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[Crítica] De Repente, Califórnia

Direção: Jonah Markowitz
Ano: 2007 (EUA) 2009 (BR)
País: EUA
Duração: 97 Minutos
Título original: Shelter

Crítica:

O amor está onde você menos espera encontrar.

As pessoas chamam a nova década de tempos modernos, porém, não creio que uma era preconceituosa possa demonstrar algum grau de evolução. Mesmo com filmes aclamados pela crítica como Brokeback Mountain, os gays ainda não têm o espaço merecido, e com certeza, muitas produções excelentes continuam no anonimato pelo tema ainda ser considerado polêmico. Mas De Repente, Califórnia conseguiu sair do armário para contar uma história de amor entre dois surfistas, e é claro, deixar um terço da população feliz. Quem curte?

Na trama somos apresentados a Zach, um rapaz que foi obrigado a desistir dos estudos cedo para trabalhar numa lanchonete e ajudar a irmã a criar seu filho. Ele dedica suas horas vagas desenhando e surfando com o melhor amigo Gabe, é o único momento em que pode fugir das responsabilidades e dedicar um tempo só pra ele. Logo quando seu namoro com a jovem Tori começa a ir de mal a pior, ele se apaixona pelo irmão de Gabe, Shaun, e começa a descobrir um lado seu que nunca pensou existir, e que vai bater de frente com o que precisa fazer por sua família.

Pode entrar pra listas dos melhores romances da história? Claro que pode, é um filme diferente que foge dos padrões o tempo todo e finalmente nos apresenta o lado gay de uma forma mais leve. Porque parece que a marca registrada desse tipo de filme é o sexo quase explícito, que só serve para denegrir ainda mais a imagem de uma minoria que quer ser respeitada. Eles se esquecem que existe romance, namoro, carinho, e com todo o perdão da palavra, acabam fodendo tudo. Tanto é que é difícil encontrar um filme do mesmo nível que De Repente Califórnia sem que o sexo tenha atropelado o próprio enredo.

Se identificar com o protagonista também é quase certo, principalmente por ser um garoto com baixa autoestima e com um altruísmo sem tamanho, que muitas vezes não é reconhecido. Passou o filme tentando descobrir o que realmente queria, sendo influenciado não apenas pela opinião alheia sobre o que estava fazendo, como também, pela incerteza de como a vida iria mudar se ele admitisse pra si mesmo do que ele realmente gostava. A velha história da descoberta, que muitos já viveram. E contada muito bem, diga-se de passagem.

A atuação dos jovens Trevor Wright e Brad Rowe se juntou ao roteiro impecável ambientado nas praias da Califórnia pra criação de mais um filme que deixa qualquer cinéfilo romântico feliz. E apesar de ser um filme simples e ausente de cenas fortes, ele demorou dois anos pra estrear por aqui, chegando aos cinemas nacionais apenas em 2009. Continua na cara que ainda vai demorar pras pessoas se acostumarem com tudo isso né? Existem 20 milhões de Little Monsters no Twitter, e demoram pra lançar um filme desses, que desperdício. Mesmo assim, pra quem não sabe, Homofobia tem cura sim. Se chama ensino fundamental completo, e isso diz tudo. Nota 9,0. 

Trailer Legendado:
Comentário(s)
6 Comentário(s)

6 comentários:

  1. Eu amo esse filme! Curti a crítica e parabéns pelo blog! =)

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  2. Nunca ouvi falar desse filme mas pelo trailer parece ser bom,vou assistir.


    PS:Não tenho nenhum tipo de preconceito,acredito que as pessoas merecem amar e serem amadas,e aqueles que os descriminam são pessoas ignorantes e sem educação,idiotas mediocres que só merecem o meu despresso.

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  3. se você gostou desse filme(que pra min é um dos melhores do genero!), procure um francês chamado "Les chansons d'amour" depois, certeza de que vai adorar!

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  4. Sem palavras, o filme e simplesmente perfeito...

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  5. Descobri este filme somente agora e achei muito bacana. Li em algumas críticas, que o filme parece um clipão, tem muita encheção de linguiça e é "mais do mesmo", mas não vi nada disso. Algumas cenas, como as do surf, são necessárias e não são cansativas e para quem gosta de um filme com sentimentos e envolvente, não precisa ser homossexual, pode ver este filme que vai gostar.

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