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[Livro] Destino Final - Capítulo 7: Com Defeito

- Naomi, o que você vai fazer? – Perguntou Rachel, quando a viu levantar do sofá.

- Ligar pro Zac, preciso dele aqui – Naomi tirou o celular do bolsa e começou a discar seu número.

- Mas é o apartamento da vovó. Você sabe como ela é nervosa, se vir um policial aqui pode ter um ataque.

- Eu cheguei, parem de me chamar de caduca – Disse Pamela, estava com uma xícara de café nas mãos.

- Desculpe, vovó – Pediu Rachel, afastando seu pés que estavam encima do sofá para Pamela sentar.

- Tudo bem querida, chame quem você quiser – Pamela tomou um gole de seu café e sentou-se – Você sabe que eu gosto da casa cheia...

Sim, ela realmente gostava, fazia parecer que ainda morava naquela casa de campo com seu falecido marido e que ainda dava pipoca as crianças do bairro toda tarde, mas ela estava longe de achar sua vida triste. Tinha noventa e um anos, se achava uma vitoriosa, apesar de não conseguir andar direito e ter falhas na visão.

Na delegacia, Zac estava organizando alguns papéis que seu chefe mandara e demorou alguns segundos para atender seu celular.

- Hey, Naomi. Você está...

- Por favor, não faça essa pergunta. Estou no apartamento da minha avó, parece que depois da morte de Serena minha própria casa não é segura. Tem paparazzi vigiando até as casinhas dos meus cachorros.

- Entendo – Zac deu um meio sorriso, adorava quando ela era engraçada mesmo não estando bem – Não posso ir agora, estou muito ocupado, sinto muito.

- Você não vai sentir, porque você tem que vir! Por favor, Rachel está me deixando louca – Naomi olhou para ela e tratou de falar bem alto para que ouvisse – Pergunta se estou bem de cinco em cinco minutos, até minha avó de noventa e um anos é mais divertida.

Rachel sorriu e mostrou o dedo do meio para Naomi, que deu um sorriso falso. Rachel só abaixou o dedo quando sua avó olhou para ela e sorriu, ela odiava que fizessem gestos obscenos na sua frente.

- Naomi, não posso deixar meu serviço, não é tão simples assim...

- Estou pedindo por favor... – Ela fez um bico, mesmo sabendo que Zac não podia ver.

Zac olhou para os lados, queria ter certeza que seu chefe ou algum companheiro invejoso não iria ouvir o que ele ia dizer.

- Vou ver o que eu faço, mas não prometo nada, a não ser que vou me esforçar.

- Você é demais! – Naomi pulou de alegria e desligou. Olhou para Rachel, feliz – Ele vem, finalmente isso aqui vai ficar divertido.

- Como você consegue ser você o tempo todo?

- Se chama amor próprio. Aliás, você deveria estar feliz que estou prestes a me divertir depois de um grande trauma – Naomi só queria provocar, mas depois sua lógica começou a fazer sentido.

- Hmm – Rachel hesitou – Você tem razão, divirta-se – Ela se jogou no sofá e agarrou as almofadas.

Naomi não disse mais nada, apenas saiu correndo pro quarto, queria estar usando uma roupa descente já que aquele short jeans curto e aquela blusa vermelha larga pareciam um pijama.

- Ela é tão enérgica – Disse Pamela, enquanto colocava sua xícara encima da mesinha à frente – Eu também era assim na idade dela. Tudo tinha que ser quando e como eu quisesse...

- A senhora? Igual Naomi? – Rachel olhou para ela e falou com tom de deboche, não acreditava que existia alguém igual – É meio difícil de acreditar...

- Só por que sou velha e calma? Querida, eu era muito pior, vendi o carro do meu pai pra dar dinheiro ao meu namorado motoqueiro, ele queria ir a um concerto...

- Nossa – Rachel abriu a boca, estava pasmada – E o que aconteceu com ele?

- Casei com ele e tive sua mãe.

- Ai meu Deus! – Rachel sentou no sofá e olhou para ela com um sorriso alegre paralisado – Você foi tão levada Senhora Pamela.

- Eu fui... – Ela fitou o chão e deu um enorme suspiro, muitas lembranças passavam por sua cabeça.

Rachel percebeu como ela estava, parecia estar lembrando dos bons tempos com um grande amor, com certeza seu avô. Ela começou a achar legal a passagem de tempo, era demais conhecer alguém com tantos anos a ponto de entender tudo da vida e ter vivido muita coisa. Mas logo começou a se perguntar se teria lembranças quando tivesse essa idade, ou se teria a chance de chegar nesta idade. E não era tão ruim que não chegasse, já que tinha certeza que quando completasse noventa e um anos, se lembraria perfeitamente do acidente com o Perry180 e de tudo que estava acontecendo. Será que ela ainda queria lembrar daquela sensação gelada?

--

- Nossa, que filme legal – Resmungou Jill, na frente do cinema – Por Deus, quem quer ver um monte de mulheres sendo trucidadas no dia dos namorados?

- Tipo, a humanidade inteira? – Defendeu Chad, não estava deixando Scott ao lado defender o filme, já que ele não entendeu muito bem.

- Não tem história, não sabem fazer as situações ficarem reais, ficam colocando mulheres gostosas pra morrerem uma por uma. O que é isso?

Sem Jill ver, Scott roubou um pouco da pipoca que ela havia acabado de comprar, aproveitando que tinha os braços ao redor de seu pescoço. Chad estava andando bem ao lado deles, com as duas mãos no casaco marrom, ele estava tentando andar devagar para ficar alinhado com os dois.

- Mas foi divertido sair com vocês de novo...

- É, parece que não fazíamos isso há anos... – Scott olhou para o horizonte, a rua em que estavam parecia não acabar mais.

- Teria sido mais divertido se o celular do Chad tivesse parado de tocar por um só segundo. Tem certeza que você e Rachel são apenas amigos? – Jill comeu algumas pipocas e sorriu, estava provocando.

- Somos só amigos...

- E você não é gay? – Brincou Scott.

- Não, não sou gay – Chad sorriu, mas se perguntou se era tão difícil aceitar que ele e Rachel eram apenas amigos, isso se tentar achar respostas para premonição e mortes seja o que os amigos normais fazem.

- Então o que vocês fazem tanto juntos? – Jill comeu mais pipoca e olhou para Chad novamente, queria ter certeza que ele não iria mentir.

- Só, vocês sabem... Preciso me distrair – Não era uma mentira, ele estranhamente se sentia à vontade perto dela, como se ela o entendesse.

- Por favor, não usem isso pra começar a falar sobre vocês sabem o que, estou cansado disso...

Chad engoliu em seco, sabia do que ele estava falando. Jill também sabia, por isso não disse mais nada, já era demais ela ter conseguido ir ao cinema e ter se divertido depois de tudo o que aconteceu, ela não podia deixar aquele acidente de navio e a morte de Alice serem a coisa mais importante da sua vida.

As coisas precisavam voltar ao normal. Eles precisavam sair, se divertir, trocar idéias, esquecer tudo o que aconteceu e ter esperança de um futuro melhor. Foi por isso que Chad aceitou sair com os dois, pois assim como eles, queria algo normal, queria um ambiente onde não houvesse agouro ou suposições sobre o que estava acontecendo, apesar de parecer o tempo todo que estavam ignorando a morte de Alice.

- Vocês querem ir pra minha casa? – Perguntou Jill, pra quebrar o silêncio – A gente pode ver outro filme e comer batata frita.

- Ah, eu... – Chad hesitou quando seu celular vibrou no bolso.

Ele olhou, era outra mensagem de Rachel que dizia “Estou na minha avó de noventa e um anos, o que é estranho, sempre pensei que idosos não pudessem morar em apartamentos.”

Chad sorriu, fazendo Jill e Scott trocarem um olhar.

- É a Rachel de novo não é? Sua nova não namorada – Jill debochava.

- Sim, é ela – Respondeu Chad enquanto digitava uma resposta para Rachel – Está presa no apartamento da avó. Acho que preciso ir.

- Estou sentindo cheiro de sexo às escondidas – Scott sorriu, mas levou um tapa fraco de Jill.

- Preciso mesmo ir – Chad guardou o celular no bolso, feliz, era a primeira vez que encontraria Rachel para fazer algo normal – A gente se vê amanhã no colégio.

- Hey, espera, deixa a gente te levar – Scott tirou as chaves do carro de seu bolso e balançou a sua frente, fazendo Chad perceber que seria muito mais rápido pegar uma carona com eles a apanhar um Ônibus.

- Certo.

Scott saiu andando, na direção do estacionamento enquanto Jill estava esperando Chad se mexer para acompanhá-lo, mas ele acabou se distraindo. Olhou pra esquerda e viu um homem tentando tirar refrigerante de uma máquina. Ele estava forçando, pois ela estava emperrada, e parecia estar ficando irritado. Chad olhou pro visor digital da máquina, as palavras “Coloque uma moeda” estavam piscando na cor vermelha, como se o homem não tivesse acabado de colocar uma moeda ali.

Jill estranhou e também olhou, mas não soube dizer porque Chad estava olhando para aquilo. Ele achava que tinha alguma coisa errada, mas era de longe aquela sensação gelada que costumava sentir.

- Mas que droga! – Gritou o homem e começou a dar socos e chutes na máquina.

As palavras “coloque uma moeda” piscaram cada vez mais e Chad achou que podia ouvir o seu bipe, mas não fazia som algum. O homem bateu tanto que a máquina apagou, as luzes de dentro apagaram e aquela zoada de máquina ligada havia sumido.

- Que porcaria! – Reclamou o homem e foi embora.

- Chad? – Chamou Jill – Chad?

- Hã? – Disse ele ao olhar pra ela, parecendo um idiota.

- Vamos?

- Claro – Chad andou pra direita, sendo seguido por Jill, que ainda olhou para a máquina atrás dela se perguntando porque ele tinha prestado atenção naquilo.

Quando chegaram ao estacionamento, viram Scott parado ao lado do carro, fazendo uma folha que caiu da árvore ficar em pedaços, era quase uma terapia para ele.

Quando viu Chad e Jill se aproximando, ele jogou o resto da folha no chão e abriu a porta.

- Onde mora essa avó da Rachel? – Perguntou.

- Em Holy Air – Respondeu Chad, entrando no banco de trás do carro – Não é muito longe.

Já com Jill ao seu lado, Scott ligou o carro, mas não olhou para suas chaves, estava prestando atenção no cinto de segurança que toda vez era uma luta para colocar. Jill fazia a mesma coisa ao lado, apesar de sentir incômodo com aquilo.

Scott ligou o rádio com a mão direita e deixou numa estação onde tocavam músicas antigas, ele adorava. Olhou pelo retrovisor para Chad, que estava deitado no banco de trás, olhando pra esquerda, sem saber porque às vezes ele se sentia tão cansado.

- Que música ridícula – Reclamou Jill – Você tem o que? Quarenta anos? – Ela mudou de estação e só parou quando encontrou uma com o estilo bem jovem, onde tocava Britney Spears.

- Britney? Sério? – Scott parecia chocado e enojado.

Jill apenas sorriu, não iria iniciar mais uma discussão entre eles por causa de seus gostos musicais, estava cansada de ouvir que tinha gosto de adolescente fútil e que não sabia aproveitar os clássicos.

Scott também não queria briga, apenas deu de ombros com um sorriso e pisou no acelerador, tirando-os dali.

--

Zac tinha acabado de chegar ao prédio e ficou decepcionado por Naomi não estar ali, era sorte ele saber o andar e o apartamento onde a avó dela morava. Andou até a recepcionista para ela avisar sua chegada.

Bem ali ao lado dele, estavam duas crianças moradoras do prédio, brincando no sofá de entrada. Elas eram irmãs gêmeas, estavam desenhando, mas a que estava de cabelo solto estava achando difícil desenhar com o cabelo caindo em seu rosto. Quando terminou, levantou sua folha de papel para a irmã.

- Olha o que eu fiz! – Disse ela sorrindo, toda vitoriosa.

- O que é isso? – A irmã fez cara de nojo, estava achando estranho, o desenho dela parecia um monstro.

- È a mamãe com nós duas no colo, sua besta. Eu sei desenhar.

- Mas eu sei mais!

A garota que estava de rabo de cavalo olhou pra baixo, procurando uma folha branca em meio a tantos desenhos, mas não tinha mais nenhuma, ela havia usado todas.

- Droga, acabaram minhas folhas – A garotinha olhou ao redor, queria ver se tinha alguma no balcão de recepção, mas não tinha. Olhou pro outro lado e viu um executivo com alguns papeis, mas sabia que não podia pedir a ele. Então olhou para trás, onde viu os elevadores, e havia uma folha grudada num deles onde estava escrito “Com defeito” – Achei! – Ela correu até a folha, sua irmã nem ligou.

- Vou desenhar agora... – Pensou a garotinha, foi aí que sua irmã voltou.

- Achei uma! Mas... – Sua voz saiu triste – Ela está riscada.

- Faz por cima, sua burra.

- Ok! – A menininha se jogou no chão e voltou a desenhar.

No balcão, a recepcionista ainda estava na linha com Naomi, que com uma voz eufórica ordenou que Zac subisse.

- Pode subir, senhor – Ela disse ao deixar o telefone no gancho.

- Obrigado.

- Mas estamos com problemas em um dos elevadores, colocamos um aviso na porta. O senhor pode usar o elevador do outro lado ou subir de escadas, mas não se preocupe, já chamamos um técnico e hoje mesmo ele estará funcionando perfeitamente.

- Certo, Obrigado de novo.

A recepcionista sorriu, mas depois tratou de atender o homem da esquerda que já esperava no balcão há algum tempo. Zac andou até os elevadores, tentando desviar das crianças que corriam por ali. Quando chegou na frente dos dois, ficou em dúvida, nenhum possuía um aviso e os dois pareciam estar em perfeito estado, mas como ele iria saber qual deles estava com defeito?

Na dúvida, ele optou por nenhum, abriu a porta das escadas e subiu por elas, mesmo sabendo que o apartamento da avó de Naomi fica no ultimo andar.

Lá encima, Naomi ainda estava na frente do espelho, queria ter certeza que estaria impecável quando Zac abrisse a porta, pois adorava aquele seu olhar que dizia “você é a mulher mais bonita do mundo”.

- Você já decidiu pra onde vai quando Zac subir? – Perguntou Naomi à Rachel, enquanto colocava os brincos.

- Vou sair com Chad – Respondeu Rachel, revirando as páginas da revista em seu colo.

- Chad? Jesus Cristo, Rachel, aquele garoto me dá arrepios.

- Não fale assim dele, passou pelo mesmo que nós.

- Não encontrou uma celebridade tostada dentro de uma banheira, então nem tente comparar – Naomi olhou para ela pelo espelho – Mas quero deixar claro que não o odeio, na verdade... – Naomi virou-se e suspirou – Não acredito que vou dizer isso, mas acho que estou viva por causa dele. E por sua causa também.

- Nossa. Isso foi muito legal, Naomi – Rachel quase sorriu, tinha gostado da atitude da prima.

- Mas se você ficar com ele ao invés de Embry, vou ter que te dar um soco, ta bom?

Rachel sorriu, na mesma hora em que a campainha tocou.

- Ele chegou – Naomi correu até a porta.

Rachel deu um suspiro rápido e continuou vendo sua revista, mas foi só perceber a fome que levantou do sofá e correu pra cozinha. Ela abriu a geladeira, tentando ignorar os risos de Naomi na outra sala, eles mal se encontraram e já estavam se beijando.

Rachel revirou os olhos, mesmo sabendo que cinqüenta por cento daquilo era apenas inveja por ela não ter oportunidade de fazer o mesmo.

Ela pegou um prato de comida congelada e colocou encima da mesa redonda, iria esquentá-lo. Jogou na lixeira o plástico que o cobria e colocou o prato dentro do microondas. O programou para três minutos logo após ligá-lo na tomada, era o suficiente, mas ela ainda precisava escolher o que tomar. Caminhou até a geladeira e a abriu, havia uma variedade de sucos que ela não sabia o nome, mas tentava adivinhar pela cor.

Um barulho de curto circuito fez Rachel parar de procurar e olhar para o microondas, perguntando a si mesma se havia alguma coisa errada. Ele parecia normal, a luz de dentro estava acesa e ela podia ver o prato girando, mas tinha certeza que o barulho tinha vindo de lá.

Não se passou nem cinco segundos para ela ouvir o mesmo barulho, mas dessa vez ela viu algumas faíscas saírem do microondas. Ele realmente estava com defeito. Ela correu até ele e puxou o cabo da tomada rapidamente, mas não antes do ultimo curto circuito, que fez sair fumaça. Ela largou o cabo que ficou pendurado no ar e olhou para o aparelho, perguntando-se o que tinha acabado de acontecer. Ela ouviu os risos de Naomi e olhou pro lado, mesmo sabendo que não podia vê-los por causa de uma parede, e por um segundo, sentiu aquela sensação gelada, só que passou tão rápido que ela se perguntou se realmente tinha sentido ou se tinha sido coisa da sua cabeça.

--

- Chegamos, acorda Chad – Alertou Scott, olhando para ele pelo retrovisor e desligando o carro ao mesmo tempo.

- Não estou dormindo – Chad desencostou sua cabeça do banco e esfregou os olhos, não estava dormindo, mas estava quase.

- Nós chegamos.

Chad olhou pela janela e fitou o prédio, além de enorme era bonito, com certeza apenas gente rica vivia ali.

- Quer que a gente leve você? – Sugeriu Scott, sendo repreendido por Jill com um tapa no braço.

- Ele não é um bebê, pode ir sozinho, não é Chad? – Jill estava apenas tentando não fazê-lo se sentir como se tivesse um problema, sabia que se agisse normalmente com ele, ele se sentiria menos anormal.

- Claro – Ele abriu a porta e colocou o primeiro pé pra fora – Valeu pela carona.

- Disponha.

Chad saiu do carro e bateu a porta, achando que havia batido forte demais. Scott pisou no acelerador e saiu dali com Jill, mas Chad não os viu partir, olhou para o prédio atrás dele, sentindo alívio por estar perto de Rachel já que aquela sensação gelada estava quase surgindo.

Entrou no prédio e foi direto ao balcão.

- Rachel Morris, do 1304, por favor.

- Só um momento – A recepcionista pegou o telefone e ligou para o quarto.

Chad olhou para trás e viu as duas garotinhas gêmeas brincando de pintar no chão ao lado do sofá de entrada. Depois olhou pro lado e viu alguns executivos saindo de uma sala, estavam todos de terno e pareciam ser bastante sérios. Notou logo depois as crianças que corriam, quase esbarrando nas pessoas que passavam. Nem percebeu que a recepcionista já havia ligado e estava chamando ele para dizer que sua entrada havia sido permitida.

- Hâ? – Ele olhou pra recepcionista, que logo começou seu discurso sobre o elevador com mal funcionamento. Ele não ouviu uma só palavra.

Chad caminhou até os elevadores e apertou o botão da esquerda, sem lembrar o que a recepcionista tinha dito. Quando o elevador chegou, ele entrou e as portas se fecharam imediatamente. Apertou o botão à esquerda pra parar no 13º andar e ficou parado, esperando.

--

Zac abriu a porta. Ele e Naomi saíram, estavam quase pelados. Naomi ainda vestia sua lingerie roxa enquanto Zac estava com sua calça de serviço e uma camiseta totalmente branca, além de seu uniforme de policia na mão direita. Ele queria sair, mas ela não deixava com tantos beijos.

- Naomi, preciso ir antes que alguém dê a minha falta.

- Você não... – Ela parou para beijá-lo – Precisa... Ir... Se não quiser.

- Eu não quero, mas preciso.

- Ah não... – Reclamou Naomi, fazendo bico, ela estava com seus braços em volta do pescoço dele – Você só ficou aqui por quarenta minutos.

- Acredite, eu queria ficar, mas não posso – Ele se soltou e vestiu a camisa da farda – A gente se vê amanhã, eu prometo.

- Até mais – Naomi sorriu com malícia e fechou a porta.

Zac sorriu e saiu andando na direção dos elevadores enquanto abotoava a camisa, estava pensando na tarde maravilhosa que havia tido com Naomi. Entrou em um deles e olhou pra frente, sem esquecer a sensação de seus lábios nos dela. Apertou o botão a esquerda para o primeiro andar e as portas se fecharam.

Assim que se fecharam, o elevador de Chad parou. Ele olhou pra cima, achando estranho e acabou ouvindo um barulho, estava torcendo para que aqueles cabos ficassem inteiros. Apertou o botão com mais força, até o elevador tremer.

E sem mais nem menos, ele voltou a funcionar. Chad sentiu-se aliviado, mas ainda olhava pra cima, até a porta a sua frente abrir e Rachel sorrir.

- Hey – Ela disse.

- Oi – Ele olhou pra ela, mas depois olhou pra cima de novo.

- Está tudo bem?

- Está... – Ele saiu e as portas se fecharam – Demorei?

- Um pouco, eu ia descer pra ver se tinha acontecido algum problema.

Dentro do elevador, Zac olhou-se no espelho para ajeitar sua roupa amarrotada, iriam desconfiar se ele chegasse na delegacia com a roupa amassada. Endireitou seu crachá, o nome Zac Sanders já estava meio apagado, ele tinha que trocar.

O elevador tremeu de repente e suas luzes piscaram, Zac quase perdeu o equilíbrio. Olhou pra cima, mas não viu nada e nem ouviu barulho algum, mas tinha sentido que o elevador tinha parado. Olhou para o comunicador na parede do elevador, era só apertar um botão que ele podia se comunicar com alguém da portaria.

- Que saco! – Resmungou e segurou o botão branco – Oi, eu sou o oficial Zac Sanders, acho que meu elevador parou, vocês podem me tirar daqui?

Ele esperou por uma resposta, mas só o que saia do comunicador era um barulho parecido com o de um curto circuito, misturado com aquele barulho de quando uma TV está fora do ar.

- Alô? Tem alguém aí? – Ele tentou mais uma vez, mas aquele comunicador estava realmente com defeito – Só faltava essa.

Zac olhou para todos os lados, tentando encontrar qualquer coisa que pudesse ajudá-lo a sair dali, mas o único jeito era abrir as portas. Ele tirou sua farda e jogou no chão. Ajoelhou-se e com as duas mãos tentou forçar a porta até abri-la e ele realmente estava conseguindo, mas muita força era necessária, isso o fez ficar vermelho.

Desistiu a primeira, parou pra respirar, uma brecha já havia se formado e ele podia ver o andar de baixo, mas não tinha ninguém ali. Forçou a segunda vez e a porta se abriu mais, a brecha era grande, mas ele ainda não podia passar. Forçou a terceira vez, estava certo de que ela iria abrir de um jeito em que ele pudesse passar. Mal ele sabia que havia entrado no elevador com defeito.

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- Preciso falar com você... – Sibilou Rachel, aquela sensação gelada já estava surgindo.

- O que vocês estão fazendo aí? – Perguntou Naomi, tinha acabado de sair do apartamento enrolada num roupão roxo.

- Onde está Zac? – Perguntou Rachel.

- Acabou de sair...

Chad olhou pro lado e viu um adolescente saindo de um apartamento com seu notebook nas mãos. Ele se sentou no banco de ferro do fim do corredor e colocou o notebook encima de suas pernas.

Aquele agouro tinha voltado, aquela sensação gelada veio completamente, pareceu que havia se chocado com ele. O notebook do garoto teve algum problema, faíscas começaram a sair dele, fazendo-o cair no chão com o susto do garoto.

- Chad? – Gritava Naomi, aquela era a terceira vez que chamava seu nome.

Chad olhou para ela e para Rachel, com os olhos vermelhos, cheios de lágrimas. Rachel também sentiu, mas Naomi não entendia.

- O que foi? Por que você está chorando? – Perguntou ela, cruzando os braços.

A fumaça gelada saiu da boca dos dois no mesmo momento em que o elevador de Zac começou a descer. Foi tão rápido que ele não teve tempo de tirar as mãos. Ele teve dois dedos da mão direita arrancados na pancada e começou a gritar. O sangue jorrava por cima dele, como água.

Chad, Rachel e Naomi ouviram os gritos lá de cima, logo estranharam. Os três olharam para as portas do elevador com defeito, os gritos pareciam vir de lá.

O elevador de Zac parou de novo e ele tentou se acalmar, sabia que se ficasse ali, iria morrer. Arrancou um pedaço da sua camisa e amarrou em sua mão, que não parava de sangrar, aquela era a pior dor da sua vida. Começou a gritar por socorro, só o que queria era sair dali, antes que o elevador caísse.

Ele desceu mais um pouco e Zac deu outro grito, cada vez que ele fazia isso, Zac pensava que iria morrer. Levantou-se do chão e abriu a pequena porta no teto, tinha certeza que ao lado havia uma escada. Ele colocou a cabeça pra fora e respirou, mas ainda não estava a salvo.

Lá encima, Chad estava começando a ficar desesperado. Correu até a porta do elevador e tentou abri-la, mas não era forte o suficiente.

- Tem alguém aí dentro? – Perguntou Naomi, apavorada.

Zac fechou a portinha assim que ficou completamente encima do elevador. Agarrou a escada de ferro com sua mão esquerda e gritou novamente. Chad já havia conseguido abrir um pouco a porta, mas não podia ver quem estava ali.

Zac começou a subir a escada, devagar, tomando cuidado com seus dedos, mas acabou se apavorando quando olhou pra cima e viu que uma das portas estava sendo aberta. Ele tropeçou, mas se segurou, continuando a gritar.

- Tem alguém aqui! – Gritou Chad e olhou pro adolescente ao lado, que olhava para eles com expressão de medo – Tem alguém aqui dentro! Vá pedir ajuda!

O garoto correu, apavorado. Rachel correu até Chad e começou a ajudá-lo a abrir a porta. Naomi ficou parada, olhando, estava desesperada demais pra ajudar.

Zac já estava no meio da escada, quase chegando a porta em que Chad e Rachel estavam abrindo, foi aí que o elevador fez outro barulho. Ele olhou pra baixo no mesmo instante em que o elevador estava começando a subir.

- Ai meu Deus! Meu Deus! – Ele gritou.

- Abre essa droga! – Gritou Rachel, os gritos de Zac deixavam qualquer um desesperado.

Zac tentou subir a escada rapidamente, mas acabou tropeçando de novo, o elevador já havia subido o suficiente para alcançá-lo. Agora, encima do elevador, ele subia junto dele, com medo que chegasse até o teto e morresse esmagado.

Pela brecha, Chad e Rachel perceberam que se tratava de Zac e as coisas começaram a fazer sentido.

- É o Zac! É o Zac! – Gritou Rachel.

- Zac! – Naomi correu pra ajudar, mas a porta parecia estar emperrada.

O elevador subia devagar, deixando Zac mais desesperado ainda. Ele tentava abrir a porta, mas não conseguia, Chad, Rachel e Naomi estavam gritando pela brecha perto ao rosto dele, que subia cada vez mais.

- Eu não consigo sair! – Ele gritava o tempo todo, seus gritos juntavam-se com os de Chad, Rachel e Naomi, o prédio inteiro estava ouvindo aquilo.

Zac subiu tanto que sumiu da vista dos três, o teto estava há centímetros dele. Naomi deu um ultimo grito e se afastou da porta. Os gritos de Zac só pararam quando ele foi esmagado pelo elevador, de cima pra baixo. Rachel e Chad se afastaram, eles estavam apavorados, mas não tiraram os olhos da porta.

Assim que o elevador desceu, as portas se abriram sozinhas. Ele estava ensopado de sangue, que caia do teto. Rachel colocou a mão na boca enquanto Chad olhou para o outro lado, ambos sabendo que estavam certos. Quando sentem aquela sensação gelada, alguém morre, e eles nem sabiam se era culpa deles ou não.
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8 Comentário(s)

8 comentários:

  1. aiiiiii simplesmente A-D-O-R-E-I. mt foda. pensei q ele fosse morrer daquele jeito cliche. ms caraca vc sabe entrerter um leitor! mt bom
    ancioso pelo proximo cap.

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  2. Adorei o capítulo! Gostava do Zac, não queria que ele morresse, só que se tratando de uma série baseada na franquia Premonição, eu não posso reclamar né?! kkk. Achei que ele já iria morrer quando tivesse subindo pra ver a Naomi, enfim... Gostei da morte, fiquei imaginando a cena dele perdendo os dedos, tenso!
    Hoje estava revendo a cena do naufrágio do Titanic, realmente você se inspirou bastante nele né?! Ajudou ainda mais pra imaginar o acidente do Perry180.
    Enfim... Amando demais, li Destino Final em 1 dia, E to louco por A Punhalada 2, quando sai?! Por sinal li A Punhalada em 1 dia também e amei, sou um grande fã de Scream!
    Parabéns pelos textos! Amando tudo o/

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  3. Mortes na premonição:

    Serena > Zac > Naomi > Alice > Jill > Rachel > Chad > Scott

    Mortes definitivas kkkk:

    Alice > Serena > Zac...

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  4. Amei,fiquei imaginando o Zac perdendo os dedos e sendo esmagado pelo elevador,muito massa eu tbm gostava dele.Ansiossíma pelo cap.08 e esperando A Punhalada 2.

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  5. amei o episodio
    meu Deus ele morreu que droga
    mais como o Alisson disse uma historia baseada em premonição eu não poço reclamar né
    se eu estou bem lembrado o proximo é Scott e depois Naomi ela não pode morrer é a diva da fanfic
    como a Megan de a punhalada 1 e 2 estou super ansioso

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  6. aaah jaa eer diia 08 kdê kkk's *-*
    too esperandoo' s22' bjiin'

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  7. ki noiia kk's dia 04 ñ 08 lol viajei alii kk's

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  8. achei interessante a morte dele mas tipo se fosse pra ter uma alternativa eu imaginei assim...
    acontece tudo o que vc descreveu a quando ele esta subindo a escada do elevador ele tropeça e cai de lado em cima de algo pontiagudo da parte de cima do elevador sentindo sua barriga rasga...
    ai ele levanta com dor e o elevador começa a subir e ele n sabe o que fazer(começa a gritar por socorro) o elevador passa pelo andar onde esta o chad,rachel e naomi...(a porta meio aberta como vc descreveu).
    ele passa por eles pedindo ajuda...
    entaum naomi aperta o botão pro elevador desce naquele andar(a luz acende mas o elevador continuou subindo...
    quando estava quase no teto o elevador estava numa velocidade grande...
    um cabo de aço se solta fazendo um contorno e se enrrolando no pescoço do zac(como o tod de premonição 1) mas o cabo de acho começou a arranhar seu pescoço... com o susto e a força do cabo ele vai pra tras e tropeça na tampa do teto do elevador caindo exatamente na hora que o elevador chega ao teto...
    ele ficou se contorcendo enquando era enforcado pelo cabo de aço e ao mesmo tempo sua cabeça era arrancada fora pois o peso do corpo o puxava para baixo e o cabo de aço era afiado...
    ele deu um ultimo suspiro e morreu ali pendurado...
    o elevador entaum começou a descer ate o andar da naomi que havia apertado o botão..
    a porta se abre e eles veem zac pendurado com os olhos avermelhados e arregalados, naomi deu um berro ao o ver assim..
    derrepente sua cabeça desgruda do resto do corpo que cai no chão e em seguida a cabeça... todos derão um grito de horror...

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