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[Crítica] Beauty and the Beast - 2ª Temporada


Status: Renovada
Duração: 45 minutos
Nº de episódios: 22 episódios
Exibição: 2013-14
Emissora: CW

Proteja o seu coração.

Crítica:
Spoilers Abaixo!

Que sufoco, não é verdade? Depois de escapar de ser cancelada na primeira temporada, Beauty and the Beast passou para as segundas-feiras, e perdeu praticamente metade de sua audiência. Para os desavisados, as segundas são terríveis para o canal CW, e, neste dia, suas séries sempre amargam audiência. É uma espécie de matadouro! E, ao contrário de todas as expectativas, Beauty and the Beast sobreviveu mais uma vez. Quais foram os motivos para esta renovação? Não é certo, mas há algumas especulações. Acredito que o primeiro é o fato da audiência ser extremamente estável. Apesar de ser baixa, ela não cai. O ponto negativo é que ela também não costuma subir.

Outros fatores que, provavelmente, contribuíram para a renovação é que a série é uma das que mais são gravadas pelos espectadores - para que eles possam assistir depois -, sem contar sua popularidade em streaming (plataformas onlines), e outros países que não seja os EUA. Outro fator, que provavelmente é um dos mais importantes, é o fato da série da produzida em parceria com a CBS, que é dona de metade da CW - junto com a Warner. Pelo motivo da maioria das séries do canal pertencer a Warner, é provável que as poucas produções da CBS - que também inclui Reign - tenham maior tendência a serem renovadas a fim de estabelecer um equilíbrio entre as duas. Mas o importante mesmo é que Catherine e Vincent continuam super fortes, e já garantiram seu terceiro ano.

Esta nova temporada começa meses depois dos eventos finais do ano de estreia. Catherine ainda está atrás do Vincent, que desapareceu do mapa. Gostei bastante do plot desse começo de temporada, que trouxe um Vincent mais mortal do que estávamos acostumados, sem contar que sua perda de memória - ainda que uma jogada clichê - foi bem desenvolvida dentro da série. Foi interessante ver o desespero e o sofrimento da Catherine de finalmente ter encontrado o seu grande amor, mas não o reconhecer nele mesmo. Foi um dos melhores momentos desta temporada, que introduzir uma quantidade absurdas de subtramas ao longo dos seus vinte e dois episódios. A amnésia, porém, teve uma das melhores conduções e não durou mais do que deveria.

Infelizmente, há alguns arcos na história que foram sofríveis, principalmente os que ocorreram na metade deste segundo ano, que foram mais uma tentativa frustrada de enrolação. Desde o começo da série, o seu maior mérito girou em torno do casal principal. Então imagine o que acontece quando eles são separados, e ainda forçados a interagir com outros interesses amorosos? Um desastre total! Foi o pior momento, disparado, de toda a série. A personagem Tory, assim como o Gabe, passaram a ser odiados com todas as forças. Aliás, o Gabe é um exemplo perfeito de desconstrução de um personagem. Começou como um vilão, passou para mocinho e, de repente, voltou a ser mau. Se isso não é ser bipolar, eu não sei mais o que é. Eu até engoli essa coisa toda da psicose amorosa, mas foi tudo forçado demais.

E no final, mais uma vez, tivemos Vincent vs. Gabe, com a Catherine no meio disso tudo. O mais irônico, porém, fica por conta do título da Season Finale, Deja Vu. E não é por causa dos flashbacks toscos, mas sim porque já vimos aquela briga antes. E também já tivemos o Gabe morrer antes, mas pelo menos eu espero que dessa vez seja real. Há muitos problemas nessa série, seja de roteiro ou de continuidade. Como diabos o Gabe pode ter sobrevivido a todos aqueles tiros no final da primeira temporada? Será que eu devo temer por um segundo retorno? Espero que não.

Um outro ponto negativo que eu terei que comentar é o fato do roteiro trair a própria proposta original da série. Começamos com as bestas sendo um projeto especial da Muirfield, através de cruzamento de DNA. Porém, nesta temporada, o enredo introduz a história de que existiam bestas centenas de anos atrás, mas isso contradiz totalmente tudo o que a série apresentou até agora. É por isso que eu preferi ignorar toda essa trama, apesar de ser possível fazer isso na Season Finale. Os flashbacks pareceram deslocados, até porque, haviam sido introduzidos através de um plot forçado demais. E o pior é que o roteiro sequer tenta explicar essa conexão. Simplesmente joga essa informação na nossa cara, como se tivesse sido sempre assim.

Enfim, gente, essa segunda temporada teve alguns momentos bem legais, mas afundou a maior parte do tempo por causa da incompetência dos próprios roteiristas. Eles têm um bom texto nas mãos, e até desenvolveram umas boas ideias, como trazer o Vincent Keller para a sociedade, mas infelizmente se perdeu em plots contraditórios, que pouco contribuem para o desenvolvimento geral da série. Ou vai dizer que toda essa obsessão da Catherine pelo passado e essa história de salvar a humanidade do Vincent não foi uma besteira total? O cara já arrancou mais corações do que eu pude contar e, de repente, ele não poderia matar o Gabe - que estava ameaçando matar todos que eles amavam?

Bem, o texto ficou mais negativo do que eu esperava, mas eu tinha que apontar todos esses elementos porque eles me incomodaram demais no decorrer desta segunda temporada. Espero que o terceiro ano seja bem melhor do que este, especialmente porque terá um número reduzido de episódios, o que garante mais objetividade por parte dos roteiristas em desenvolver suas tramas - ao invés de levantar diversas e fracassar em quase todas. Entre mortes e feridos, devo destacar a trilha sonora, que sempre nos traz músicas perfeitas no final de cada um dos seus episódios. Espero que isso se mantenha, porque já se tentou parte da série. Aliás, os ganchos para a nova temporada foram bastante interessantes, com a chance dos roteiristas estenderem a mitologia da série de uma forma correta, saindo do lugar comum, e apresentando outras coisas extraordinárias que não sejam bestas.
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