esse não é você.

— E quem você acha que eu sou? Você pensa que eu me deito todas as noites na cama e fico sonhando com um príncipe encantado? Você acha que sou do tipo que precisa de uma linda história de amor para sobreviver? Eu sou um homem, Thayer. Um homem que quer estar ao lado de outro homem. E me desculpe, mas é tudo o que eu sei. Na maioria das vezes eu apenas ignoro todos esses sentimentos porque, ao contrário de você, eu não tive ninguém para me guiar. Não sei quando estou apaixonado, quando atingi o meu limite ou o que eu quero fazer daqui a cinco anos. E não entendo porque você prefere me odiar se poderia simplesmente me ajudar a descobrir tudo o que eu preciso saber.

— O que você quer dizer com tudo isso?

— Eu quero saber o que se passa na sua cabeça.

— Você deveria saber que isso é pedir demais. — Thayer caminhou de volta até a cozinha.

Ao invés de aproveitar sua deixa, Alex resolveu segui-lo para que a conversa continuasse. Thayer não fugiria tão fácil agora que todas as cartas estavam sobre a mesa.

— Eu ainda não terminei...

— Alex, já chega — Thayer virou-se novamente — Vá embora! Nós dois somos melhores sem todo esse drama. Eu nunca dou o primeiro passo e você certamente não quer dar passo algum. Então o que nos resta? Amizade? — Ele desdenhou — Faça-me o favor. Até parece que você não sabe o que eu realmente quero...

Alex deu um grande suspiro e abaixou a cabeça, derrotado. A impulsividade conveniente tinha acabado de arruinar sua única chance de ter um amigo. O que teria acontecido se tivesse optado por não dormir com Thayer? A resposta era tão simples que já estava na ponta da língua.

Se não tivesse dormido com Thayer na noite do incidente com seu irmão, ainda estaria deitado em sua cama ouvindo todas as musicas depressivas que lembravam Jensen. Estaria treinando possíveis conversas dentro da própria cabeça para enganar a saudade e baixando filmes como “Prayers for Bobby”, porque no final, precisaria de uma dose fictícia de romance. Torrar alguns milhões no shopping center ao lado do irmão também entraria para sua lista caso as coisas demorassem a melhorar.

Então o que estava faltando? Tinha certeza que dormir com Thayer nunca lhe causaria arrependimentos, mas seus sentimentos continuavam confusos. Thayer poderia ser apenas um erro em sua trajetória. Ou poderia ser o único capaz de fazê-lo esquecer tudo o que passou. Com Nate, Judit, Gwen e Jensen. Principalmente se tratando se Jensen.

— Thayer, eu... — Alex sentiu-se envergonhado demais para dizer abertamente tudo o que passava em sua cabeça — Eu não sei. Não sei nem o que você quer, quer dizer... Eu não sei o que ta acontecendo.

— Por isso eu prefiro deixar pra lá. Acho que ninguém pode competir com o Jensen, não é?

— Eu não posso confiar em ninguém agora...

— Eu entendo, Alex. — Thayer assentiu — Não sou o monstro sem sentimentos que você imagina.

— Tem razão, você é Thayer Van Der Wall. Você tem o mundo aos seus pés, se quiser...

Thayer não deixou de notar o sorrisinho entristecido de Alex após a ultima palavra. Ele realmente acreditava ser inferior a Thayer Van Der Wall? De todas as pessoas que poderiam prender-se a este pensamento, Alex poderia ser o único que não se encaixava. Thayer estava começando a perceber os verdadeiros motivos para que o garoto decidisse permanecer assim tão distante.

— Quero te mostrar uma coisa. — Thayer dispensou explicações. Apenas correu até a porta e incentivou Alex a fazer o mesmo.

— Aonde você vai?

— Nós vamos a um lugar que você vai gostar.

— Mas eu...

— Alex, vem logo. Se você confiar em mim dessa vez, prometo te dar todos os motivos para continuar confiando.

Alex não precisou ouvir mais nada. Passou pela porta ao seu lado e juntos conseguiram chegar ao estacionamento do hotel. Contanto que não terminassem em uma boate gay do subúrbio, Alex toparia qualquer tipo de surpresa. E não havia porque se importar com todas as exceções óbvias que sempre pesariam no final.

— Droga! — Thayer apalpou seu corpo — Acho que esqueci as chaves do carro. Preciso voltar...

— E trocar de camisa... — Alex apontou para a enorme mancha de molho de mostarda na camisa dele.

— Merda! — Observando a si mesmo, Thayer notou o grande desastre. — Eu volto logo, não saia daqui!

— Tudo bem. — Alex assentiu.

Assistiu Thayer correr rapidamente ao elevador, e então, colocou as duas mãos nos bolsos. Pelo pouco que o silêncio lhe permitiu notar, o estacionamento estava quase vazio. Apenas um carro circulava pelo local em meio aos doze estacionados, além de um executivo falando ao celular como se quisesse que todos ouvissem. Parecia mesmo que a vida cotidiana de desconhecidos era a única coisa que poderia distrair sua mente enquanto Thayer não voltava.

Foi no meio de um silêncio absoluto que ele ouviu o primeiro ruído suspeito a alguns metros atrás do carro. Em um estacionamento deserto, de repente, estava ouvindo o barulho de uma latinha sendo chutada no chão.

— Tem alguém aí? Olá? — Ele perguntou. Mas só o que ouviu foi o eco de sua própria voz.

Com a segunda repetição do ruído, Alex percebeu que havia alguma coisa errada. Começou a caminhar para trás em passos curtos enquanto os olhos procuravam qualquer coisa suspeita. Mal ele sabia que o perigo já havia se instalado.

Um homem de máscara negra surgiu em meio as sombras e golpeou sua cabeça com um enorme pedaço de madeira. Alex caiu no chão, inconsciente, com um leve sangramento na nuca.

Em breve descobriria que por trás da máscara estavam todos os seus pesadelos. 



My Suicide (Explicit Version) by Luisa Pepe on Grooveshark

Gwen pulou da cama como se estivesse acordando de um terrível pesadelo. Nenhum dos seus sentidos estava em perfeito estado, mas lembrava perfeitamente a ultima coisa que lhe acontecera. Jensen estava lá. Mia estava lá. E Nate estava lá; todos juntos antes que os homens de roupas brancas passassem pela porta do quarto de hotel. Quanto tempo havia se passado desde que fora dopada? Seu corpo inteiro tremia só de pensar.

Ao colocar as mãos na cabeça, percebeu que seus olhos captavam apenas um borrão cinza. Havia uma enorme atadura cobrindo o rosto inteiro, que fora cortada de maneira imprudente para que o nariz e a boca pudessem respirar.

— Socorro! — Ela gritou, tentando arrancar o curativo com suas unhas.

Foi quando sentiu vários objetos gelados tocarem sua pele. Alguns pareciam afiados o suficiente para causar pequenos ferimentos em suas pernas, outros não causavam dano algum; e o restante fora colocado ali apenas para dificultar sua busca.

Gwen remexeu em meio a todos os objetos até encontrar uma tesoura cirúrgica capaz de livrá-la daquela atadura. Agora seus olhos estavam livres para encarar os bizarros espelhos que cobriam cem por cento do quarto. Havia modelos de vários tamanhos, várias molduras e várias maneiras peculiares de refletir uma pessoa. Gwen lhes daria a devida atenção assim que parasse de tossir e conseguisse levantar-se do chão sujo onde caíra. A droga com certeza ainda estava em seu sistema.

Dentro do pedaço de atadura que jogara no chão, ela encontrou um bilhete escrito a mão. Reconheceria a caligrafia de Nate em qualquer lugar. Só não compreendia o que tudo aquilo significava.

“O espelho reflete aquilo que você é”.

Vagarosamente, Gwen virou a cabeça para enxergar a si mesma no maior espelho. Seu rosto fora desfigurado e estava cheio de cicatrizes cirúrgicas. Aquele reflexo não pertencia mais a Gwenett Strauss, a rainha das revistas de moda. Pertencia ao monstro sem escrúpulos que Nate tivera o desprazer de conhecer.

— Não... — Ela levantou para caminhar até o espelho. Suas cicatrizes ficaram ainda mais evidentes estando tão perto. — Não! Não! Não! — Socou o espelho, transformando-o em milhares de cacos no chão.

Mesmo com o punho direto sangrando, ela continuou a socar os espelhos até cair no chão para chorar. Tudo o que mais queria era ter coragem para pegar um dos cacos e cortar os próprios pulsos. Qualquer coisa seria melhor que encarar a própria deformidade todos os dias da sua vida. Qualquer coisa seria melhor que se meter no caminho de Nathaniel Strauss outra vez.


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2x13: Keep Calm, You're Just My Hostage (13 de Setembro)
O que vai acontecer com Jensen e Alex? Nosso vilão está morto, mas ainda não acabou!

Bônus: Não costumo procurar Dreamcasts dos personagens mais velhos, mas acho muito justo darmos espaço para Judit Strauss dessa vez. Ao contrário dos demais, esta não é uma modelo. É uma atriz chamada Cristine Rose; vocês devem lembrar dela pela série Heroes, que eu também adorava.

Eu era viciado nessa série enquanto escrevia The Double Me, há mais ou menos 4 anos. Desde aí não consegui imaginar outra pessoa para fazer o papel. Cristine não é tão jovem e bela como o livro diz, mas posso garantir que Judit foi criada especialmente para ela.

Ah sim. E feliz dia do sexo \o

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