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[Crítica] Doce Vingança


Direção: Steven R. Monroe
Ano: 2010
País: EUA
Duração: 107 minutos
Título original: I Spit on Your Grave

Crítica:

Muitas pessoas não sabem, mas Doce Vingança é uma refilmagem de um dos filmes mais chocantes do final dos anos 70, A Vingança de Jennifer. A conexão se perdeu com o novo título, mas a história continua exatamente a mesma. Aliás, por falar no título, fiquei decepcionado com a escolha da Paris Filmes. Esse é um dos casos em que o título original é excelente, mas completamente desperdiçado. Doce Vingança é muito comportado, ao contrário de Eu Cuspo no Seu Túmulo, que certamente introduz o tom do filme - ainda que a protagonista não vá ao cemitério para cuspir na cova de ninguém.

Na história, Jennifer Hills é uma jovem escritora, que resolveu ir para uma sossegada cabana na mata com o objetivo de escrever seu novo livro. Sua presença logo é notada em um pequeno vilarejo próximo, o que faz com que alguns moradoras resolvam lhe pregar um susto. A brincadeira vai mais longe do que deveria e faz com que Jennifer passe por atos de humilhação, incluindo tortura física e psicológica. Ela consegue escapar e, a partir de então, concentra todo seu tempo e forças para planejar sua vingança...

As pessoas sempre costumam jogar pedras em refilmagens, o que surpreendentemente não aconteceu neste caso. Nada mais do que justo! Esse novo filme, apesar de respeitar a história original, corrige alguns dos pontos negativos do filme de 1978. A comparação mais óbvia fica por conta da cena do estupro. Se em A Vingança de Jennifer a cena tem uma duração de aproximadamente 25 minutos, nesse remake a tortura se desenrola de uma forma muito mais rápida. Sem contar que o assédio começa com tortura psicológica, o que certamente é uma boa surpresa. No original, os vilões vão logo direto ao ponto.

Apesar da cena do estupro em si não ser fraca, ela é mais moderada, poupando os espectadores de cenas muito desagradáveis. Diferente do original, onde a protagonista passou boa parte da história nua, nesse remake a nudez é mais controlada. Apesar de tudo, os espectadores ainda irão se sentir muito desconfortáveis. Sem contar que o roteiro ainda introduz uma surpresa, algo que não acontece na história original. Há um quinto homem no grupo de molestadores. Essa adição reflete um erro na tagline oficial do filme de 1978, que afirmava que a protagonista "cortava, fatiava e queimava cinco homens", apesar de só haver quatro.

O foco dessa refilmagem está mesmo na segunda metade do filme, onde a protagonista começa a planejar sua vingança. A decisão de diminuir o estupro e estender a vingança foi um dos maiores pontos de Doce Vingança. Todas as mortes são muito violentas e, em sua grande maioria, espelha diretamente o que os caras fizeram com a protagonista no começo da história. A tão falada cena da banheira do original ganha uma nova versão, muito mais sinistra e explícita. Nós divertimos com as mortes dos personagens porque todos eles tiveram exatamente o que mereceram. E a forma como a protagonista consegue atraí-los para seu fim é muito mais convincente que no original.

Nesse filme nós também temos um personagem com problemas mentais. Mas nessa versão ele recebe um aspecto bem mais inocente. O roteiro do remake trata do personagem como uma outra vítima do grupo - ainda que psicologicamente. Por último, gostaria de destacar a excelente performance de Sarah Butler. Ela encarna uma protagonista cheia de garra, que tem força para pagar seus malfeitores na mesma moeda. Alguns podem até preferir a primeira versão, mas esse remake é o meu grande favorito. Merece ver visto!

Trailer Legendado:

Comentário(s)
2 Comentário(s)

2 comentários:

  1. Eu ainda não tive coragem de ver inteiro, não consegui passar daquela cena em que ela estava meio adormecida, olhando o relógio, e vc sabe o que acontecerá em breve com ela.

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  2. Assisti os três numa boa, gostei. 😊😊

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