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[Crítica] V/H/S/2


Direção: Simon Barrett, Jason Eisener, Gareth Evans, Gregg Hale, Eduardo Sánchez, Timo Tjahjanto & Adam Wingard
Ano: 2013
País: EUA
Duração: 96 minutos
Título original: V/H/S/2

Crítica:

Quem está monitorando você?


Não faz nem um ano desde que o primeiro filme, onde um grupo de criminosos encontrava uma casa cheia de fitas cassete, foi lançado. Não é realmente uma surpresa ver que o projeto tenha ganhando uma sequência, mas é de se espantar a rapidez que ela ficou pronta. Como já disse por aqui, gosto muito desse estilo de história, então é claro que estava ansioso para assistir essa segunda parte. O original não é uma maravilha, mas certamente diverte. Esperava algo no mesmo nível, apesar de manter minhas expectativas controladas, considerando que o tempo de planejamento foi muito curto, o que geralmente está relacionado com a perda da qualidade. Mas será que isso procede dessa vez?

Assim como o primeiro filme, não há uma história certa, porém, há uma principal, chamada de Tape 49, pelo qual todos os segmentos são introduzidos. Nessa sequência, alguém paga uma dupla de cinematográficos para encontrar um garoto desaparecido em uma casa cheia de fitas cassete - a mesma em que o original se passa. Apesar de terem provas incontestáveis que o garoto esteve no lugar, a dupla não consegue maiores pistas sobre o seu paradeiro atual, então eles decidem assistir os vídeos ao seu redor, na esperança que possa conter alguma informação. O que eles encontram é algo completamente assustador, que consegue mexer com suas cabeças a cada nova história.

Se considerarmos o enredo dos dois filmes, veremos que eles funcionam basicamente da mesma forma. Nesse caso, o enredo foi um pouco mais cuidadoso, dando mais destaque para a trama principal que liga os curtos de terror. Apesar da história parecer repetida, o enredo consegue ampliar sua mitologia. Aparentemente, alguém (ou melhor, alguma coisa) atrai essas pessoas para a casa, como se estivesse se alimentando delas e de seus vídeos. É importante notar que, em determinado momento, um dos personagens diz que ele foi alertado a nunca parar de filmar. Tirando o local onde a história se passa, não há grandes conexões com o primeiro filme, a não ser o vídeo que as vítimas do original gravam logo no começo da projeção.

Essa segunda parte foi realmente uma surpresa para mim. Além de ter superado minhas expectativas, o filme conseguiu superar totalmente o original. Todos os contos são interessantes, apesar de uns serem melhores do que outros. Porém, não há nenhum que seja entediante. E a maioria deles tem um bom desenvolvimento. Os dois contos mais fracos são A Ride in the Park e Slumber Party Alien Abduction. Apesar deles não serem ruins, eles também não conseguem ficar no mesmo nível que os outros. Possivelmente por causa da escolha do posicionamento da câmera - em um capacete e em um cachorro, respectivamente -, que não ofereceu um bom ângulo dos acontecimentos.

Os dois melhores segmentos são Phase I Clinical Trials e Safe Haven. O primeiro é uma história simples de assombrações em torno de um olho implantado. O mais interessante, porém, é o fato de que esse olho é a câmera. Além de ser original, garantiu um bom direcionamento da trama. Curiosamente, Safe Haven foi o segmento que eu menos estava esperando e foi o que teve o melhor desempenho de todo o filme. A execução foi perfeita, assim como a história, que foge do convencional. E o que dizer dos momentos finais? Realmente um excelente segmento, com um desfecho poderoso. Aliás, este já pode ser considerado o melhor segmento de toda a franquia.

Enfim, é claro que eu recomendo. Essa sequência quebrou aquela velha regra de que nenhuma sequência consegue ser tão boa quanto o original. Além de um conteúdo melhor, as histórias também não apelam para a nudez gratuita. Apesar de vermos peitos e pênis em menos de um minuto de projeção, os segmentos são mais voltados para o terror e tentam passar histórias realmente interessantes para o espectador, sem recorrer aos "truques" que o primeiro filme fez questão de colocar em todas as cenas possíveis. Esse já se tornou um dos meus favoritos desse ano. Desde já, espero uma terceira parte, porque tenho certeza que ainda há muitas fitas de vídeo para vermos.


Trailer:

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