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[Crítica] O Espelho


Direção: Mike Flanagan
Ano: 2013
País: EUA
Duração: 104 minutos
Título original: Oculus

Crítica:

Você vê o que ele quer que você veja.

Diversas culturas pelo mundo atribuem lendas extraordinárias relacionadas a espelhos. Você consegue pensar que há um mundo de sombras atrás da superfície de seu reflexo? Ou que os próprios espelhos são satânicos e podem capturar sua alma? Poderia ficar aqui fazendo perguntas bizarras o dia inteiro, porque os espelhos despertam a curiosidade de várias pessoas. E, consequentemente, não é de se espantar que ganhe notoriedade no gênero terror. Já existem diversas produções deste filme, como o conhecido Espelhos do Medo, e esta é apenas mais uma delas.

A história gira em torno de dois irmãos traumatizados pela morte inexplicada dos pais, Tim e Kaylie. Quando Tim sai de um hospital psiquiátrico, após anos internado, ele tem certeza de que a causa da tragédia familiar foi ocasionado por explicações lógicas. Porém, sua irmã, Kaylie, se recusa a acreditar nisso, tendo em mente que o responsável é um grande espelho que acompanha a família há séculos. Juntos, eles retornarão à casa em que viveram para enfrentar o objeto amaldiçoado. Cercados por fenômenos sobrenaturais, os dois irão tentar provar que o objeto é o verdadeiro responsável pela tragédia.

Uma das coisas mais interessantes sobre este filme é que ele não perde tempo com futilidades antes de partir para a trama principal. Desde o começo, a protagonista já sabe exatamente com o que está lidando, e tem um plano para encarar o seu pior medo. O conceito é diferente porque, geralmente, as vítimas são pegas desprevenidas. Elas não sabem o que está acontecendo, e nem como podem revidar. Mas isso não é o que acontece com esses dois irmãos. A menina, em especial, tem todo um plano mirabolante para mostrar ao mundo que o espelho é muito mais do que parece ser. E é com essa premissa, desde os primeiros minutos, que a trama deste filme se desenvolve.

A protagonista dita as "regras" da história muito cedo no filme, e isso acontece porque eles mal conseguem pensar depois disso. A garota se arma das ideias mais incríveis para desmascarar o espelho, e identificar até onde vai o raio de seu poder de persuasão. Plantas e animais são as primeiras vítimas, e ajudam a marcar o raio de domínio do objeto. A concepção do enredo é muito simples, porém, muito bem executada. Tanto o espelho quanto a protagonista são altamente inteligentes. Neste filme, acompanhamos este jogo de "gato e rato" entre eles dois. É irônico porque o espelho não sai do lugar em momento algum, mas tem o maior dos poderes: manipulação.

Nunca outro filme conseguiu fazer seus personagens se tornarem seus piores inimigos antes de uma forma tão brilhante. Queria ter visto um pouco mais da oposição entre que o é real e o que não é - com a ajuda da tecnologia. Há duas ótimas cenas onde os personagens não sabem o que está acontecendo, e somente a câmera de seus celulares consegue trazer a verdadeira face da situação. Esperava por mais momentos como estes na reta final. Os flashbacks, constantes desde o começo da história, deixam de construir a narrativa para se confundir com ela. É difícil para interpretar o que acabei de falar, mas tenho certeza que os que já tiveram a oportunidade de conferir o filme irão entender.

Enfim, eu recomendo. Achei muito divertido! Uma viagem alucinante onde nada é o que parece. Quanto a frase de efeito do pôster, nunca vi uma mensagem tão ligada ao enredo como esta. Apesar de tudo, há alguns pontos negativos, como o próprio desfecho da história. Muitos podem achar surpreendente, mas esperava que terminasse daquela forma desde o começo do filme. É claro que isso não tira todo o mérito criado em torno da ideia do espelho. E o mais legal é que esta trama tem fôlego suficiente para carregar uma enorme franquia das costas. Espero muito ver uma segunda parte, porque tenho certeza que há muito mais para ser explorado. E você? Já se olhou no espelho hoje?


Trailer Legendado:

Comentário(s)
2 Comentário(s)

2 comentários:

  1. Ainda não vi mas acho que vai ser bom, principalmente pela cena da maçã mostrada no trailer. Mas estou mais ansioso para ver o próximo filme desse diretor, chamado Somnia, sobre um orfão que todos os seus sonhos - bons e ruins - se materializam na realidade.

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  2. Eu assistir esse filme e nao achei ele bom

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