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[Livro] Destino Final - Capítulo 5: Coisas Quentes

Jill chorava sem parar no banco de trás do cemitério, e ainda estava se segurando para não ficar descontrolada. Scott estava ao lado dela, abraçando-a, com a cabeça encima da dela, ele estava segurando o choro para parecer forte na sua frente, mas seus olhos estavam vermelhos e cheios de lágrimas que não podiam cair. 

Eles ainda não acreditavam no que tinha acontecido, passaram-se apenas dois dias desde que Alice morrera, a ficha ainda não havia caído, Jill só sabia que iria demorar um pouco para ela voltar as pistas de patinação.

Na frente de todas aquelas pessoas sentadas e vestidas de preto por causa do luto, o padre tentava dizer coisas bonitas em frente ao caixão fechado de Alice, que estava coberto por orquídeas, suas flores preferidas. Mas nada do que alguém dissesse iria mudar alguma coisa, ela estava morta e não iria mais voltar, a dor de seus amigos e entes queridos estava longe de passar. E só o que Jill conseguia lembrar foi a forma cruel com que havia morrido, e talvez até se sentisse um pouco culpada, já que se não tivesse insistindo na competição, Alice provavelmente estaria viva.

Na ultima fileira estava Serena, com mesmo modelito que usara dois dias atrás para participar da homenagem às pessoas mortas no acidente do navio Perry180. Ao contrário do que muitos pensavam, Serena estava realmente sentida. Ela tinha idéia de que era uma quase estrela de cinema fútil e desprezível, mas seu pai morrera naquele acidente e lhe doía saber que o navio que levava o nome de sua falecida mãe não existia mais.

Do outro lado do cemitério estava Rachel, escorada numa árvore, assistindo tudo de longe. Ela talvez quisesse acreditar que não ficava perto por medo que as pessoas se incomodassem com sua presença, mas no fundo sabia que ela não conseguia encarar tudo aquilo de perto. Ela olhou para todas aquelas pessoas de preto que estavam lá, estava procurando por Chad, não o via desde que o encontrara na praça há dois dias e ele saiu correndo sem dar nenhuma explicação além da mais importante. Ele não estava ali, pelo visto, e Rachel compreendeu. Quando desistiu de procurar, ela focou-se em Jill que de longe era a pessoa que mais sofria com aquilo. Os pais de Alice estavam sentados na primeira fila, com lágrimas nos olhos, mas fitavam o nada, pareciam zumbis.

Rachel, então, decidiu pegar seu celular e tentar ligar para Chad mais uma vez, queria saber como ele estava.

Chad estava na sua casa, deitado na cama de seu quarto, jogando sua bola de tênis para cima e agarrando-a com a mão direita. Ele ouviu o celular tocar, estava ao seu lado, mas quando olhou pro visor e percebeu que Rachel estava ligando de novo, recusou a chamada.

Ela não desistiu quando ouviu a mensagem da caixa postal de Chad, cancelou a chamada e tentou ligar de novo, mas ele recusou novamente. Era o jeito deixar mais um recado para ele.

- Hey Chad, é a Rachel. Esta é a quinta mensagem que eu deixo pra você e eu acho que eu queria que você desse algum sinal de que não está me evitando... Mas se estiver, não tem problema... – Ela fez uma careta, tinha falado besteira e sabia que não dava para voltar atrás – Então, me liga. Eu sinto muito...

Não, Chad não iria ouvir aquele recado e realmente a estava evitando. Ele já estava achando que se isolar estava ficando ridículo, mas não conseguia não fugir dos problemas na esperança de que eles se resolvessem. E se ele bem se lembra, foi Rachel quem disse que não queria mais ter haver com aquela história, não faria sentido ela ligar. Além disso, ele estava querendo se afastar de tudo que lembrasse que Alice estava sendo enterrada naquele dia.

Quando sentiu vontade de beber água, jogou a bola para debaixo do guarda roupa e deu um pulo da cama. Andou pelo corredor de sua casa e entrou no banheiro. Quando olhou-se no espelho, a primeira coisa que notou foram suas olheiras. Sua pele era pálida demais, qualquer marquinha se destacava. Ele não sabia porque, já que os calmantes de sua mãe o ajudam a dormir. E se bem ele sabe, olheiras aparecem quando as pessoas não conseguem dormir.

Ele abriu a torneira da pia e rapidamente lavou seu rosto. Abriu a pequena farmacinha à sua frente e mexeu em alguns frascos. Ele pegou alguns e leu seus rótulos, não tinha nada ali que não melhorasse uma dor de cabeça sem dar depois doze horas de sono profundo. Colocou de volta os frascos e saiu do banheiro, foi na direção da cozinha. Pegou o copo ao lado do filtro e tirou água. Tomou um gole enquanto caminhava para a sala. Chegando lá, percebeu que sua mãe estava sentada no sofá assistindo TV enquanto alisava o pêlo de seu gato laranja que estava dormindo ao lado.

Na TV ela estava vendo um programa sobre culinária. Ela sempre assistia, mas já tinha desistido de tentar cozinhar, pois sempre acabava em desastre. Quando ouviu os passos de Chad, ela olhou para trás e sorriu.

- Oi filho, pensei que estivesse dormindo...

- Eu estava...

Ela se virou de novo pra frente e dessa vez fitou o programa de culinária, entediada. Sempre que ela via que a receita estava ficando difícil ela achava aquilo uma bobagem. Pegou o controle e apontou para a TV, parecia revoltada.

- Programas de culinária... Como se as mulheres realmente tivessem nascido pra isso – Ela começou a apertar os botões para mudar de canal, até que parou quando viu que estava passando uma reportagem sobre o acidente do navio Perry180.

- Deixe aí – Pediu Chad, interessado.

- Tudo bem – Ela deu de ombros, sempre tinha achado o filho meio masoquista mesmo.

[...] Não tem certeza, mas talvez esta tenha sido a verdadeira causa do acidente. Uma explosão dos tanques de gases da sala de máquinas originou a primeira explosão, que se expandiu em várias outras de acordo com que o fogo iria afetando os outros tanques espalhados pelo navio [...]

Chad se sentou no sofá ao lado da mãe e prestou mais atenção quando na TV apareceu um homem em frente a uma tela de computador, ele estava começando a explicar o acidente com imagens feitas por computador.

- Os tanques de gases explodiram e isso originou a queda da primeira chaminé, que estava com uma séria rachadura – A representação do acidente no computador começou enquanto homem apontava para a tela. Chad imediatamente sentiu um arrepio – Depois acreditamos que o fogo da primeira explosão se alastrou e acabou causando outras explosões devido a outros tanques de gases, explosões essas que causaram a queda de mais uma chaminé. Depois disso o navio partiu-se ao meio e a metade da frente começou a afundar, ainda ligada na outra metade, fazendo o navio ficar na diagonal e depois com a traseira em pé, como o Titanic. A ultima explosão aconteceu na cozinha, ao lado do salão de carros e depois disso o navio inteiro explodiu.

Até a mãe de Chad ficou passada com as imagens. Era apenas um desenho mostrando o que aconteceu com o navio, mas ela estava horrorizada. Só de pensar que seu filho poderia ter estado ali dentro, já sentia dor.

Chad, ao seu lado, não havia ficado surpreso. Ele sabia exatamente como havia sido o acidente sem precisar ter visto uma animação pela TV, só não sabia que depois de sua provável morte o navio havia explodido por completo.

Depois das imagens, a apresentadora do jornal começou a falar do acidente na pista de patinação.

- Outro acidente estranho ocorreu há dois dias na pista de patinação Bollywood. Alguns cabos de aço que sustentavam as passarelas metálicas de cima acabaram se soltando e uma garota despencou lá de cima, diretamente na vidraça que separava a platéia da pista de gelo. A polícia está investigando se a falha de uma das máquinas de refrigeração da pista teve algo haver com o acidente...

Enquanto ela falava, as imagens de Jill sendo retirada de dentro da água de gelo eram mostradas. Ela foi sentada num banco e colocaram dois casacos em volta dela, que tremia sem parar. Logo depois apareceu a foto de Alice, uma das mais bonitas e Chad sentiu um aperto no peito. Não dava mais para salvar sua amizade agora que ela estava morta, e parece que ele nunca vai saber porque ela se afastou.

- Ela era linda... – Comentou sua mãe – Mas tão rabugenta... Parecia uma idosa gótica, esse era o charme dela, eu acho...

- Eu sei... – Chad olhou para ela e sorriu quando percebeu que ela estava sorrindo – Não foi muito sutil, mas acho que ela iria gostar...

- Eu sou uma grossa, eu sei... Mas Deus, eu vou sentir falta daquela garota por aqui...

- Eu sei... – Chad assentiu devagar e olhou pro nada por alguns segundos, tempo suficiente para sua mãe perceber suas olheiras.

- Ai meu Deus, você está péssimo! Não está conseguindo dormir? As pílulas que eu te dei não estão fazendo efeito? – Ela pegou no rosto dele e começou a apertá-lo.

- Tudo bem, mãe – Ele se afastou – Eu estou conseguindo dormir direito, só que oito horas não é o suficiente para o tanto de cansaço que eu sinto... Mas não se preocupe.

- Filho... – Ela passou a mão por seu rosto – Sei que não fui a melhor mãe do mundo... – Ele hesitou, olhou para ele com cautela e esperou, até começar a falar de novo – Eu estava esperando que você dissesse “não”, mas você é muito imprevisível.

- Desculpe – Ele riu, e era um sorriso verdadeiro.

- Eu só quero que você seja feliz. Do meu jeito, mas quero.

- Certo – Ele assentiu.

- Você é tão parecido com seu pai... Tão bonito, inteligente, tímido... E com um dom cretino para esconder bem minhas garrafas pela casa...

- Mãe, para – Ele sorriu de novo.

- Isso vai passar, você vai ver. Você tem a vida inteira pela frente.

Chad engoliu em seco quando passou pela sua cabeça que ela poderia estar errada. Ele olhou de novo para a TV e viu que estava passando uma pequena entrevista com Serena, eram imagens ao vivo do fim do enterro de Alice. Os paparazzi estavam atacando ela, que até gostava daquilo, mas não parecia muito bem.

- Serena, Serena! – Um deles gritou – Como você está se sentindo com a morte de Alice Summers?

- Eu... – Serena levantou os óculos pretos – Estou em choque. Ela foi uma sobrevivente da tragédia com o navio do meu pai. Ela era uma lutadora, não merecia ter morrido desse jeito depois de ter sobrevivido...

- Serena, Serena! – Gritou um repórter – É verdade que você brigou com seu pai e ele expulsou você do navio?

- Sim, é verdade, eu deveria estar junto dele agora...

- Qual é? – Reclamou Chad e desligou a TV com o controle remoto – Nuca vi alguém tão falsa.

- Você conhece sua avó Gertrudes, minha ex sogra, não é?

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- Naomi, estou quase terminando! – Gritou Rachel, com a porta do guarda roupa aberta, ainda estava só com as roupas de baixo e não fazia idéia do que vestir.

- Você não vai casar! – Gritou Naomi, do outro lado da porta, estava completamente linda naquele vestido azul.

Rachel olhou para os dois vestidos pretos à sua frente, nenhum parecia elegante o suficiente para ela usar numa festa beneficente cheia de gente famosa que o pai de Naomi estava fazendo. Haveria muitos fotógrafos, pessoas importantes e ela já achava que seu rosto demonstrava claramente que ela não pertencia a aquele mundo. O vestido da esquerda era um tomara que caia que passava um pouco dos joelhos, mas ele possuía uma tira permanente que brilhava. O da direita era um vestido preto e simples, que se ela usasse de cabelo solto pareceria elegante e simples. Então, ela já sabia exatamente o que vestir.

A campainha tocou e Naomi olhou para o corredor, sentindo um frio na barriga, com certeza era Zac indo buscá-la.

- Zac chegou! – Ela gritou para Rachel – Vá de cabelo solto!

Naomi andou até a porta e a abriu. Zac estava parado à sua frente com um buquê de lírios nas mãos, vestindo um terno preto elegante. Naomi o fitou por alguns segundos, para ela, aquele era o policial mais fofo que já vira na vida.

- Pode entrar – Ela se afastou para ele passar – E não ligue para o meu irmão...

Zac entrou na casa e olhou para o sofá da sala enquanto Naomi fechava a porta. Chuck, o irmão de apenas quinze anos de Naomi, estava sentado no sofá bastante vidrado em seu Playstation 2, Zac achou que ele iria quebrar o controle.

- Essa é sua casa? - Perguntou Zac.

- Não, da minha prima. A minha fica no West Coust – Naomi sorriu, vangloriando-se de morar no bairro mais elegante da cidade – Eu volto já – Ela saiu correndo.

Zac olhou novamente para Chuck e decidiu se aproximar. Ele olhou para a tela, era um jogo de luta. Chuck realmente parecia um garoto de jogos, só não era gordo e sedentário pelas ameaças de Naomi e os avisos de seu pai, ele precisava parecer socialmente apresentável.

- Ow! – Ele gritou, quando perdeu, no momento em que Naomi chegara na sala novamente com um notebook nas mãos – Que saco...

- Hey, brinquedo assassino, preciso da senha do seu computador.

- O que? Não vou passar – Chuck fez uma careta, ofendido.

- Preciso tirar as fotos da câmera pra poder tirar mais na festa do papai, e como você foi o único que trouxe seu computador para a casa da Rachel, eu preciso, ou então vou começar a falar dormindo sobre aquelas suas revistas que começam com P.

- Certo – Disse Chuck, derrotado – É o nome da minha namorada...

- Sério? Sua senha é “mão direita”? – Debochou Naomi.

- É Penelope – Exclamou Chuck, num tom acusador.

- Certo – Naomi fez questão de demonstrar que não acreditava no irmão. Ela se sentou na mesa ao lado e digitou a senha.

- Naomi, você viu meu... – Rachel chegou a sala e parou de falar no momento em que vira Zac e percebera que ainda não estava completamente arrumada.

O vestido preto com alça havia servido e seus cabelos já estavam penteados, mas ela estava descalça e sem os brincos que Naomi dissera que iria emprestar a ela.

- Hey, Zac... – Disse ela.

- Hey, Rachel. Vestido bonito.

- Obrigada – Ela olhou para Naomi, estava quase pirando por causa daquela situação – Naomi, os brincos.

- Deixei na sua mochila... – Naomi não tirava os olhos do notebook.

 - Certo – Rachel sorriu de um jeito tímido para Zac e voltou para o quarto, sentindo-se ridícula.

Não demorou muito para ficar pronta. Dez minutos depois, os três estavam dentro do carro de Zac. Naomi, obviamente, ocupava o banco da frente ao lado de Zac, trocando sorrisos com ele de dois em dois minutos. Rachel, lá atrás, mexia no celular. Ela estava vendo sua lista de contatos e parou quando apareceu a foto e o numero de Chad. Ela pensou em ligar, mas desistiu quando viu que estava exagerando.

Quando Zac estacionou em frente a  mansão onde a festa estava acontecendo, Rachel olhou pela janela do carro, pasmada, nunca tinha visto tanta gente elegante e tantos flashes. A casa ainda era enorme, só o jardim já era três vezes o tamanho do terreno de sua casa.

- De quem é a mansão? – Ela perguntou.

- Um sócio do meu pai. Ele tem um filho gatinho que está solteiro e vou apresentá-lo a você – Disse Naomi, tirando o cinto de segurança.

- Ok... – Rachel queria sorrir, mas se segurou, estava realmente precisando ser apresentada a alguém.

Os três saíram do carro e entraram na mansão, passando pelos paparazzi e as pessoas que posavam. Rachel sentia que estava quase ficando cega com tanto flash e tentava esconder seu rosto para não aparecer em foto alguma. Naomi entrou de braços dados com Zac e cumprimentava cada pessoa por quem passava, estava sendo gentil, seu pai a mataria se qualquer uma daquelas pessoas importantes dissessem que sua filha havia sido arrogante. Mas sua vontade era de sumir dali com Zac antes do discurso falso sobre caridade de seu pai, ele sempre a mencionava, como se realmente se importasse.

Na porta da frente, Serena havia acabado de chegar. Ela estava fazendo pose para os paparazzi, uma mais sexy que a outra e eles adoravam isso. Rachel olhou para trás e notou sua presença, logo sentiu náuseas, aquela era uma das piores pessoas que já tinha conhecido.

Quando se cansou, Serena entrou na festa e sem cumprimentar ninguém, andou até a mesa de petiscos, mas foi parada por seu antigo amigo Travis Bell, não o via desde que gravara a ultima cena de seu filme com ele.

- Hey, Serena, você está linda – Ele olhou para seu vestido amarelo e justo, que deixava seu corpo já perfeito, mais perfeito ainda, mas não sabia porque ele estava fazendo isso, já que era gay – Há quanto tempo.

- Nossa, Travis! – Ela fingiu entusiasmo, mas o achava um chato – Que surpresa!

- Pois é! – Ele sorriu – Por onde você andou? Soube que chamaram você para mais um filme de terror. Que maneiro.

- Pois é – Ela adorava estar sendo falsa, mas Travis era burro demais para perceber.

- Acho que não vejo você desde que aqueles canibais me mataram na sua frente – Para ele, aquilo tinha sido engraçado.

- E você deu um jeito de voltar, não é mesmo? – Serena estava imaginando sua morte com um sorriso, só que uma mais real.

- Você viu o cara que o pai do Embry chamou pra consertar os ventiladores? Meu Deus, eu juro que vou destruir os da minha casa só pra receber uma visita dele.

- E como anda o lance com Adam?

Rachel olhou para trás novamente e viu Serena conversando com Travis. Quando olhou novamente para frente, viu Zac e Naomi cochichando algo um no ouvido do outro. Ela sentia que estava sobrando.

- Vou beber alguma coisa – Ela informou e saiu, mas Naomi e Zac nem estavam prestando atenção.

Rachel andou pela mansão até conseguir enxergar uma varanda, aparentemente vazia. Ela pegou uma taça de champanhe do garçom que passara pela sua frente e agradeceu. Caminhou até lá enquanto bebia um gole, fazendo careta, já que qualquer tipo de bebida que continha álcool lhe parecia ruim, mas ela precisava fazer algo diferente naquela noite.

Ela abriu a porta de vidro e passou para a varanda. Logo percebeu que de lá ela podia ver a cidade e o enorme jardim da mansão. Recostou-se no parapeito e colocou sua taça de champanhe nele. Ela olhou pro céu estrelado, a noite estava realmente linda. Quando sentiu seu celular vibrar, abriu a bolsa e olhou para o visor, era uma mensagem de Naomi perguntando onde ela estava. Rachel logo tratou de responder, mas sem lhe dizer onde exatamente estava. No fim, a mensagem que enviara para Naomi foi “Tomando um ar, vejo você daqui a pouco”.

Foi só guardar o celular no bolso que ouviu uma voz atrás de si.

- É bastante calmo aqui – Disse o mauricinho de cabelos castanhos e caídos que usava terno, estava com as mãos no bolso – Espero que ninguém descubra esta parte da mansão.

- É... – Rachel apenas assentiu.

- Você está fugindo? – Ele perguntou, assim que se aproximou do parapeito ao lado dela.

- Acabei de chegar e já estou me sentindo meio de fora... É só pra ricos superficiais e pessoas que gostam de aparecer na coluna social. Estou de saco cheio deles.

- Eu sei, mas tenho que aturar. É isso que dá ser Embry Priestly, o filho do dono da mansão, é realmente um saco...

- Ai meu Deus... – Ela disse, assustada – Me desculpe, eu não sabia, eu...

- Tudo bem – Ele sorriu – Por você ter esta opinião que eu decidi falar com você...

- Ué, você... Me conhece?

- Não. Estava passando e vi uma garota linda e solitária na varanda, que estava claramente evitando a festa como eu queria fazer. Então eu pensei “eu preciso convidar essa garota pra sair”, mas se ela achar que estou fazendo papel de bobo, ainda dá tempo de eu desistir para preservar minha dignidade.

- Essa foi boa – Rachel sorriu – Mas eu não saio com qualquer cara que me julga pela parte de trás...

- Você tem lindos olhos, aliás, e eu aposto que eles querem ver uma típica cena normal esta noite, com direito a batata frita e um cara tocando violão por alguns trocados na calçada. Esta pode ser a minha oferta, se você não estiver acompanhada, é claro.

- Você está falando do Penny’s, a lanchonete mais famosa do subúrbio?

- Deus, eu amo a Penny, essa mulher sabe como não hesitar na pimenta. Eu tenho um lado Mexicano masoquista... – Ele sorriu, Rachel já estava completamente encantada com ele.

- Bom, eu também.

- Vamos, madame? – Ele se afastou e ergueu a mão direita para Rachel, que entrou na brincadeira e agiu como se fosse uma dama.

Eles saíram dali, sorrindo. Quando chegaram até o salão principal, onde se encontrava o maior numero de pessoas que estavam naquela festa, Serena correu até Embry, deixando Rachel enciumada.

- Hey, Embry, estava procurando você!

- Hey, Serena – Ele realmente não gostava dela, já estava desconfortável com sua presença.

- E quem é esta? – Ela olhou para Rachel, que já percebera sua falsidade, pois elas já se conheciam.

- Uma amiga, e estamos de saída – Embry e Rachel deram dois passos, mas Serena os parou novamente.

- Hey, calma aí, grandão – Ela pegou no peito dele e sorriu – Você nem me contou como foi em Paris.

- Paris foi... Paris. Pensei que tivesse recebido meu cartão postal. Agora realmente precisamos ir... – Embry saiu andando com Rachel ao lado.

Serena ficou de boca aberta. Olhou para os dois, com raiva, afinal, como ele ousava falar assim com alguém como ela?

De longe, Naomi olhou para a porta e viu Rachel saindo de braços dados com Embry. Ela parou de beijar Zac, estava chocada. Tirou seu celular da bolsa para enviar uma mensagem à prima.

O celular de Rachel vibrou e ela o tirou da bolsa. Leu a mensagem de Naomi, que dizia “Você faturou o Embry, sua safada. Me conta tudo amanhã”. Rachel sorriu, estava contente, fazia tempo que não saia para um encontro, e nunca havia saído com alguém que Naomi aprovasse. Ela andou até o carro de Embry e ele abriu a porta para ela com um sorriso.

Ainda lá dentro, Serena procurava entre a multidão qualquer pessoa que pudesse lhe distrair, mas só estava vendo casais de idosos e filhas fúteis de homens ricos, nada que pudesse fazê-la esquecer que Embry havia deixado de lhe dar atenção para sair com uma garota qualquer.

- Serena, querida – Disse a senhora Bell ao lado de seu marido, seus cabelos brancos estavam fazendo-a parecer um fantasma.

- Olá Senhora Bell – Serena sorriu, apesar de não querer fazer isso.

- Querida, eu sinto muito pelo que aconteceu com seu pai e com seu navio, se pudermos ajudá-la em alguma coisa...

Serena se segurou para não pular no pescoço dela, estava cansada de tudo aquilo. Seu pai tinha morrido, o navio de seu pai tinha explodido, Embry tinha acabado de trocá-la por uma garota não famosa e ela realmente achava que tinha exagerado no almoço. Mas, ao invés de bater em uma velhinha e ser presa, ela preferiu fazer outra coisa para aliviar a tensão.

- Podem sim...  – Disse ela - Eu ficaria muito grata se vocês pudessem conversar com Adam Pratts, ele terminou com seu filho há duas semanas e eu nunca vi Travis tão triste. Ainda quero que eles se casem na Argentina e vão morar nas montanhas como sempre sonharam. Isso me faria muito feliz – Serena pegou no peito e fingiu estar emocionada.

O queixo da senhora Bell quase caiu e abriu uma cratera no chão. Serena sorria, vangloriada, já tinha tido a diversão que queria e aproveitou para descontar sua raiva em alguém, que seria tirado do testamento já que não existe herança para homens que dizem que vão jogar tênis, mas usam as bolas de maneiras diferentes.

- Agora com licença – Ela se retirou. Pegou uma taça de champanhe da bandeja de um garçom que estava passando e depois pegou a garrafa de champanhe que estava encima da mesa de petiscos.

Serena tinha apenas uma vontade, encontrar a hidro e relaxar.

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- Hambúrguer para a moça e batatas fritas para o cavalheiro – Disse a garçonete vestida com um avental quadriculado, enquanto deixava os pedidos de Rachel e Embry na mesa.

- Obrigado – Disse Embry, e a garçonete sorriu.

Depois ela andou até a mesa ao lado onde uma família jantava. Era um homem e uma mulher com seu casal de gêmeos, que brincavam com uma bola de tênis. Rachel olhou para lá, mas não era importante.

- Nossa, Embry Priestly está mesmo no Penny’s, taí uma coisa que não se vê muito...

- Não seja incrédula, eu também vou no cinema da esquina – Ele comeu uma batata – e no barzinho do Gary na outra rua.

- Então, você é o garoto rico que quer experimentar coisas novas? – Rachel levantou uma sobrancelha.

- Freqüento estes lugares desde os meus 14. É claro, meu pai nem sonha com isso, ele é um pouco chato com esse lance de ambiente.

- Eu entendo – Rachel olhou para seu hambúrguer, não queria comê-lo, preferia conversar com Embry. Depois olhou para ele, que ainda estava comendo suas batatas fritas uma por uma – O pai da minha prima é do mesmo jeito. Ele é o organizador do evento...

- Ted Cross? Pai de Naomi Cross? Deus, esse homem é um tirano. Pode ter certeza que ele lucra mais do que as crianças pobres com estes eventos.

- Eu sei, mas é pai dela, e acho que eu tenho sorte por ele deixar a gente se relacionar...

- Tem mesmo – Embry sorriu.

O celular de Rachel vibrou novamente. Ela o tirou da bolsa, era mais uma mensagem de Naomi que disse “Podem ir pra minha casa, ofereço meu quarto, sua sortuda”. Rachel sorriu com a mensagem, despertando a curiosidade de Embry.

- O que foi?

- Era Naomi – Ela guardou o celular na bolsa – Nos viu saindo juntos da festa e está pulando de alegria. Ela é desse tipo.

- Entendo – Ele sorriu novamente.

 Em fração de segundos, as crianças da mesa ao lado jogaram a bola para o meio da passagem e a garçonete que circulava acabou escorregando. Ela caiu no chão, mas sua bandeja caiu na mesa de Embry e Rachel. O vestido preto de Rachel ficou ensopado de café quente, mas a dor foi rápida. Ela se levantou do banco e olhou para baixo, sentindo uma sensação estranha.

Embry e outro rapaz começaram a ajudar a garçonete, mas Rachel não estava ligando para isso. Era aquela sensação de novo, mas daquela vez era quente e não era por causa do café. Tinha alguma coisa errada, um agouro, como se fosse um sinal, mas seria um sinal de que?

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Serena colocou a mão dentro da sala escura e apalpou a parede até achar o interruptor. A sala da hidro imediatamente iluminou-se e os ventiladores de teto ligaram-se. Ela abriu devagar a porta e olhou para a sala, achou bem simples, mas era aquilo que a faria relaxar. Entrou e fechou a porta, sem nem perceber que os dois garotos que estavam fumando baseado ali dentro correram para trás das cortinas vermelhas para se esconder.

Ela olhou para a hidro, estava escura, ainda precisava ser ligada. Do outro lado da banheira havia uma estátua de pedra, igual aquelas antigas com vários rostos um embaixo do outro. Estátuas parecidas estavam na direção da mesma, só que nos cantos da sala.

- Aberrações – Cuspiu ela, referindo-se aos Priestly.

 Andou até a banheira e deixou a taça e a garrafa de champanhe nos degraus de madeira da enorme banheira redonda. Olhou ao lado e viu o setor de programação, que não estava funcionando. Procurou outro interruptor, mas de primeira viu apenas a caixa preta do final da sala, que não sabia para que funcionava, só sabia que tinha haver com a hidro. Mas o interruptor ficava bem encima dela, perto das cortinas onde os dois drogados estavam. Andou até lá e apertou, a luz da hidro acendeu automaticamente, assim como seu sistema de programação, que apitou.

- Voilá – Disse para si mesma e sorriu.

Andou até a banheira e desabotoou o vestido amarelo, deixando os garotos que estavam escondidos, mais loucos ainda. Quando tirou o vestido, o chutou pro lado, ficou apenas com suas roupas de baixo brancas, que pareciam um biquíni. Abaixou-se para programar a hidro, disso ela entendia. Apertou alguns botões que fizeram a água começar a borbulhar, agora era só esperar até ficar na temperatura em que programou.

- Olha isso cara – Disse um dos garotos, estava ficando excitado.

- Shh, cala a boca.

Serena olhou para lá, achou ter ouvido algo, mas não conseguiu ver os garotos escondidos. Eles ficaram com medo que ela os visse, então ficaram quietos. Ela tentou abrir a enorme tampa pesada e transparente da banheira, mas tinha algo errado com a tranca, parecia emperrada demais. Ela fez força na tentativa de abrir e até gritou um palavrão, mas conseguiu, só que a tampa não caia totalmente para o outro lado. Talvez fosse outro defeito, mas ela só abria o suficiente para ficar em pé. Serena forçou, mas desistiu, amaldiçoando os Priestly novamente. Sentou na borda da banheira, e colocou a mão lá dentro. Passou ela suavemente pela água, que já estava começando a ficar quente, mas teve que olhar pra cima, já que os ventiladores de teto pareciam estar fazendo barulho demais. Mas não ligou, entrou na banheira devagar, sentindo os pêlos de seu corpo arrepiar com a água quente.

Atrás das cortinas, um dos garotos riu daquilo, mas levou uma cotovelada do outro, não poderiam fazer barulho ou perderiam o banho na hidromassagem de Serena Biltz.

Serena se sentou e esticou os braços na borda da banheira. Olhou para trás e pegou sua taça de champanhe. Bebeu um gole, e novamente ficou incomodada com o barulho dos ventiladores. Olhou pra cima, parecia que estavam tremendo. Eles ficavam dentro de caixas metálicas no teto, havia três, na direção da banheira. O que ela não sabia era que realmente estavam tremendo, pois não houve tempo de consertá-los por causa da festa.

Ela olhou para a grande estátua à sua frente, dando um gole desprezível no seu champanhe. Aquela era a coisa mais bizarra que já tinha visto na vida, por que alguém iria querer uma coisa brega daquelas na sua casa? Ela deixou a taça de champanhe atrás dela. Foi aí que ouviu os risos dos garotos atrás da cortina e percebeu que tinha alguém ali. Levantou-se e olhou para lá.

- Quem está aí? – Perguntou, num grito acusador.

- Corre, cara, corre! – Gritou um dos garotos.

Os dois saíram correndo. Serena não pensou duas vezes, pegou a garrafa de champanhe e jogou na direção deles, que estavam correndo no momento perto da caixa preta. Eles se abaixaram, mas continuaram a correr. A garrafa quebrou-se na parede encima da caixa, derramando o champanhe nela.

- Pervertidos! – Ela gritou, enquanto os via correr pela porta.

Ela olhou pra frente novamente e sorriu, apesar do que havia significado, tinha sido engraçado, e ela realmente gostava que alguém a achasse bonita o suficiente a ponto de espioná-la.

O champanhe que escorria pela parede caia mais sobre a caixa preta. O liquido entrou em eu interior e provocou um pequeno curto, inaudível para Serena. A água começou a esquentar.

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- Vou pegar mais batata frita – Disse Embry, levantando-se.

- Certo – Respondeu Rachel, ainda sentindo uma sensação estranha.

Ela olhou ele se levantando do banco e indo até o balcão. Olhou para seu vestido, ainda havia a marca do café que fora derrubado encima dela. Pegou no vestido, não estava mais quente, mas ela sabia disso há muito tempo, só que ainda era estranho, ela só não sabia porque. Olhou pela janela de vidro da lanchonete e viu um homem tocando violão por alguns trocados. De algum jeito, aquela musica que estava tocando parecia bizarra. Não falava sobre morte, ou algo do tipo, mas ela estava achando aquilo agourento.

Quando olhou para o outro lado, percebeu que de onde estava podia ver a cozinha. Ela viu um senhor com uniforme de cozinheiro e uma espátula nas mãos, estava fritando carnes de hambúrguer. Ela ficou olhando e olhando, enquanto a musica do homem lá fora entrava em sua cabeça e a fazia pensar nos versos. Não tirou os olhos da carne de hambúrguer, até que ela de repente pegou fogo. Rachel se assustou quando o fogo subiu e tremeu, a sensação estranha só havia piorado, ela nem se lembrava mais o quanto estava se divertindo com Embry.

Sem nem pensar, tirou o celular do bolso e discou o numero de Chad, que já havia decorado.

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Serena mergulhou. Acima da banheira, os ventiladores continuavam tremendo e fazendo barulho. Quando voltou a superfície, pegou sua taça de champanhe e deu o ultimo gole. Depois a jogou para o lado, mas ela não quebrou.

Serena ficou na mesma posição de antes, esticada na banheira com os braços abertos ao redor dela, deixando a água quente surtir efeito e relaxar seu corpo, mas já estava começando a sentir que ela estava ficando mais quente. Ela não saiu de lá, apenas fechou os olhos, pensando ser apenas coisa da sua cabeça. Fechou os olhos e deitou sua cabeça na borda da banheira.

Lá encima, os ventiladores começaram a desparafusar de tanto que foram forçados a girar, enquanto a falha na caixa preta só aumentava a temperatura da água. Serena ainda podia ouvir a musica da festa, que graças a ajuda de um dos membros jovens, era uma musica bastante atual e barulhenta.

Quando ouviu um barulho na porta, ela imediatamente virou para trás, mas não viu ninguém. Naquele exato momento, um dos ventiladores desabou encima da estátua de madeira, que caiu na direção da enorme porta da banheira. A porta caiu e encontrou sua tranca com defeito, logo depois de acertar a cabeça de Serena e fazê-la mergulhar.

Serena estava sentindo muita dor, nem sabia o que tinha acabado de acontecer, apenas ouviu um enorme barulho e quando deu por si, havia sido acertada por algo. Sua cabeça sangrava e seu sangue se espalhava pela água da banheira. Ela tirou seu rosto debaixo d’água e percebeu que a porta da banheira estava fechada, mas não se desesperou, ela podia abri-la e tinha muito espaço lá dentro para que pudesse respirar. Colocou as mãos na porta e tentou abrir, mas estava emperrada. Ela empurrou de novo, mas não conseguiu, a porta tinha caído com força na sua tranca de ferro com defeito.

Enquanto isso, Rachel estava no lado de fora do Penny’s com seu celular na orelha, torcendo para que Chad atendesse. Ele estava jogado no sofá da sala de sua casa, vendo TV no escuro, estava quase dormindo. Atendeu o celular sem nem olhar para o visor.

- Chad? Chad?

- Rachel? – Ele esfregou os olhos.

- Desculpa incomodar, mas... Eu acho... Eu acho que vai acontecer alguma coisa...

- O que? – Chad se ajeitou no sofá.

- Eu estou... Com aquela mesma sensação daquele dia...

Chad imediatamente começou a se preocupar. Mas ele não sabia ainda o que aquela sensação significava, só sabia que da ultima vez que sentira, Alice morrera.

- Onde você está? – Ele perguntou.

- No Penny’s... – Rachel paralisou.

Chad estranhou, mas também estava começando a sentir algo. Rachel se virou devagar para o homem com o violão há poucos metros dela, já com a sensação gelada num alto nível. A musica que ele estava tocando era “oh Death”, a mesma musica que ouvira dentro do navio no dia do acidente. O musico olhava para ela, como se soubesse que aquela musica a afetava, como se soubesse que alguma coisa iria acontecer.

Chad, na sua casa, de repente olhou para o cinzeiro de sua mãe encima da mesa à sua frente. Ainda saia fumaça, e isso lhe trouxe um agouro terrível, antes dele suspirar e sair um vento gelado com fumaça de dentro dele. A mesma coisa aconteceu com Rachel, na frente do Penny’s, enquanto ela tentava não deixar aquela sensação de morte lhe dominar.

Mal eles sabiam que Serena já estava borbulhando dentro da hidromassagem. Ela gritava e batia na porta acima dela, que não abria de jeito nenhum. A aquela altura, a água já havia ficado quente demais para ela começar a sentir dor. Mas seus gritos não faziam diferença, com aquela musica barulhenta tocando na festa, ninguém podia ouvi-la.

Ela nadava de um lado para outro no espaço em que tinha ali dentro, gritando de dor. A água já havia deixado sua pele ficar vermelha e a fumaça começou a sair.

Com o passar dos segundos, a água ficou cada vez mais quente, Serena estava sentindo na pele como era ser cozinhada viva ali dentro, e continuava batendo aos gritos na porta da banheira, alguém precisava ajudá-la ou ela morreria ali.

Não demorou muito para sua pele começar a queimar completamente. Ela estava ficando rosada, sua pele estava saindo. Logo depois começaram a surgir bolhas enormes em todas as partes de seu corpo, principalmente no seu rosto, que começara a ficar desfigurado com as queimaduras. Quanto mais ela se debatia, mais ela cozinhava viva, não estava agüentando tanta dor, se pudesse escolher, estaria implorando para morrer de uma vez.

E não havia ninguém ali para ajudá-la. Todos estavam dançando na festa, distraídos, conversando, nem mesmo o bêbado que estava passando pela sala da hidromassagem conseguiu ouvir direito os gritos de Serena.

A tampa da banheira começou a derreter por causa d quentura. Serena colocou um braço para fora no buraco que se formara, mas sua dor não aliviou. Seu braço estava completamente esfolado, uma parte sem pele e a outra espocada pelas queimaduras feitas pela água quente. Ela entortava os dedos de dor, sabia que iria morrer.

O segundo ventilador de cima estava desparafusando cada vez mais, estava prestes a cair. Serena deu o ultimo gritou e afundou. A água quente entrou pela sua boca e logo destruiu todos os seus órgãos internos, bem na hora em que o segundo ventilador caíra encima da banheira. A ultima coisa em que pensou, foi em como alguém poderia sentir tanta dor daquele jeito.

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  1. nossa! estou, um pouquinho decepcionado com a morte dela mas está otima!

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  2. Gostei muito da morte de Serena. É muito original! Cara, a morte dela foi bem merecida... Ah, e eu gostei também de ela mesma ter meio que causado a própria morte. Isso acontece quase sempre, e é bom manter. Tá ficando muito bom... Parabéns!

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  3. Adorei a morte da Serena,foi bem sofrida e merecida,oh garota nojenta,chata e metida,gostei de ela ter levado um fora do Embry.Vc tem muita criatividade João,a história táh ótima,mal posso esperar o próximo capitulo.

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  4. Perfeito.Adoro o jeito como as sensações,os agouros que o Chad e Rachel são tão parecidos,com a situação em si que está acontecendo - o café quente,o cinzeiro,a Selena morrendo queimada/cozida,é incrivél a conexão.
    Não fiquei surpreso,nem descontente com a morte da Selena foi bem parecido com o que imaginei,sabia que teria a ver com o jeito metido,chata e etc dela ser.

    Temos que contatar os produtores de Premonição e vender essa história,eu aceito o papel de empresário.Sua história tá incrivél.Totalmente AMAZING.

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  5. cara, essa até doeu em min, ser cozinhado vivo deve doer pra caramba, incrivel

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  6. nossa, essa foi dolorosa, se lendo a gente ja acha forte, imagina vendo.

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  7. muito bom

    essa vaca mereceu eu nunca odiei uma vadia sempre gostava delas e de suas atitudes mais essa é muito vaca coisa boa

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  8. Alguem mais imagina a Serena como a Serena de Gossip girl ??

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