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[Crítica] O Exército das Trevas



Direção: Richard Raaphorst
Ano: 2013
País: Holanda | EUA | República Checa
Duração: 84 minutos
Título Original: Frankenstein's Army

» Será distribuído pela PlayArte, direto em DVD, com o título O Exército das Trevas. Eu não entendo porque eles não mantiveram a tradução fiel do título. O Exército de Frankenstein seria bem mais impactante, sem contar que não é clichê.

Crítica:

O que está morto pode nunca morrer.

Quem tem o poder sobre a vida e a morte? No cinema, esse fascínio sobre o que acontece após a morte é explorado cansativamente. É o medo do ser humano sobre o desconhecido que fornece inúmeras possibilidades e a popularização desse tipo de produção. Zumbis voltando para devorar os vivos, espíritos vingativos querendo o acerto de contas etc. Há mais de um segmento para ser seguido, porém, é inquestionável que uma obra encabece o estilo. Qual famoso personagem clássico provou ser capaz de trazer os mortos à vida? Acertou quem pensou em Frankenstein.

A história desse filme se passa perto do fim da Segunda Guerra Mundial, onde soldados russos são mandados para a Alemanha Oriental em busca de companheiros que foram capturados pelo exército nazista. Ao chegar a um pequeno vilarejo, os soldados percebem que algo muito errado está acontecendo, e não demora muito para criaturas mutantes surgirem das sombras e os atacarem. No meio de uma luta pela sobrevivência, os soldados irão perceber que estão diante de um exército de mortos, modificados para matar, comandados pelo cientista Victor Frankenstein. Agora, os sobreviventes terão que parar com os experimentos enquanto documentam seu terror, já que a verdade pode ser mais reveladora do que a morte.

Victor Frankenstein definitivamente é um personagem clássico. O personagem foi imortalizado pela obra de Mary Shelley e, desde então, recebeu diversas adaptações nos cinemas. Frankenstein figura entre os monstros clássicos, como o Drácula e a Múmia. Em alguns casos, sua história foi adaptada em filmes como Frankenweenie, em outras, o personagem apareceu como coadjuvante em uma trama original, como no filme Van Helsing - O Caçador de Monstros. Em Frankenstein's Army, a clássica história ganha uma nova abordagem, com o seu conceito sendo usado no meio da Segunda Guerra Mundial, tornando as experiências do cientista em soldados invencíveis.

Infelizmente, eu esperava bem mais desse filme. É impressionante como eu só tenho me decepcionado nos últimos dias. O principal ponto negativo da produção é a escolha de filmá-lo em primeira pessoa, como se fosse um documentário. Esse recurso é extremamente desnecessário nesse filme. Além de limitar o desenvolvimento da trama, não acrescenta em nada para a história em si. Diversos momentos soam extremamente forçados. Criaturas diabólicas atacando a todos e o personagem que está gravando não larga a câmera nem sequer para escapar? Os próprios cortes são irritantes, porque eles não nos permitem que conhecer os personagens principais. Quando os créditos começaram a subir, eu só conhecia alguns personagens na história inteira.

Quem gosta de violência irá se deliciar com essa produção. Não há muito destaque em torno das mortes, já que a grande maioria acontece em offscreen. Porém, o terceiro ato abre espaço para o vilão mostrando suas experiências, com direito a crânio aberto e cérebro exposto (no melhor estilo Hannibal). Apesar disso, o terceiro ato foi uma decepção. Pelo fato do enredo estar preso à câmera em primeira pessoa, passamos grande parte do clímax com um personagem correndo pelos corredores e sendo perseguido pelas criaturas. Ele não aparece, o que eventualmente acaba cansado. Há poucos personagens carismáticos e eles são desperdiçados pelo roteiro, que prefere destacar aqueles odiáveis.

Enfim, o estilo found footage foi um verdadeiro tiro no pé. Apesar disso, as criaturas estão realmente bizarras. Gostaria que o enredo tivesse aproveitado mais delas em ação, até porque, elas tinham potencial de fazer um estrago bem maior em suas vítimas. Esse filme foi interessante em diversos pontos, mas certamente não consegue ficar acima da média. É uma pena, porque o resultado final poderia ter sido muito melhor se tivessem alterado alguns detalhes bobos. Destaque para o ator Luke Newberry, que se tornou um dos meus favoritos depois de protagonizar a série In the Flesh.


Trailer:

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