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[Crítica] Siren


Direção: Andrew Hull
Ano: 2010
País: UK
Duração: 86 minutos
Título original: Siren

Crítica:

A sedução é mortal.

Que os subgêneros dos filmes de terror estão ficando desgastados, todo mundo já sabe. E isso não acontece apenas no gênero fantástico. É óbvio que depois de um certo tempo, alguns assuntos vão ficando batidos. Nos últimos anos, os vampiros são os que mais têm "trabalhado", mas o zumbis também parecem estar se arrastando de cansaço. Siren traz um tema que foge do lugar comum, e prova que certos assuntos podem render bons frutos ainda...

O filme segue três pessoas que planejam curtir um fim de semana navegando. Isso é um filme de terror, minha gente, então as coisas não demoram a dar errado. Logo, eles percebem que alguém pedindo ajuda em uma ilha isolada. Eles se aproximam para resgatar o homem, mas o mesmo está descontrolado e com os ouvidos sangrando. Desesperado para ser entendido e falando dezenas de frases em vão, o misterioso homem (todo trabalhado no suicídio de O Massacre da Serra Elétrica) se mata.

Não preciso dizer que o pânico começa a se instalar e eles descobrem que existe mais outra pessoa na ilha. Esta, por sua vez, é uma bela (e controlada) mulher. O fato dela ter cara de safada, quase não falar e manter uma irritante calma, faz com que o trio desconfie que ela guarde algum segredo sombrio. Eles não poderiam estar mais certos, a mulher é, na verdade, uma sereia. Mas ela não quer achar seu príncipe e sim, matar todos os homens, e ficar com a única mulher do grupo.

Eu achei bem divertido o fato do roteiro se tratar de sereias. Não consigo lembrar de nenhum filme que explore essa mitologia como o centro da trama. Não estou contato com o desenho da Disney. Quero dizer, sereias podem ser criaturas assustadoras e endemoniadas, basta saber o ângulo que você olha. É incrível como não pensaram nelas antes.

Infelizmente, a reputação das sereias não começou muito bem. Siren é um filme mediano, que não consegue manter uma linearidade na trama. Apesar de começar muito bem, com uma "falsa" abertura, que faz uma brincadeira com o espectador, o filme se perde quando a sereia começa a mostrar suas garrinhas de fora. O diretor insiste em uma série de cenas desconexas, alegando ser alucinações dos personagens. Mas o resultado não ficou muito bom.

Esperava muito mais ação e terror. Não tem perseguições. O trio protagonista não consegue enxergar o perigo que lhes cerca. Apenas no finalzinho, nos últimos minutos, é que a ficha cai. Sendo que o espectador está cansado de tanto esperar a idiota revelação. Os personagens demoram a morrer e não passam por nenhum sufoco. No final, temos uma "luta" idiota que custa a vida de um deles, quando um movimento rápido poderia ter poupado o acontecimento.

Até a sereia fica devendo em termos de conteúdo. Ela só aparece uma cena dentro da água e nada de "metade-peixe". Eu nem acho isso ruim, mas ela fica o filme todo com cara de piranha sem atitude, tentando colocar uns contra os outros, mas o roteiro nunca finaliza nada disso. Esperava que ela revelasse seu verdadeiro rosto no final, como os monstros da série Supernatural. Mas isso também não acontece. O máximo que ela faz é cantar uma melodia um tanto macabra. That's all.

Apesar de ter gostado bastante da idéia, o resultado de Siren é um desastre. O filme tenta se vender como terror e é, muito mal, um suspense psicológico. Além disso, a gostosa de biquíni com uma faca no pôster deve ter enfiado a faca no...fundo do mar, pois ela não aparece momento algum com ela. Só basta esperarmos para ver as sereias de Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas, que parecem ser muito melhores que estas.


Trailer:

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