[Crítica] Consequência Mortal

Direção: Robert Heath
Ano: 2012
País: UK
Duração: 95 minutos
Título original: Truth or Dare

Crítica:

A verdade poderia matá-lo.

Eu já não cansei de dizer que não adianta mentir? Em um filme de terror, isso pode ser mortal. Mas e se o vilão tivesse uma idéia brilhante de colocar os mentirosos cara a cara, a fim de extrair uma verdade deles com um jogo inocente, Verdade ou Desafio? Com certeza as meninas de Pretty Little Liars merecem passar pelo mesmo, assim como este grupo de homens, que estão decididos a levar seus segredos para o túmulo... Mas não estamos todos?

A história gira em torno de um grupo de amigos festeiros que, em uma festa, resolvem jogar Verdade ou Desafio. As coisas acabam ficando violentas, quando o valentão do grupo bate em um garoto excluído. Algum tempo depois, eles são convidados para a festa de aniversário deste garoto, em sua casa. Logo, todos são levados para uma cabana afastada, no meio do mato. O que parecia uma festa, acaba se tornando um de seus piores pesadelos, quando eles descobrem que o garoto excluído se matou e o seu irmão quer saber exatamente o que o levou a isso, tendo em mente que o culpado está entre um dos jovens. Agora, eles terão que jogar um jogo mortal, onde cada palavra importa e cada mentira leva uma vida.

Não tinha muitas expectativas quando fui assistir este filme. Parecia apenas qualquer outro filme de terror comum. Como eu já disse no começo, filmes com jovens mentirosos há aos montes por aí. Mas, o importante mesmo, é encontrar um bom mentiroso, que está raro, hoje em dia. Superando todas as minhas expectativas, este filme é um dos mais divertidos e surpreendentes que eu assisti este ano e, definitivamente, irá figurar na lista das "Surpresas de 2012". Vamos entender melhor o porquê?

A começar pelos personagens. Temos a virgem boazinha, a vadia interesseira, o valentão bobão e o garoto na dele. Ah, não podemos esquecer do quinto elemento, o garoto fraco controlado. Tendo esses papéis comuns em mente, não há nenhuma surpresa, mas, com o decorrer do filme, o roteiro vai trabalhando de uma forma diferente dos demais, tornando a ordem das mortes imprevisíveis. Além disso, decisões clichês, que são comuns em outros filmes, são evitadas ao máximo aqui. Não temos uma grande variedade nas mortes, porque o importa é o suspense que as cerca.

O suspense, aliás, é vital para a produção. O roteiro é todo trabalhado em reviravoltas. Temos pelo menos duas antes do terceiro ato, que são bem inteligentes. Mas nada, NADA, poderá preparar vocês para o duplo twister carpado nos últimos minutos do desfecho. Se o filme já estava bom antes desta reviravolta, vocês não têm noção de como ele subiu no meu conceito depois que as letras começaram a subir. Um dos melhores desfechos que eu já assisti, totalmente surpreendente e inteligente. O roteiro se mostra muito eficiente, colhendo todas as informações soltas e juntando-as em uma grande reviravolta.

É claro que eu recomendo. Tenho plena consciência de que este filme merece ser visto. E o mais legal é ver como uma brincadeira inofensiva, jogada por muitos jovens todos os dias, pode ter o seu lado macabro. É legal quando o roteiro consegue transformar uma coisa comum em algo assustador. Afinal, depois de filme, você não vai querer que a garrafa gira para o seu lado. Com certeza, não. Enfim, assistam o mais rápido possível, porque este filme é demais. Há tempos não havia me empolgado tanto com um filme, como eu me empolguei com este. Irá surpreender até os melhores mentirosos.

Trailer: