[Crítica] Apocalipse Zumbi - Os Primeiros Anos

Autor: Alexandre Callari
Editora: Generale
Lançamento: 2011

Crítica:

Para todos vocês, gostaria de apresentar mais uma novidade aqui no blog, a críticas a livros. Começamos criticando apenas filmes, em seguida acrescentamos as séries e está na hora dos livros terem seu devido destaque. Nada melhor para começar do que Apocalipse Zumbi - Os Primeiros Anos, do autor Alexandre Callari, que gentilmente me enviou um exemplar, para que eu pudesse ler e mostrar minha opinião aqui para vocês. 

A história segue o dia a dia perigoso de uma comunidade fragilizada, chamada de Quartel Ctesifonte. Em um mundo apocalíptico, onde criaturas sedentas pela carne humana caminham sobre a Terra, Manes, um homem honrado e respeitado, faz o que pode para manter a comunidade que conseguiu construir com muito esforço, ao lado de seu falecido pai. Não demora muito para que um grupo de batedores (pessoas que procuram suprimentos para a comunidade) seja atacado, restando apenas dois deles. Isolados, eles precisam da ajuda de Manes e sua equipe de guerreiros, mas será que arriscar a vida de todos por apenas dois é uma grande ideia?

UAU! É tudo o que eu posso dizer! Callari simplesmente nos leva a uma aventura impressionante pela sobrevivência e não nos deixa mais respirar. Para vocês terem uma ideia, logo nas primeiras páginas, no prólogo, somos surpreendidos e perseguidos por uma horda de mortos-vivos. E se vocês estão pensando em mortos saindo do túmulo, lerdos e cambaleantes, é melhor rever seus conceitos. Os zumbis deste livro, sempre chamados de “infectados”, correm mais que o diabo da cruz e sua agilidade chega a deixar o mais bravo leitor preso na cadeira.

E não pensem que, por ser um livro, vocês serão poupado da violência. Acho que, se vocês apertarem as páginas, é capaz delas sangrarem em suas mãos. Temos vários momentos tensos, onde, por várias vezes, temos esperanças que os personagens irão escapar de seus terríveis destinos. Mas este momento nunca chega. A narração de Callari não poupa o leitor de detalhes sombrios e ninguém está seguro quando uma horda de zumbis vem de todos os lados possíveis. Em determinados momentos, você se vê pedindo por um milagre para livrar certo personagem do destino final, mas nunca fica certo o que realmente acontecerá.

Acho que um dos maiores triunfos do livro é, justamente, explorar a fundo a natureza questionável do ser humano. Eu sei que várias produções já fizeram coisas parecidas, mas este detalhe está muito bem narrado no livro. Eu mesmo fiquei com raiva em várias passagens, ao ver como alguns personagens puderam ser tão egoístas a ponto de se entregarem a barbárie por causa dos mais simplórios motivos, como o caso da personagem Felipa, que eu mesmo queria bater pessoalmente.

Bem, espero que todos tenham a oportunidade de ler esta obra maravilhosa, escrita por um autor brasileiro. Apesar do nosso país não dar muita atenção a produções deste gênero, é bom ver que existem algumas pessoas que o representa de maneira digna. Desde já, espero ansiosamente o próximo volume, até porque, o final parece deixar claro que este é apenas o início de uma longa batalha. Que venha mais mortos-vivos! OBS: Sim, Alexandre, eu já quis combater o Sauron junto do Gandalf.