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[Crítica] Visões de um Crime


Direção: Julien Magnat
Ano: 2011
País: EUA
Duração: 102 minutos
Título original: Faces in the Crowd

Crítica:

Ela viu o rosto do assassino, mas ele continua mudando...

Já imaginaram não poder reconhecer mais nem o próprio rosto do espelho? Já imaginaram dormir todas as noites ao lado de uma pessoa diferente e na manhã seguinte ver que ela mudou? Ou simplesmente olhar para um grupo de pessoas e não saber distinguir quem é quem? Acham isso impossível, certo? Bom, Em Visões de um Crime, não é, e ele só fez essa ideia ficar ainda mais desesperadora.

Nele temos Anna, uma mulher aos 30 que é bem sucedida no emprego de professora e no seu relacionamento com Bryce. Ela parece ter a vida perfeita, mas tudo vai por água abaixo quando ela acaba presenciando um dos assassinatos de um famoso assassino da cidade. Ela saiu ilesa do ataque, mas adquiriu uma rara síndrome que não lhe permite reconhecer os rostos das pessoas, nem o de seu próprio marido. E enquanto trabalha com sua mente para se adaptar ao novo modo de vida, o assassino retorna, disposto a usar sua rara síndrome para se aproximar e eliminar a única testemunha de seus crimes.

Primeiramente, devo dizer que quando Milla Jovovich faz um filme, ele é daquele tipo que vale a pena. Nossa eterna exterminadora de zumbis provou mais uma vez que sua carreira é extensa e digna estrelando este longa sobre uma rara síndrome que com certeza a maioria nunca tinha ouvido falar. A ideia de não reconhecer ninguém já é perturbadora por si só, imagine ter que lidar com isso quando um assassino está a nossa espreita. E ele me surpreendeu, já que eu esperava outra coisa. Quando li sobre ele imaginei que os sintomas fossem diferentes, imaginei que a personagem iria ver apenas uma sombra preta na frente dos rostos, e realmente isso deixaria o filme mais macabro. Eu vi algo parecido em um episódio da série Além da Imaginação, mas no fim dei graças a Deus que o filme foi diferente. Na verdade, a síndrome fez com que Anna não reconhecesse nem o próprio rosto no espelho, além de fazer o rosto das pessoas mudarem o tempo todo.

O melhor de tudo foi que o filme conseguiu explorar todas as situações possíveis para quem sofre desta síndrome, com direito a lado bom e lado ruim. Pelo lado bom, de acordo com uma das melhores amigas de Anna, ela transa toda noite com um cara diferente e nem precisa trair alguém. E eu não achei uma má ideia, porque pode até acontecer dela abrir os olhos e perceber que está com um cara muito mais bonito que seu marido, mas ter a certeza que é ele por dentro. E o lado ruim é óbvio não é? Mas no decorrer do filme Anna foi aprendendo a lidar com seu problema, de uma maneira bastante interessante. Se ela não pode reconhecer alguém pelo rosto, precisa focar-se nos detalhes que fazem de uma pessoa única. Por exemplo, ela desenhava num folheto a cor da gravata que seu marido estava usando no dia para poder saber que era ele depois, mas de acordo com o filme, a bunda é o que mais ajuda no reconhecimento, e eu não estou brincando.

E é claro, o suspense é inevitável. Só não ficamos o filme todo naquela angústia pra saber quem é o assassino porque esta parte do filme está cheia de clichês, principalmente o policial que ama a mocinha, não fica difícil cogitar a possibilidade de que ele seja o assassino, porque alguns roteiristas simplesmente acham que isso ainda é chocante. Eu não acho, e torci o filme inteiro para que não fosse. Se bem que, não havia muitos personagens homens, e pra ser impactante tinha que ser um deles, eles não podiam simplesmente mostrar que o jardineiro era o assassino porque não iria ter graça e nem sentido.

Sendo assim, acho que o única coisa que me desagradou foi o título brasileiro. Acho que as pessoas que escolhem esses nomes leem a sinopse de três linhas do IMDB e dão o primeiro nome chiclete que lhes vêm a cabeça. Não faz sentido o filme se chamar Visões de um Crime se ela não tem visões do crime, não é? Eu votaria para Rostos na Multidão, o original, porque tem tudo haver e eu acho que ainda rola um mistério ao redor do nome.E eu sei que os mais interessados vão googlar pra saber mais sobre esta síndrome, porque vocês têm que concordar, ela é uma das coisas mais interessantes que o cérebro pode fazer com o ser humano. Portanto, cliquem no link abaixo pra saber mais sobre. Aliás, se existe algo que pode nos fazer não reconhecer rostos, bem que poderia existir algo para nos fazer não reconhecer sentimentos não é? Poderíamos muito bem confundir o amor que sentimos por certos estrupícios com vontade que eles sumam pra sempre.


Trailer Legendado:

Comentário(s)
6 Comentário(s)

6 comentários:

  1. Quero muito assistir esse.

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  2. Nossa muito com seu comentário...Milla sempre bem nos seus filmes *-*

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  3. Realmente o filme é fantástico...Aconselho a assistirem!!!

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  4. O filme é excelente em todos os aspectos.Vale apenas assistir muito bom com diz: a milla se sai bem em todos oe filmes

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  5. Perfeito. Obrigada pela crítica.

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